Seca na China já atinge 20 milhões de pessoas, leio no jornal. É a maior em 50 anos.
Na Venezuela, a solução para a estiagem prolongada pode vir através do bombardeamento de nuvens, já autorizado por Chávez.
No Irã, milenarmente terra árida, poeirenta, o povo parece estar se acostumando com os problemas advindos dela.
Bom?
Em Portugal, não.
Na Austrália, idem.
Tampouco nos Estados Unidos, no sudeste asiático, no Brasil...
Bem, no Brasil há seca no Nordeste, no Norte, no Sul...
Intempéries, contradições climáticas históricas em parte explicam essa danação.
O aquecimento global explica mais ainda, pois é provocado pela sede de ganhos de capital do bicho chamado gente.
No sul do País as chuvas continuam castigando a população como nunca, incrédulo vejo e escuto o repórter dizer na telinha de TV.
Pelas terras do chimarrão e de Paixão Cortes, nem bem acaba uma enchente, vem outra e mais e outra mais arrasadora ainda.
Hoje mesmo aqui em São Paulo, capital, já fez frio, choveu. O sol está abrindo...
Vivemos sertões chuvosos, sertões secos de canto a canto do mundo todo.
A coisa tá feia, como diz a letra do pagode de Tião Carreiro e Lourival dos Santos.
Vocês já assistiram 2012?
Falo depois.
Nesse fim de semana reli Vidas Secas, de Graciliano, e li também o belíssimo Sertões Bravios, do jornalista e sertanista santista desaparecido em 1968 Willy Aureli, 2ª edição revisada, ilustrada, ano 62, que também fala de chuva e seca do homem e da natureza.
Mas ao contrário de Vidas Secas, livro no qual se movimentam o vaqueiro Fabiano, a mulher Sinhá Vitória, os meninos “o mais novo e o mais velho” e a humaníssima cadela Baleia, na obra de Willy o interessante é o conjunto de histórias curtas em que se sobressaem personagens que o autor resgata de suas memórias.
Sertão, para Willy, “é a mesma coisa que deserto para o beduíno”. Ele:
- Sertão está na maioria das canções, das baladas, das rapsódias tão nossas! Sertão está na alma de todo caboclo que forma o enorme continente amassado e disperso aquém litoral (...) Sertão é o jaguar, é o hidrossáurio, o sáurio, o selvagem, o cervo, o ofídio, o corvo, a queixada. Sertão é tudo quanto rasteja, corre, negaceia. Sertão é sol e sombras atiradas por sobre a terra em grandes pinceladas. É o tormento sem igual, é a sede, a fome, a loucura. Sertão é o dia escaldante, pavoroso, a noite fria...
E como dizia Guimarães, em resumo:
- O sertão está em todo canto.
Visita polêmica essa, hoje, a do presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil. Ele é odiado por mundo e meio, inclusive por boa parte dos próprios árabes.
Considerado uma espécie de Hitler destes tempos modernosos em que o petróleo e coisas que tais são moedas muito fortes, Ahmadinejad, eleito há poucos meses por pleito fraudulento, segundo seus inimigos, quer discutir com Lula acordos no campo nuclear.
Isso dá arrepios.
Sempre que pode, o cara do Irã prega o fim de Israel e nega a existência do holocausto que dizimou seis milhões de judeus no correr da Segunda Grande Guerra.
Sei não, mas acho que isso não é bom para o Brasil...
Aliás, internacionalmente, acho que estamos num rumo torto.
Como fica o caso Battisti?
O Supremo entende que o ex-militante político italiano deva ser entregue ao país de origem para o acerto de contas devido, mas essa decisão caberá a Lula.
Eu, hein?
E o caso de Honduras?
Já passa de dois meses que Zelaya está morando na Embaixada brasileira de lá e nada se resolve.
O que fazer?
E o caso da Venezuela?
Embora cheio de petróleo, os venezuelanos andam em fila lenta para comprar alimentos nos supermercados. E isso com a falta de luz, água, seca...
Em noite de Balada Literária idealizada por Marcelino Freire, na Vila Madalena, perguntei ao poeta venezuelano Léo Felipe Campos, em mesa de bate-papo com o diretor do Museu da Língua Portuguesa Frederico Barbosa, Cláudio Willer e Rodrigo Garcia, na Livraria da Vila, o que se quer no seu país: democracia, foi a resposta.
O Chávez está enrolado.
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O amigo cearense José Xavier Cortez, da Cortez Editora, manda convite para lançamento hoje às 18 dos livros Educação Infantil e Registro de Práticas, de Amanda Cristina Teagno Lopes; Indisciplina e Disciplina Escolar Fundamentos para o Trabalho Docente, de Celso dos Santos Vasconcellos; e Formação de Professores na Educação Infantil, de Marineide de Oliveira Gomes. O lançamento será na livraria Cortez, à Rua Monte Alegre, 1074, Perdizes. Informações pelo telefone 3873.7111.