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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

LAMPIÃO E BONITA MORRERAM EM SERGIPE

Vera Ferreira, que citei no texto de ontem, manda e-mail ratificando o imperdoável lapso por mim cometido, ao dizer que Lampião foi assassinado em Alagoas.
“Assis meu amigo, como vc está?... Sempre estou acompanhando-o pelo seu blog... Parabéns! Olha só gostaria que fizesse uma retificação, por favor. Você falou que a Grota do Angico onde tombaram meus avós e mais nove companheiros, fica em Alagoas, quando na verdade ela fica em Poço Redondo, Sergipe.
Valeu amigo velho! Cuide-se com carinho!
Cheiros,
Vera”.
Como posso ter falhado nessa informação?
Já escrevi tanto a respeito do cangaço e do casal Lampião/Maria Bonita.
Até um poema do temido bandoleiro pernambucano que agitou a vida sertaneja gravei há um punhado de anos, com acompanhamento à flauta de Toninho Carrasqueira. Esse registro se acha no CD Assis Ângelo Interpreta Poetas Brasileiros.
Como se não bastasse, promovi a uns anos um grande debate público em torno do Rei do Cangaço. Foi num mês como este, no auditório do Centro Acadêmico XI de Agosto da Faculdade de Direito do largo de São Francisco, ao levar a júri simulado a questão: Lampião, bandido ou herói?
Dias antes, o legendário cangaceiro fora absolvido em consulta junto aos usuários da estação Brás da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, CPTM.
No Centro Acadêmico foi condenado a 12 anos.
À época, publiquei no jornal carioca A Nova Democracia:
“A condenação foi abrandada em um terço por ser o réu primário e beneficiário de atenuantes segundo o juiz que presidiu o processo, Antônio Magalhães Gomes Filho, titular de Processo Civil.
O Rei do Cangaço foi levado a júri sob a acusação de ter praticado junto com o seu bando uma chacina em Jeremoabo, na Bahia, no dia 13 maio de 1932. Nessa data tombaram mortas a tiros e a golpes de punhal várias pessoas de uma mesma família. A sentença, baseada na votação do corpo de jurados formado por estudantes de Direito levou em conta que o réu praticou a ação com requintes de crueldade. Cerca de 300 pessoas, incluindo jornalistas, escritores e artistas, assistiram a sessão.
Na sala do júri representou o acusado o ator Alessandro Azevedo, vestido a caráter. A seu lado a atriz Júlia Moura, no papel de Maria Bonita.
Os trabalhos foram desenvolvidos pelo promotor Luis Marcelo Mileo Theodoro e pelo advogado de defesa Alamiro Velludo Salvador Netto.
Antes de encerrar a sessão e elogiar os organizadores do evento, o juiz Gomes Filho disse que o processo pode ajudar a sociedade a refletir sobre as causas da violência no Brasil”.

ANIVERSÁRIO
E já que estamos falando do assunto, outro registro: dona Mocinha, de batismo Maria Ferreira, única irmã viva de Lampião, acaba de fazer 100 anos de idade. Ela mora numa parte pacata de Santana, na capital paulista, e tive o prazer de lhe conhecer pelos passos do meu amigo cangaceiro da pesquisa Antônio Amaury Corrêa de Araújo.