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quinta-feira, 12 de novembro de 2020

BRASIL, UM POBRE PAÍS RICO...

Eu nasci num país onde brancos ganham mais do que pretos e pardos, mesmo de profissões iguais.
Eu nasci num país onde mulheres ganham menos do que os homens, mesmo de profissões iguais.
Eu nasci num país onde há 52 milhões de pobres.
Eu nasci num país onde 14 milhões de pobres estão abaixo dessa linha, vivendo com 150 reais/mês.
Eu nasci num país onde homens batem em mulher, impunemente.
Eu nasci num país onde homens até matam mulher, impunemente.
Eu nasci num país onde a polícia mata por matar pobres, pretos e pardos.
Eu nasci num país pobres policiais reverenciam ricos.
Eu nasci num país onde ricos humilham pobres.
Eu nasci num país onde arte e artista não interessam aos governos pelo povo eleitos.
Eu nasci num país onde crianças são abandonadas a própria sorte, a despeito do poder público.
Eu nasci num país abençoado por Deus, sem terremotos, tsunamis...
Eu nasci num país abençoado por Deus, onde a natureza parece ter fincado seus primeiros filhos: as árvores, os bichos, o vento...
Eu nasci num país onde a Natureza parece ter dito: "Aqui, Deus nasceu".
Eu nasci num país onde, historicamente, os mandatários tomam pra si o poder de vida e morte.
Eu nasci num país onde o analfabetismo grassa...
Eu nasci num país onde a miséria é semente que frutifica até em solo tórrido.
Eu nasci num país onde a política é profissão da barbárie.
Eu nasci num país onde a Justiça é corrompida.
Eu nasci num país onde a esperteza é mais importante que a inteligência.
Eu nasci num país de marechais e baionetas.
O primeiro presidente do Brasil foi o golpista Marechal Deodoro. O segundo, Floriano Peixoto. O terceiro um civil de São Paulo, Prudente de Morais.
Civis continuaram ocupando a cadeira de presidente no começo dos anos 30. E houve doido, ocupando essa cadeira: Delfim Moreira.
E o povo sofrendo, até porque não tinha voz nas urnas.
A Semana de Arte de 22, tendo à frente Oswald e Mário de Andrade, pretendeu nacionalizar as artes...
À época da Semana o presidente era o paraibano Epitácio Pessoa.
Epitácio foi linha dura, duríssima. E preconceituoso, racista. Igualzinho ao irresponsável que ora ocupa a poderosa cadeira de presidente da República: homofóbico, machista...
O Brasil virou piada, no mundo. Que pena.
Estou triste, que país é esse?

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