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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

AINDA ELOMAR E A CULTURA BRASILEIRA

Por telefone, pergunto a Elomar o que tem feito.
- Continuo escrevendo meus rumance de cavalaria.
A conversa segue por aí, com ele revelando idéias como o projeto de Festival da Ópera Brasileira com pré-estréia marcada para o próximo dia 26; e pra valer, mesmo, no dia 11 de julho do ano que vem no Domus Operae, teatro de ópera que está construindo por meios próprios na Casa dos Carneiros, lá pras bandas do Rio Gavião, na Bahia.
Acho que vou...
E ele segue falando, opinando com uma lucidez danada sobre a vida brasileira. E rápido que nem uma metralhadora cuspindo fogo, ele dispara:
- O Brasil se perde na preservação de sua música. É preciso ter pessoas que acreditem nas idéias de quem tem na vida a história da cultura popular para contar.
Opa!
Elomar Figueira Mello é um baiano de Vitória da Conquista, como quase todo mundo sabe; e dos mais completos criadores de música culta, erudita, diga-se; e no seu caso, inda mais do que isso, pois a genialidade em forma de arte e sensibilidade lhe tomou por inteiro, fazendo-o gerar obras-primas - ainda para poucos - que preenchem sobremaneira os ocos do pecado e da ignorância bastardas que pairam à solta pelas esquinas do mundo.
Elomar nasceu de parto caseiro na segunda metade dos anos de 1930, nas quebradas do Gavião, rio fogoso que deságua no Rio das Contas, e daí pro mar, e se exibe terrível nos tempos de cheia arrasando ribeirinhos de Condeúba, Caraíbas e Anagê.
O Gavião já foi o considerado o rio mais seco do planeta.
Eu conheci Elomar aqui na capital paulista num ano dos 70, pouco depois de lançar à praça o seu primeiro LP, Das Barrancas do Rio Gavião, quase uma década após fazer editar um compacto simples, o único da carreira que não se acha em canto nenhum, nem a pau.
O LP, mais fácil de achar nos sebos, traz texto de contracapa assinado pelo embaixador errante Vinicius de Morais.
Até então eu nunca ouvira falar de Elomar, tampouco da sua música. Isso só iria acontecer quando o amigo cartunista Jota, o Jotinha, entrou na redação da Folha com um sorriso largo na cara dizendo que eu tinha de ouvir esse disco e escrever algo a respeito.
Ouvi, escrevi e conheci Elomar.
E nos tornamos amigos, posso dizer.
Isso já faz mais de trint´anos.
Amanhã digo mais.
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UMA VEZ A GUERRA
Duas rainhas. Dois reinos. Dois povos. Duas visões diferentes do que é o mundo, sempre.
A autora, a jovem Ornela Jacobino, faz uso de retalhos da história desde os tempos medievos para falar de guerras entre povos de etnias diferentes. Vamos lá? A estréia de Uma Vez a Guerra é amanhã, às 20 horas, no SESI de Vila das Mercês, núcleo de Artes Cênicas, cá em Sampa. Não precisa nem pagar para ver a obra, basta dar um sorriso à entrada do teatro. Isso mesmo. Informações: 2946.8172.

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