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quarta-feira, 4 de novembro de 2020

ELEIÇÕES E VIOLÊNCIA MARCAM 2020

Os olhos do mundo continuam voltados para os Estados Unidos da América, EUA. Mas os olhos dos EUA, e do mundo, não estão voltados para o Brasil.
O Brasil é o quinto maior país em território e população.
O Brasil, oficialmente República Federativa do Brasil, é formado por 26 Estados e um Distrito Federal.
No total, há 5.570 municípios brasileiros.
O maior Estado do Brasil é São Paulo, em população.
Dentro de semana e meia o Brasil vai às urnas para escolher seus novos prefeitos e vereadores.
Quase 45mil cidadãos concorrem aos cargos de prefeito e vereador.
A Câmara Municipal de São Paulo tem 55 cadeiras, que serão disputadas por quase 2.000 candidatos. Ou seja: 32 pessoas concorrerão à uma vaga.
Dezessete cidadãos estão concorrendo à cadeira de prefeito, incluindo o atual Bruno.
Na campanha que se ouve na Rádio e TV, que não é gratuita, Bruno alfineta o governador.
É pau pra todo lado.
Até aqui, no Brasil, dezessete candidatos a prefeito e vereador foram assassinados esse ano. Outros 19 sofreram algum tipo de atentado.
Que coisa!
O maior tempo de Rádio e TV é do PSDB (3min29), seguido do PSB (1min36), PT (1min7), PSL (1min7) e Republicanos (51s).
Consultando aqui a minha bola de cristal, cheguei à conclusão de que para o segundo turno, vão o candidato do PSDB e o candidato do PSol, que não se acha entre os 5 partidos com maior tempo na Rádio e TV. Na cabeça, PSol.
Bolsonaro está na moita, mas apoiando candidatos a prefeito de Manaus, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo. Seus candidatos estão, de tão pequenos, saindo ou entrando em rachaduras.
E a imagem do Brasil no exterior, hein?
O mundo está vendo o Brasil de olhos fechados, se me entendem.

SÓCRATES, MÚSICO E JOGADOR



A música rural é um tipo que registra, geralmente, a história de agricultores, camponeses, pessoas simples, gente da enxada. Coisa antiga.
A esse tipo de música é dado o carimbo de caipira ou sertaneja.
É o que convencionalmente se chama de “música de raiz”.
Em 1980, portanto há 40 anos, o insuspeito jogador de futebol Sócrates, de batismo acrescido Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, ídolo eterno do Corinthians, foi a um estúdio e gravou uma dúzia de pérolas musicais identificadas, tematicamente, com o dia a dia do sertanejo, do homem do campo.
Foi por essa época que eu o conheci. 
Lembro de uma entrevista muito legal que fiz com ele, publicada no extinto D.O Leitura. Foi capa. Duas páginas (foto). 
Nessa entrevista, ele falava de tudo, principalmente de política, poesia e música. 
Sócrates, na intimidade, tocava e cantava cantigas rurais. 
Casa de Caboclo foi o título encontrado para reunir num LP um repertório escolhido a dedo pelo violonista e cantor amador Sócrates. Nesse disco estão músicas de Dorival Caymmi, Luiz Gonzaga e Catulo da Paixão Cearense, entre outros. 
Sócrates todo mundo sabe quem foi. Senão todo mundo, muita gente. 
Esse cara, esse cidadão, foi de importância fundamental na vida brasileira. E aqui não me refiro ao grego filósofo, que viveu muitos anos antes de Cristo. 
Esse Sócrates que ora trago à tona é o Sócrates que marcou época como jogador no Brasil e fora do Brasil. 
Começou a carreira no Botafogo de Ribeirão Preto (SP). Mas ele nasceu na capital do Pará, em 1954. 
A carreira profissional como jogador ganhou notoriedade a partir do Corinthians. Nesse time, permaneceu durante seis anos. Participou de 297 partidas e fez 172 gols. 
Em 1983, entrou no Morumbi para disputar a taça do Paulistão com o São Paulo. Nessa entrada no estádio, seu time exibiu uma faixa que dizia: “GANHAR OU PERDER, MAS SEMPRE COM DEMOCRACIA”. 
Importantíssimo: Sócrates foi um dos artífices do movimento que entrou para a história como Democracia Corinthiana. 
Sócrates era um cidadão tão completo, mas tão completo, que punha a igualdade e a felicidade acima de tudo. 
Era solidário, sonhava com a igualdade entre as pessoas. 
Uma vez eu o apresentei ao desenhista/quadrinista Jayme Leão (1945- 2014). Disse-lhe da beleza de Jayme como profissional e cidadão. E se ele, Sócrates, que acabara de assinar contrato com o Fiorentina (da Itália), permitia que eu e Jayme escrevêssemos a sua história em quadrinhos. Resposta, rápida: “Autorizado. Quer que eu assine alguma coisa?”. 
Sócrates morreu no dia 4 de dezembro de 2011. No acervo Instituto Memória Brasil (IMB) há inéditos do Sócrates poeta gravados em fita K-7. Gravações que fiz com ele. 
A quem interessar possa: https://www1.folha.uol.com. br/ilustrada/2009/03/534511-leia-os-votos-dos-criticos-na- -eleicao-da-melhor-musica-caipira.shtml

E SE O TRUMP PERDER, HEIN?

O dia 26 de junho de 1964 foi uma sexta-feira. Nesse dia, ali pelo meio da tarde, o embaixador brasileiro em Washington, Juracy Magalhães (1905 -2001), abriu a boca pra puxar o saco dos gringos:
"O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil".
À época o presidente norte-americano era Lyndon Johnson.
Não é de hoje que brasileiros se curvam aos norte-americanos.
Em 1964, os militares depuseram o presidente João Goulart (1919-76) e assumiram o poder. Ditadura pura, com socos, pontapés, prisões e mortes.
Uns 500 brasileiros que discordavam do regime militar foram mortos. E muitos ainda andam na lista de desaparecidos.
Magalhães era militar, com carreira iniciada nos anos 20. Participou do movimento Tenentista (1922-27). E depois, no governo Vargas, teve o currículo impulsionado. Nas graças de Getúlio, virou interventor da Bahia. Era cearense de Fortaleza.
Os EUA sempre procuraram e procuram intervir nos países que desejam controlar. Brasil, por exemplo.
Quem não se lembra da campanha Aliança para o Progresso?
A lamentável frase de Juracy Magalhães ecoa até hoje no inconsciente popular do povo brasileiro, principalmente daqueles que viveram na época.
E a história, como se sabe, se repete de modo diferente, mas sempre igual.
Os militares de 1964 mandaram e desmandaram no Brasil até 1985.
Passaram Tancredo/Sarney, Collor/Itamar, FHC, Lula, Dilma, Temer, e agora, esse ex-capitão esquisitíssimo que acostumou-se a marchar para trás e abraçar o ideal de ditador do ídolo Trump.
Bolsonaro não tem voz própria. Não tem porque não pensa, porque não sabe.
Intelectualmente Bolsonaro não se desenvolveu, isso é óbvio. Merece pena.
O Brasil desde 1964, especialmente, tem nos deixado marcas.
Até pena de morte já tivemos, sabiam?
Por sua deficiência intelectual, Bolsonaro toma pra si os ideais de Trump.
Bolsonaro é um Trump malamanhado.
Bolsonaro é coração, mente e vísceras de Trump, que está que nem calango pulando em frigideira quente.
O que é bom para os Estados Unidos da América, não é bom para o Brasil.

Duvido que Trump e Bolsonaro saibam quem foi Jackson do Pandeiro. Jackson foi um paraibano bom de samba e coração aberto. Era gente. E um dia fez um belo desabafo. Ouçam: 



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