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sexta-feira, 20 de novembro de 2020

BARBÁRIE NO RIO GRANDE DO SUL

Por que se mata tanto
Nesta terra brasileira?
Terra boa e bonita
De gente forte, guerreira
Covardes mataram a socos
Um homem chamado Silveira

Antes com culpa foi preso
Preso foi humilhado
Humilhado foi agredido
Agredido foi condenado
Condenado foi morto
E por ser preto, culpado

O crime bárbaro ocorreu ontem 19 na região norte da capital gaúcha, Porto Alegre.
João Beto Silveira saiu com a mulher pra fazer compras num supermercado. 
No caixa, uma brincadeira provocou irritação numa funcionária, que chamou a segurança. Rapidamente, João foi levado ao estacionamento do supermercado, onde apanhou até a morte.
Alguém gravou a cena e a colocou na internet. Viralizou. 
Os jornais amanheceram com manchetes dando conta do massacre. 
Autoridades de vários setores da vida cotidiana se manifestaram, inclusive ministro do STF. E da OAB. 
O presidente Bolsonaro ficou na moita, mas o seu vice, Mourão, abriu a boca para dizer mentira. Disse: "Não existe racismo no Brasil".
Negro e pobre sofrem que nem cachorro, no Brasil. Desde sempre. 
O tráfico de negros africanos terminou em 1850, quando foi aprovada uma lei que ficou conhecida como Eusébio de Queiroz. 
Queiroz, Ministro da Justiça do Império, é considerado o fundador do STF. 
A história conta que pelo menos 4,8 milhões de africanos foram escravizados no Brasil. 
Em 1888, os escravos em atividade no País foram libertados pela Princesa Isabel, filha de Dom Pedro I. 
Mesmo libertados, comeram e continuam comendo o pão que o diabo amassou. 
Você, meu amigo, minha amiga, já ouviu falar em João Cândido?
João Cândido era gaúcho. E negro. Logo cedo quis ser marinheiro. Com 15 anos foi levado ao Rio de Janeiro, e lá foi apresentado ao mar. 
Muito jovem ainda, na casa dos 30, revoltou-se com os maus tratos sofridos por ele e seus companheiros nas embarcações da Marinha do Brasil.
Foi ele, João Cândido, o líder da Revolta da Chibata deflagrada no dia 22 de novembro de 1910. À época, o presidente da República era o Marechal Hermes da Fonseca. Também Gaúcho. 
A população do Rio Grande do Sul é, atualmente, de quase 11,5 milhões de pessoas. Dessas, 82,3% declaram-se brancas, 11,4 declaram-se pardas e 5,9%, pretas. 
Triste Brasil.







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