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domingo, 20 de dezembro de 2015

UM NATAL DIFERENTE

Este é um dos piores dezembros que já vivi, até porque já não vejo com a luz dos meus próprios olhos. Fiquei cego, como muitos de vocês devem saber. Mas não é isso que me faz lamentar este dezembro. Lamento este dezembro, e  de tabela o Natal que se aproxima, pelo fato de estarmos vivendo crise de tudo quanto é lado; inclusive, crise de falta de vergonha de políticos, empresários e banqueiros.
Na Câmara, o seu presidente é uma vergonha.
No Senado, o seu presidente é outra vergonha.
Estamos cercados de crises por todos os lados: crise política, crise econômica, crise moral...
Em 1954, em agosto o mês do folclore, Getúlio enfiou um tiro no próprio peito. A sua morte deveu-se a acusação de que vivia nadando em lama até o pescoço.
Quatro anos depois, um José também se matou. Esse José, que a sensibilidade brasileira conhece por Assis Valente, engoliu veneno e morreu numa praça do Rio de Janeiro. É desse José a obra-prima Boas Festas, lançada em disco de 78 rpm, pelo argentino naturalizado Carlos Galhardo, no final de 33.
Ouça:   

No começo deste milênio, o egípcio naturalizado Peter Alouche escreveu, no formato de folheto de cordel, uma pérola inspirada no Filho de Deus, Cristo. Essa pérola, Encontro no Metrô, foi gravada em CD pelos cantadores repentistas, Sebastião Marinho e Andorinha.
Ouça:

Assis Valente matou-se na 2ª tentativa. Ao lado do corpo, foi encontrado um bilhete com estas palavras: “vou parar de escrever pois estou chorando de saudades de todos e de tudo”.

É vasta a obra do valente Assis e devo dizer que, pessoalmente, tenho o maior respeito pelos seres que se matam.

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