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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

VIVA O CINEMA BRASILEIRO!

O pessimismo é uma desgraça, corrói e mata alma; embora Augusto não achasse isso, e nem Shopenhauer, tampouco Mark Twain que dizia que “só os tolos não são pessimistas”.
Já Wilde parecia brincar com sua definição sobre o tema: na escolha de um entre dois males, o pessimista prefere ambos.
Mas o fato é que muita gente foi pro inferno sem sorrir, e isso não é bom.
Sorrir faz bem, relaxa os músculos e ainda é o melhor remédio pra dor de dente.
Desde há muito ouço dizer que o samba morreu, que o Brasil é um horror etc.
“Só aqui (no Brasil), isso (coisa ruim) acontece”, quem já não ouviu?
Este preâmbulo faço para dizer da alegria que senti ao assistir, hoje de manhã, o longa O Milagre de Santa Luzia (Uma Viagem pelo Brasil que toca Sanfona), de Sergio Roizenblit, numa sala do Shopping Frei Caneca, cá em Sampa.
De 104 minutos, o filme começa com o sanfoneiro Dominguinhos puxando seu fole de ouro enquanto caminha devagar pela estrada de terra que leva a Exu, de Luiz Gonzaga.
O canto é bonito, choroso: Lamento Sertanejo, parceria com Gilberto Gil.
Um trecho do livro Os Sertões, de Euclides o Sertanejo é antes de tudo um forte da Cunha, diz a que vem O Milagre.
Roizenblit conta um pouco do Brasil através de foles, desde o Nordeste.
Alguns depoimentos enriquecem o filme.
A poética de Patativa, por exemplo: é significativa sobre o Rei do Baião, que nasceu no Dia de Santa Luzia, 13 de dezembro.
Uma informaçãozinha: o poema que Patativa declama fui eu quem lhe pediu que fizesse para o livro Eu Vou Contar pra Vocês (Ed. Ícone, 1990), sobre Luiz Gonzaga, que lancei em 1990. Está na página 114, sob o título Adeus, Luiz. Na ocasião, lembro, eu me encontrara com poeta no Memorial da América Latina e no extinto Teatro das Nações Unidas. Foi nesse teatro que lancei o livro em noite de autógrafos ao lado de amigos como Juarez Carvalho, José Nêumanne, José Ramos Tinhorão e Paulinho Nogueira e show com Inezita Barroso e grupos folclóricos.
E ainda há gente que diz que não temos cinema, ora. Temos, sim! E também cinema documental.
Nesses dias, por exemplo, o bom Versificando, de Pedro Caldas, estará sendo exibido no 33º Festival de Filmes do Mundo, em Montreal.
Versificando conta a história da poesia feita de improviso, ao som de violas, pandeiros e outros instrumentos. Importantíssimo, não?
O diretor embarca quarta que vem.
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Da colega jornalista Anna Pires recebo a informação de que os artistas Claudette Soares, Pery Ribeiro, Os Cariocas, Izzy Gordon, Alaíde Costa, Ithamara Koorax e a atriz/cantora Soraya Ravenle (a Zefa da novela Paraíso) estarão na cidade participando de três shows gratuitos em homenagem à cantora Dolores Duran, desaparecida dentre nós há 50 anos. A irmã de Dolores, Denise, também participará dos shows, que ocorrerão na Praça do Patriarca. Mais informações pelo telefone 3865.8840 ou através do email annac.p@uol.com.br
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Bom, agora vou à Casa das Rosas, ali na Avenida Paulista, 37, onde logo mais às 20 horas será lançado Catálogo da Exposição Poesia Experimental Francesa: Zona Digital.

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