Fazia tempo que eu não lia jornais de domingos, como Folha e Estadão, com tanto conteúdo.
Ao contrário dos canais de televisão, todos iguais; e para pior, nestes dias de fim do governo Lula e véspera do feriadão de 15 de novembro.
Gugu, ahg!
Eliana, ahg!
Sílvio...
Plim, plim, futebol.
Nada mal.
Nesse canal, vi hoje parte do jogo que deu final de 3 x 0 contra os periquitos do Felipão.
O amigo Marcelo Cunha, doente palmeirense até as entranhas, deve estar se roendo e sendo amarrado, neste instante, numa camisa de força pela Ângela, sua paciente companheira que já chegou a lhe recomendar, como lenitivo, que ele troque depressa de camisa.
A do Corinthians o espera, não é Ferrari?
Hahahahaha.
A Folha destacou na primeira página a zebra de SS, o homem sorriso da TV: “PanAmericano pagou juros de R$ 120 milhões a cliente”.
Ô cabra privilegiado, esse cliente.
E no Estadão, mesmo sobre grana, a manchete foi outra: “Estados vão pressionar Dilma por mais dinheiro”.
O Estadão, para o qual já trabalhei como chefe de reportagem política, nos 80, já deu manchete mais inteligente... Pensem comigo: não é óbvio que os governos estaduais, quaisquer governos, peçam mais recursos ao governo federal?
Ora, quando não se tem o que dizer...
Mas a Folha também publicou neste domingo obviedades, como uma foto de quatro colunas com a seguinte legenda: “O pescador Flavio de Mesquita com mulher e filhos na praia da Lage (AL); beneficiários do Bolsa Família, ainda passam fome”.
Não se acaba a miséria de um país de uma hora para outra, não é mesmo?
E o Lou Reed, hein?
Já gostei.
Ele me lembra, nas suas letras e comportamento, um pouco do velho atormentado e sempre bom Augusto dos Anjos...
O Estadão trouxe notícia importante sobre um diário até agora desconhecido, de uma adolescente alemã vítima do terror nazista: Lore Dublon.
Lore deixou com sua escrita o sofrimento do mundo sobre os males da guerra.
Viva Lore!
Por fim, o mesmo Estadão trouxe matéria de página inteira, muito bem-feita, sobre aquela menina que perdeu a cabeça mostrando as pernas numa universidade de São Paulo, onde estudava Turismo.
Pois é, ela virou banal.
Enquanto isso, artistas como o baiano Xangai e escritores como o mineiro Roniwalter Jatobá, se desdobram nas suas artes para ocupar um espaço desse tamainho num jornal qualquer do País.
Fui!
Ah! Sim: o Corinthians acaba de assumir a liderança do campeonato.
PS - A foto que ilustra estas mal batidas linhas mostra Sílvio Santos um tanto série falando com este escriba. Foi feita pelo fotográfo do Estadão, não sei se ainda, no dia 6 de maio de 1988. Um desafio a quem me ler: o que ocorreu na semana de 6 de maio daquele ano?