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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

OSWALDINHO E O BRASIL DE BONITEZAS

Este nosso Brasil é mesmo um país fantástico, não é?
Desde sempre.
Aqui tem de um tudo, do bom e do melhor, como diria a minha santa avó Alcina, que já está no céu, amém.
Cresci ouvindo dizer que somos o país do futuro, ora, ora.
O futuro é já, é sempre, não é amanhã.
Ouço céticos dizerem blá, blá, blá.
Sim, sim, eles são uns inconformados e o causo é que não poderia ser diferente, não é mesmo?
Cético diz blá, blá, blá e pronto!
É da natureza.
Quando chove ou faz frio, eles reclamam.
Quando faz sol e calor, também.
São um bando de São Tomés que nos lembram a cantiga da perua, o pássaro mortalha e também a acauã.
Como sofrem os céticos, hein, Deus do céu!
O bom - e eles nem desconfiam - é amanhecermos certos de que nascemos no país certo: Brasil, inclusive porque aqui não há abalos sísmicos impiedosos e tsunames arrasadores, como lá fora.
É verdade que Brasília vez por outra nos surpreende e nos faz, como nação, estremecer um pouco. Sim, claro, isso é da natureza dos sacanas que vêem até nas próprias mães um meio de se locupletarem, não é?
Esses merecem cana, cadeia das grandes.
Agora pensem: não é todo país que tem tantas coisas, tantas pessoas, tantos artistas incríveis, fantásticos, tão grandes como Oswaldinho do Acordeon, por exemplo, que é um mágico nos teclados; um artista de talento genial e cidadão que nos orgulha, de fi a paví, como diria o rei do baião Luiz Gonzaga.
A mestria de Oswaldinho é um dos nossos grandes orgulhos; e como ser, ele é, sem dúvida, um exemplo: quer queira, quer não.
Vocês já repararam no tamanho dele, no jeito calmo dele, tranquilo, apaziguador?
Já repararam no tamanho da sua obra, na beleza do som que extrai da sanfona que é o seu piano de peito?
Claro, Oswaldinho não nasceu para ser medido pela métrica cética, é certo.
E também não há como compará-lo, pois o seu estilo é muito próprio e fino, moldado ao melhor dos sentimentos, aos seres mais sensíveis.
Sim, Oswaldinho faz da sanfona a extensão da sua vida, cuja existência se escuta pelas notas que o seu coração dita e os seus dedos ágeis transmitem pelo instrumento que tão bem domina. Daí a sua alegria de viver, daí a nossa alegria de tê-lo entre nós.
É isso.
Agora, um recadinho: amanhã à noite, a partir das 23 horas, ele estará, junto com Zeca Baleiro, apresentando a sua arte para os privilegiados frequentadores da casa de espetáculos comandada por Paulinho Rosa, chamada de Canto da Ema, ali na Faria Lima, 364, Pinheiros.
Bora lá?
Eu vou.
Ele vai tocar Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e nós todos, isto é: o Brasil de bonitezas.