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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

TV 60 ANOS: HÁ RAZÂO PARA COMEMORAÇÃO?

Amanhã sexta 18, teríamos tudo para nos orgulhar.
Simples: dia da inauguração da televisão no Brasil, pelo investidor desenxabido Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo.
Em miúdos: há exatos 60 anos era inaugurada a telinha de fazer doido.
Denominação: Tupi de São Paulo, ou PRF-3 TV.
Já de doido àquela época; hoje, inda mais.
Arma poderosíssima, letal.
E arma assim na mão de doido, já viu: só dá besteira, se me entendem.
A TV já pariu muita gente e muita gente já mandou pro espaço.
Isso é cíclico e depende dos interesses em jogo.
De uma hora pra outra, como num passe de mágica, pimba! Surge um famoso.
Os realyties shows estão aí, como previu no livro 1984 o jornalista e romancista britânico Eric Arthur Blair, por meio mundo conhecido pelo pseudônimo de George Orwell, que, aliás, morreu no mesmo ano do nascimento da nossa TV: 1950.

Quando digo ali em cima “que teríamos tudo para nos orgulhar” da data, digo por uma razão óbvia: a nossa TV poderia ser mais bonita, ter mais conteúdo e nível bem alto na programação; sem baixarias tão explícitas, como vemos no dia-a-dia, incluindo os fins de semana.
Oh! Deus.
Contam-se nos dedos os bons programas.
Mas, enfim, é isso o que temos.
Quem não gostar que aperte o botão.

BOA NOVA

Lá vai: recebo release da Assessoria de Comunicação da TV Cultura informando que a estatal da Fundação Padre Anchieta inaugura domingo às 16 horas nova fase do programa semanal Prelúdio, dirigido pelo maestro Julio Medaglia e apresentado por Estela Ribeiro.
Competentíssimos.
Vale dizer que esse é o único programa de calouros do mundo da música erudita que dá brilho à televisão brasileira.
Mais informações com Guilherme Mariano, através do telefone 2182.3268.

O DIA EM QUE ZÉ HAMILTON RIBEIRO CHOROU

Pois é, Zé, eu sabia que a festa seria bonita.
Muita gente, seus colegas e amigos lotaram o local.
Muito aplauso, muito brilho etc. e tal.
E você no meio.
Meio tenso, meio tonto, meio nervoso.
As filhas discretamente dando força...
No fim, você chorou.
Bem feito!

E aquela história da sua mulher, hein?
Dizia que não tinha roupa bonita pra sair.
Dizia que você não deixava dinheiro etc. e tal.
Você não deixava dinheiro, mas deixava cheque em branco pra ela comprar o que quisesse...
Eu também sou mais ou menos assim, Zé: não sei comprar roupa pra mulher.
Quando ela, a sua mulher, partiu para a Eternidade, as suas filhas descobriram, então, que a bolsa dela estava cheia de cheques seus assinados em branco...
E aí, hein?

Eu também passei por isso, por esse vexame maravilhoso que é o de receber o título de Cidadão Paulistano.
Foi em 1988.
Na ocasião, os meus amigos - poucos - falaram, falaram e disseram coisas que antes nem atentei.
E me emocionei com o repeteco dito de forma diferente.

Bonito sim, a festa Zé.
Inesquecível.
Fechamento de uma fase com chave de ouro.
Revi lá amigos que não via há muito, como Milton Soares.
Milton foi companheiro na Folha.
Levou porrada à granel, à época,
Naquele tempo, jornalista apanhava à toa.
Você sabe...
Mas o Milton escapou.
No seu rosto; no rosto do Milton, depois de mais de 20 anos que não o via, vi marcas do tempo fincadas lá.
E com um bonezinho de sinhozinho na cabeça...
Revi Ribeiro, revi Fon, revi Denise, revi Audálio, revi Elias, revi Artur, revi tanta gente.
Revi Fábio com seu vozeirão bonito e sorriso de menino.
Muitas histórias.
Falei ao Guto, presidente do nosso Sindicato, que criasse um departamento de registro de memórias.
Uma vez falei isso ao Drummond.
O poeta até achou que eu tinha razão.
E quer saber?
Tenho!
Está na hora de ter um departamento de memórias instalado no nosso Sindicato e sabe?
Acho que também está na hora de o nosso Sindicato instituir um prêmio denominado Zé Hamilton Ribeiro de Jornalismo Nacional.
Parabéns Zé, a categoria só tem a lhe agradecer.

Depois da solenidade de entrega do título de Cidadão Paulistano a Zé Hamilton Ribeiro, saí só a pé e zanzando pela noite da cidade à procura de um táxi, de um bendito táxi que não vinha.
Subi um pedaço da São Luís.
Passei pelo boteco Estadão, antes.
Quem não se lembra do Estadão?
Tomei uma cerveja pequena e engoli um pernil.
Um horror!
O pernil já não é o que era antes.
Um táxi chegou e fui conversando com o motorista.
Passei pela boca do lixo: ruas Bento Freitas, Rego Freitas, Gal. Osório, do velho e morto Parreirinha do Miro, de tantas lembranças.
Lembrança do Miltinho, Inezita, Jamelão, Adoniran, Golias, Elifas, Silvio Luís, Arley Pereira, Geraldo Nunes, Germano Matias, Paulinho da Viola...
Passei de frente onde um dia foi o Som de Cristal, que frequentei com Celso Sávio, Zanfra, Hipólito...
Passei também no local onde um dia foi o La Licorne, freqüentado por putas de luxo e figurões como o falso moralista Cel. Erasmo Dias, que, autoritário como secretário da Segurança Pública do Estado, um dia o invadiu por invadir o Campi da USP com tropa feroz e tal, batendo e prendendo estudantes inocentes só pra mostrar que tinha força...
Fechei os olhos e cheguei aqui.
Bom dia, Zé.

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