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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

MAZELAS DO MUNDO, DA CHINA AO BRASIL (1)


Talvez o mais antigo país da Ásia Central a China tem sido uma espécie de farol do mundo pelas descobertas que fez desde muitos séculos a.C.
Ali pelos fins da primeira parte do século XIV, quando sopravam os ventos da Idade Média, a China apavorou a Europa, o Oriente Médio e o norte da África com a então desconhecida peste negra ou bubônica. Terrível. Milhões e milhões de pessoas sucumbiram vítimas desse mal.
As pessoas atingidas pela peste negra morriam em pouco tempo, de dois à cinco dias.
Lembro isso face ao noticiário que dá conta das quase quinhentas pessoas que morreram até agora vitimadas pelo coronavírus detectado no último dia de 2019, na cidade chinesa de Wuhan.
O noticiário tem destacado a rapidez e eficiência dos chineses em construir em quinze dias dois enormes hospitais para alojar as pessoas contaminadas. Esse alojamento nada mais é do que um centro de concentração em que as pessoas lá confinadas não podem receber ninguém do mundo externo. Nem Deus.
Falam de quarentena, expressão genuinamente italiana.
Na Itália do século XIV, a peste negra engoliu um mundo de gente. Em decorrência disso foi construído um enorme hospital em que foram confinados milhares e milhares de italianos. Até hoje são encontrados restos das vítimas.
Pois bem, falei aí no começo do texto sobre centro de concentração. Ou centros ou campos, por que não dizer isso com todas as letras?
Há quem pense que os campos de concentração surgiram com Hitler. Vê-se que não.
No Brasil, os primeiros campos de concentração surgiram no Ceará, durante a seca que gerou milhares e milhares de flagelados que adoeciam e morriam aos montes nas estradas. Temendo que os miseráveis chegassem e saqueassem a capital cearense, o governador Benjamim Barroso determinou com mão de ferro que fosse impedida a chegada das grandes levas humanas à Fortaleza. Foi assim que rapidamente se construiu um enorme espaço para concentrar as vítimas da grande seca. Esse primeiro campo foi construído na região de Alagadiço, hoje Senador Pompeu. Esse lugar fica a oeste de Fortaleza.
A escritora Rachel de Queiroz (1910 – 2003) no seu livro de estreia (O Quinze) faz as primeiras referências sobre esse primeiro centro de concentração no Ceará.
Detalhe: o governador Benjamin Barroso tinha como vice o Padre Cícero Romão Batista (1844 – 1934).
O mundo livre está comemorando 75 anos do fim dos campos de concentração nazistas.



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