Há um ano e um mês deixava a convivência terrena o pernambucano Leon Barg, criador do selo musical Revivendo, com sede no Paraná.
Por sua iniciativa foram relançados centenas de discos nos formatos de LPs e CDs, com músicas, na grande maioria dos casos, extraídas dos velhos bolachões de 78 rpm e trabalhadas com a perícia de mágicos, para ficarem audíveis.
Verdadeiras pérolas resultaram disso, mas de pouca tiragem.
Para poucos, portanto.
Por que são numericamente tão pequenas as tiragens da Revivendo?
A Revivendo é uma marca que deveria contar com o apoio direto de quem tem bom-gosto e sensibilidade.
Refiro-me, principalmente, a empresas da iniciativa privada e também da esfera oficial nos seus três alcances: municipal, estadual e federal.
Por que digo isto?
Porque é preciso preservar a memória.
E isso tem a ver com governo etc.
Não é fácil tocar adiante um projeto tão bonito como esse idealizado e praticado por Barg, agora sob os cuidados das herdeiras, esforçadas e idealistas como o pai, Laís e Lilian.
Pouquíssimos títulos foram à praça desde o desaparecimento do seu criador.
As razões são óbvias: dinheiro curto, burocracia e herdeiros lamentáveis.
Herdeiros põem dificuldades em tudo, pois querem mesmo é faturar de qualquer maneira.
Entre os novos títulos lançados, destaque para os três volumes Orlando Silva, O Cantor das Multidões; Vicente Celestino, Mia Gioconda; e Caprichos do Destino, de Jacob do Bandolin.
Meu amigo, minha amiga, saia daí e vá correndo à Fenac, à Cultura ou outra casa do ramo comprar, antes que se acabem.