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sábado, 13 de junho de 2009

NÉLSON GONÇALVES: BOM DE PAPO, BOM DE BRIGA

Quinta 11 após assistir ali na região da Paulista o longa Cantoras do Rádio, com a rainha do baião Carmélia Alves, Carminha Mascarenhas, Violeta Cavalcante e Ellen de Lima no elenco, fui jantar e tomar um negócio no Bar do Nélson, na Canuto do Val, Santa Cecília, cá em Sampa, junto com o conterrâneo rei do bolero Roberto Luna. Gostei do peixe saboroso servido no capricho, da atenção de todos e da música espontânea dos freqüentadores. Lá todos ou quase todos cantam, bebem e fumam. O José Nêumanne, colega jornalista e também conterrâneo – somos todos da Paraíba – estava lá, para minha surpresa. Parecia outro, o rapaz. Alegre, efusivo, feliz. Ontem retornei ao bar. Entre um negócio e outro que desceu macio goela abaixo, lembrei do Metralha Nélson Gonçalves, vozeirão que enchia todos os cantos. Ele até gostava desse apelido, não gostava era que o chamassem de Nelsinho. Isso não. Ele ficava tiririca. Metralha tudo bem porque, digamos, não falava como quase todo mundo. Uma ressalva: era taquilárico e bom de tapa. Queria apanhar? O chamasse de gago. Queria apanhar? O chamasse de Nelsinho. “Se me tratar bem, trato bem. Sem me tratar mal, trato na porrada”, ele me disse várias vezes. Lembrei ontem das muitas conversas que travamos, eu e Nélson, no velho restaurante do hotel Jandaia, ali na Duque de Caixas, a poucos metros da Folha, onde trabalhei como repórter entre os anos de 1970 e 1980. Roberto Luna e Nélson, duas vozes inesquecíveis, se davam bem mas tinham lá suas diferenças, advindas por decorrência de rabos de saia. Houve vezes que dos desentendimentos entre o dois saíram até tiros. “Nélson tinha uma mulher no Rio e outra em São Paulo. Como não podia estar nos dois lugares ao mesmo tempo, me pediu para tomar conta da que ficava em São Paulo. E tomei”, conta numa risada o velho Luna. Ao saber que Luna estava às votas com sua paulista, o boêmio invadiu o apartamento do amigo e meteu bala. “Foi tiro como diabo, mas só pegaram na parede”, recorda o paraibano Luna. Ah! Tomar conta, no caso, era observar se a tal se comportava bem na ausência do seu titular. Não se comportava... Amanhã falarei sobre o DVD de Roberto Luna, que a Fundação Padre Anchieta está pondo no mercado.

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