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terça-feira, 10 de novembro de 2009

PROGRAMA DO FAUSTÃO 0, CLÃ BRASIL 10.

Mais uma vez a feiúra ganhou da beleza, descarada e desonestamente.
Foi domingo 8 à boca da noite no Rio de Janeiro, mais precisamente na Plim, plim. Inda mais precisamente no Faustão, um programa de baixarias intermináveis da nossa televisão que, diga-se, continua, inexplicavelmente, com uma programação situada entre a faixa do ruim e a faixa do pior.
Lamentável.
Eu não quis crê no que vi.
Liguei a TV menos por impulso e mais por recomendação.
O e-mail pedia para que eu desse uma espiadela na telinha de fazer doido - como dizia o velho Ponte Preta -, pois o grupo de forró Clã Brasil, que acaba de chegar de um giro pela Europa e é formado por meninas e seus pais, iria se apresentar.
Caí na besteira e liguei.
Fiquei ouvindo e vendo de um apresentador medíocre e cheio de razões um blá, blá, blá nojento, sem fim, recheado por um palavreado chulo e sem graça.
Deus do céu!
Chacrinha faz falta. E como!
Às 18:27 foi anunciado um embate entre o Clã e uma porcaria vinda não sei de onde denominada Tchê Barbaridade.
Não era embate o que eu esperava.
Pensei numa apresentação bonita, pois o Clã Brasil não sabe fazer outra coisa senão isso. Seus integrantes estudam música e procuram entender este País. Pois é, e se não fosse assim mestre Sivuca, o Mago da Sanfona aplaudido no mundo todo, e a rainha do xaxado Marinês não o teriam escolhido para se deixar gravar juntos em ação pela última vez.
Duvidam?
Vejam o DVD do Clã.
Aliás, nem foi embate o que vi.
O que vimos foi um clip de um lado e um clip de outro, ambos pré-gravados e enviados ao programa pela WEB.
Num, o Clã.
Noutro, o Tchê.
A letra do grupo viondo não sei de onde repetia este refrão besta, à exaustão:

Canalha eu sou
Canalha eu sou
Canalha eu sou
É assim que elas me chamam
Depois de fazer amor.

O começo da esculhambação gaúcha é assim:

Todo mundo lá na zona tá me tirando
Quando passo lá na rua todos ficam comentando
Lá vai o canalha que a fulana falou...

Alguns minutos depois, e depois de ver cenas de horrores no quadro Te Vira nos 30, no qual um cara puxou dois carros a dentes, literalmente, e um certo Homem Borracha vindo não sei de onde andou bizarramente numa magrela e entrou num cano ou algo parecido, o apresentador anunciou com jeito idiota: galera não sei quê, não sei que lá, o Tchê Barbaridade está classificado para o próximo domingo, com 66% etc.
E pronto!
Mas até gostaria de saber como esses 66% foram apurados.
Quem votou?
Quantos votaram no grupo “x” e no grupo “y”?
Empulhação pura.
O povo brasileiro parece que gosta mesmo de ser enrolado...
Melhor o mote do Sílvio: Quem quer dinheiro?
Esse, pelo menos, parece menos canalha.
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RASGUEMOS A CONSTITUIÇÃO?

E o caso da garota da Uniban, hein?
A Uniban perdeu uma grande oportunidade: a de discutir com seriedade os valores e rumos da sociedade em que vivemos, a partir do episódio envolvendo uma de suas clientes, a estudante Geisy Arruda, hoje na boca de meio mundo por ter usado um vestido acima da canela.
Era para usar aqueles vestidões das mulehres de burca, do Oriente?
Ora, ora, pois, pois, e já estamos no fim da primeira década do terceiro milênio, será que dá pra notar?
A menina foi alvo de uma alcatéia esfomeada que se prepara para saltos profissionais chancelados pela universidade.
O caso lembra um pouco os tempos da Inquisição.
E o direito de todos, o de ir e vir, onde fica?
Rasguemos a Constituição?
Foi isso o que a Uniban fez, ao optar pela expulsão da aluna.
Quero ver agora como vai se manifestar o Ministério da Educação a respeito desse caso, que está ganhando repercussão internacional.
Por que a expulsão?

CELIA E CELMA
As meninas Célia e Celma, cantoras de gogós invejáveis, escrevem:
“Oi moço, tudo bom? Pelo seu blog é que ficamos sabendo da partida do grande e querido Anselmo Duarte. Estávamos em Cuba e chegamos hoje. Estivemos com Anselmo em várias ocasiões e era sempre muito prazeroso e divertido ouvir suas histórias...
Não conseguimos postar no blog e assim passamos aqui pra você as palavras que ele nos dedicou no dia em que nos conhecemos. Vai também a cópia do certificado da Universidade de Matanzas, em Cuba, onde fizemos a conferência para professores e alunos. Foi muito boa a receptividade. O interesse deles por nossa cultura é total, nem piscam!
bjs duplos”.
O bilhete do Anselmo, que ilustra esta página, traz uma frase enigmática. Esta: "O fã admirado e assustado”.
O que ele quis dizer com isso, hein, Célia e Celma?