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sábado, 1 de abril de 2017

TINHORÃO, HISTÓRIA E GENERAIS


O dia 1º de Abril de 1964 amanheceu com o santista José Ramos Tinhorão no olho da rua. À época ele era redator da tevê Excelsior, no Rio de Janeiro, Nesse dia ele foi demitido. Tinhorão contou isso ontem, aqui em casa.
Contou que subia num elevador junto com quatro homens, três com aparência de trogloditas e um com cara de compositor, que vinha a ser Miguel Gustavo, lembram?
O carioca Miguel Gustavo Werneck de Souza Martins (1922-1972), de quase tudo fez um pouco. Foi jornalista, poeta, radialista e compositor de sambas e marchinhas. Começou a carreira como discotecário e como compositor teve o primeiro sucesso lançado por Ataulfo Alves: O que é Que Eu Vou Dizer em Casa em setembro de 1947. O seu maior sucesso, porém, foi a marcha de inspiração militar Prá Frente Brasil, tema da copa de 1970. Essa música teve, digamos assim, "parceria" do General Garrastazu Médici, que deixava todo mundo amarelo de medo.

 

Tinhorão contou que aproveitara o momento no elevador para se queixar ao chefe. Disse que estava difícil continuar trabalhando, redigindo textos para o jornal da tevê porque o censor de plantão "um sujeito com jeito de gorila, grandão e chato", vetava tudo ou quase tudo que escrevia.
O detalhe nessa história é que os três caras acima referidos, no elevador, com jeito de trogloditas eram três generais. E não deu outra! E assim, o futuro historiador, foi pro olho da rua. E foi barra "porque recém casado estava esperando o choro do primeiro filho, no útero da mãe com seis meses".

NAIR DE TEFFÉ

No dia 15 de março de 1977, o repórter José Ramos Tinhorão soube que a cartunista Rian estava vivendo na periferia do Rio sozinha, melhor, com crianças e adolescentes que adotara. A entrevista foi publicada com destaque, no extinto Jornal da Tarde, de São Paulo. Rian era o pseudônimo que a viúva do Marechal Hermes da Fonseca, 5º presidente da República do Brasil, usava. Essa entrevista, feita portanto há 50 anos provocou um rebuliço geral no País. Nair de Teffé morreu pobre.

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