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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

NO GOGÓ DE MARCELO: SS, PELÉ, LULA E MALUF

O amigo jornalista Marcelo Cunha é personagem real da vida brasileira com ligeira atuação no campo da ficção, pois por um breve tempo atendeu pelo aumentativo de seu sobrenome, o que provocava riso e festa por parte dos amigos ursos.
Com seu sobrenome o paulistano Marcelo fez sucesso nas páginas do livro O Coronel e a Borboleta e Outras Histórias Nordestinas, de minha autoria, com capa – bela capa a conferir ao lado – assinada por mestre Fortuna e ilustrações especiais de Aldemir Martins, Nássara, Ionaldo Cavalcanti e Carlos Jacchieri; Fausto, Luiz Gê, Alcy e Jaguar.
Esses continuam conosco, em convivência e prosa.
Os outros, incluindo Fortuna, infelizmente não; fato que nos empobrece e empobrece também este mundinho besta de meu Deus do céu.
Ele também fez marcante presença como imitador do animador SS, do jogador Pelé e dos políticos Maluf e Lula no São Paulo Capital Nordeste, programa de rádio de duas horas e tanto, que por anos seguidos apresentei, ao vivo, nas infindáveis noites de sábado, através do dial AM 1.040.
Nessas noites, naquelas noites bonitas do SPCN, lado a lado se achavam grupos musicais como Demônios da Garoa, Mestre Ambrosio e Banda de Pífanos de Caruaru, trios Sabiá, Virgulino e Juazeiro; duplas João Mulato e Cassiano e Célia e Celma, sanfoneiros Dominguinhos, Flávio José, Waldonys, Mário Zan, Negrinho dos 8 Baixos, Cezar e Oswaldinho do Acordeon; atores, cantores, compositores e instrumentistas diversos como Izaias do Bandolim, João do Pífano, Bily Blanco, Rolando Boldrin, Antônio Nóbrega, Tom Zé, Jarbas Mariz, Téo Azevedo, Roberto Luna, Carlos Poyares, Belchior, Renato Teixeira, Paulinho Nogueira, Geraldo Azevedo, Genival Lacerda, Jackson Antunes, Osvaldinho da Cuíca, Germano Mathias, Pery Ribeiro, Fagner, João Carlos Martins, Inezita Barroso, Carmélia Alves, Anastácia, Cláudia, Maria da Paz, Cris Aflalo e tantos e tantas, sem falar nos desenhistas e cartunistas Jô Oliveira, Fortuna, Paulo Caruso, Fausto, Quino, argentino criador da Mafalda; poetas, romancistas, estudiosos e jornalistas Audálio Dantas, Roniwalter Jatobá, José Nêumanne, Mário Chamie, Tinhorão e Gilles Lapouge, francês correspondente do Estadão há meio século.
Boas noites aquelas de festa em que bons ventos traziam também ao nosso programa o canto cordelista e repentista dos grandes Klévisson Viana, Maxado Nordestino, Pedro Costa, Zé Francisco, Bule-Bule, Oliveira de Panelas, Fenelon Dantas, Antônio Maracajá, Valdir Teles, Andorinha, Sebastião Marinho, Sebastião da Silva, Ivanildo Vila Nova, Ismael Pereira, Diniz Vitorino, Minervina Pereira e Mocinha de Passira, além de tiradores de coco Caju e Castanha.
Epa! Estou fugindo do tema.
Marcelo como imitador dos personagens linhas acima citado é irrepreensível.
Certa vez eu quis fazer um BBBqualquer imaginário no rádio e convoquei o seu talento e ele veio com a garganta afinada, trazendo SS, Lula, Maluf e Pelé.
Tranquei os quatro imaginariamente num quarto e o pau cantou, durante sábados.
Foi hilariante.
Lembrei de falar de Marcelo Cunha após assistir numa estação de metrô de São Paulo o filme-documento Alô, Alô, Terezinha, de Nelson Hoineff.
Por que a lembrança?
Primeiro porque cheguei a entrevistar o personagem do filme. Depois porque, antes disso, o folclorista Luís da Câmara Cascudo uma vez me falou muito bem dele: que era o melhor e mais autêntico animador da televisão brasileira etc. Depois de novo porque Marcelo Cunha foi dar uns dós de peito no programa que o velho guerreiro apresentava na TV Bandeirantes, isso em novembro de 1981. Ou seja: há 28 anos! Detalhe: Marcelo não foi buzinado, embora tivesse algo para ser, a música escolhida: Agonia, de Oswaldo Montenegro.
Pessoalmente, porém, prefiro ver Marcelo imitando figurinhas carimbadas.
E tibiritiba Brasil!

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