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quinta-feira, 28 de abril de 2011

CORDEL, PRÍNCIPES E PRINCESAS

Como Amor e Revolução do SBT, o folhetim eletrônico Cordel Encantado da Globo estreou nos primeiros dias deste mês de abril.
Mas não dá pra fazer comparações.
Uma trata de episódios da ditadura militar implantada no Brasil no dia 1º de abril de 1964, e a outra é toda ficção.
O ponto de partida da história da Globo é o reino encantado de Seráfia do Norte, governado pelo rei Augusto (Carmo Dalla Vecchia).
Augusto e sua rainha Cristina (Alinne Moraes), mais a herdeira de ambos, ainda bebê, chamada Aurora, partem para uma aventura arriscada no Brasil: caçar um tesouro escondido n´alguma parte do sertão nordestino pelo fundador do reino, dom Serafim.
E acontece a primeira tragédia: a morte da rainha, planejada pela malvada duquesa Úrsula (Débora Bloch), que trama ocupar o trono e se vingar de Augusto, que a trocou por Cristina, uma plebéia como Kate Middleton que amanhã se casa com o príncipe William, o segundo na linha de sucessão ao trono britânico.
Na fictícia história escrita por Duca Rachid, a filha do rei Augusto e da rainha Cristina é salva e entregue a um casal de roceiros, que a cria com o nome de Açucena.
O reino de Seráfia do Norte vive em pé de guerra com Seráfia do Sul, do rei Teobaldo (Thiago Lacerda).
Para a paz voltar a ambos os reinos, é preciso que se cumpra um acordo: a filha de Augusto casar com o filho de Teobaldo, Felipe.
E a encrenca está criada.
A história é bonita e recomendável a todas as idades.
Detalhe: para preparar os telespectadores, a Globo destacou uma equipe do programa Globo Rural para mostrar a riqueza da nossa cultura popular, representada por cordelistas, repentistas e xilogravadores. A reportagem foi ao ar no começo deste ano e nela faço a distinção entre poesia popular e erudita: “Uma tem o lustre, tem o brilho da erudição no sentido de formação acadêmica e a outra, não. A outra é a poesia pobre. Ela é direta, é clara, não fica preocupada com expressões que as pessoas não conheçam. Ela não fica mexendo dicionários para encontrar palavras bonitas. São poesias que têm história com começo, meio e fim”.

Um comentário:

  1. Meu caro Assis Ângelo acho que para conceituar e definir poesia não cabe mais esse negócio de pobre e rica, visto que temos muita coisa considerada erudita que não vale nada e provoca até amargor em quem ler e coisas consideradas populares que encantam e emocionam até os corações mais empedernidos. Portanto chamar o cordel de pobre é no mínimo inadequado e tenho certeza que nenhum cordelista e os seus milhares de leitores concordam que o cordel seja “pobre”. Em toda produção literária existe o bom e o ruim, mas isso não é apenas no cordel, que se prova cada vez mais belo e encantador.

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