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sábado, 30 de abril de 2011

INEZITA CONTA HISTÓRIAS INFANTIS NO PARQUE

Inezita ligou para dizer da sua alegria com o livro A Menina Inezita Barroso, que escrevi e a Cortez editou. A Menina acaba de ser lido por uma de suas netas que mora em Londres.
Outra alegria, que ela revelou, foi a gravação especial para o seu programa Viola Minha Viola com os irmãos paranaenses José e Durval, mais conhecidos por Chitãozinho e Xororó.
Há muito isso estava previsto, mas só quarta foi possível por causa da agenda cheia dos dois.
Durante a gravação a dupla canta várias músicas e a última, exatamente Chitãozinho e Chororó, de Serrinha e Athos Campos, junto com a apresentadora.
O programa Viola Minha Viola, líder de audiência da TV Cultura, vai ao ar no próximo dia 15, um domingo.
Chitãozinho e Xororó está completando 40 anos de carreira, a contar do primeiro disco que gravou, um LP, intitulado Moreninha Linda, com o esclarecedor subtítulo: Chitãozinho e Chororó (dupla infantil de violeiros), lançado em 1971 pelo selo Tropicana, da extinta CBS.
Chitãozinho (José Lima Sobrinho) nasceu no dia 5 de maio de 1954 e Xororó (Durval Lima), no dia 30 de setembro de 1957.
Detalhe: no segundo LP, o C de Chororó é substituído por um X, para diferençar a dupla da ave que inspirou os autores da música, comum de sul a norte do País.
O disco de estréia dos dois foi produzido por Roberto Stanganelli e Ariowaldo Pires, famoso por sua vasta obra e pelo curioso pseudônimo Capitão Furtado.
A primeira gravação da música que mudou a vida dos irmãos José e Durval foi gravada como toada pela primeira vez por um dos seus autores, Serrinha, e Caboclinho, no dia 24 de janeiro de 1946 e lançada no ano seguinte pela fábrica de discos Odeon, à época com sede no rio de Janeiro. A segunda gravação foi feita pela mesma dupla, no dia 5 de junho de 1951 e lançada simultaneamente PE extinta Continental e um de seus selos, Caboclo.
Detalhe para o título original dessas gravações: Chintanzinho e Chororó.
Mais Inezita: amanhã, às 11 horas, a apresentadora do Viola Minha Viola estará no Parque da Água Branca, contando histórias para crianças de 8 a 80 anos.
Eis aí uma raríssima oportunidade para ver e ouvir Inezita contar histórias infantis.
E de graça!
Vamos nessa?
PS- detalhe para a capa de disco que ilustra este texto, mas precisdamente para o crédito abaixo.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

INTELIGÊNCIA E SENSIBILIDADE, DE LUTO

É a velha história:
“... Na primeira noite, eles se aproximam/e roubam uma flor/do nosso jardim./E não dizemos nada./Na segunda noite, já não se escondem:/pisam as flores, matam nosso cão,/e não dizemos nada./Até que um dia,/o mais frágil deles/entra sozinho em nossa casa/roubam-nos a luz, e,/conhecendo nosso medo,/arrancam-nos a voz da garganta/E já não podemos dizer nada...”.
Lembrei desse poema (No Caminho Com Maiakósvski), do niteroiense Eduardo Alves da Costa, ao tomar conhecimento do crime cometido por João Sayad esta semana, ao demitir, num minuto e meio e sem nenhuma razão e prosa, o grande maestro e arranjador paulistano Júlio Medaglia, um nome cuja inteligência e sensibilidade o mundo civilizado elogia e aplaude; menos a direção da Fundação Padre Anchieta, que há muito anda correndo loucamente para se nivelar por baixo, como tudo indica, à grade comercial das emissoras abertas, que não têm compromisso algum com educação e cultura deste País historicamente judiado pelas elites e colonizadores.
A demissão do maestro da Fundação Padre Anchieta equivale a um retrocesso sem igual no campo da cultura musical, por isso não custa compará-la à violência praticada pelo personagem do poema de Eduardo Alves da Costa, que, aliás, por falta de esclarecimentos, muita gente inda pensa ser da lavra do poeta russo referido no título.
Júlio Medaglia tem ensinado e ajudado o quanto pode a formar opinião e a divulgar o que há de bom na nossa cultura, primeiro através do programa Pentagrama e depois através do programa Temas e Variações, que apresentou até terça passada pela Rádio Cultura FM.
Perdemos todos, incluindo os jovens instrumentistas que exibiam talentos a granel no belíssimo programa Prelúdio, criado, dirigido e apresentado pelo maestro nos fins de semana, via TV Cultura.
Enquanto Serra trabalha no desmonte do PSDB e a direção Fundação Padre Anchieta troca os pés pela cabeça, quem paga o pato são os cidadãos, em prejuízo à formação cultural de quem não tem opção de escolha na televisão.
O maestro foi funcionário da Fundação durante cerca de duas décadas, não custa lembrar.
Nos últimos cinco anos, ele continuava trabalhando na empresa, mas sem vínculos empregatícios; e o que ganhava como remuneração, servia apenas como ajuda de custo, digamos assim. Isto é: praticamente ele pagava para trabalhar.
Uma pena.
A sua demissão pelo Sr. Sayad é lamentável sobre qualquer aspecto.
A inteligência está de luto.
E não fazemos nada...

AVANT-PREMIÈRI
João Bernardo Caldeira informa hoje na sua coluna que será lançado até junho um novo canal de TV a cabo, o Movie Box Brazil, com conteúdo 100% nacional. Inicialmente, a programação será toda composta por programas licenciados, adquiridos com produtores e distribuidores como Downtown e Imovision. Até outubro, outros dois canais serão lançados, também dedicados a conteúdo nacional, focados em música e turismo. Nos próximos 20 dias, o sinal via satélite entrará em fase de testes. Para exibição dos canais, estão sendo mantidas negociações com a NET e a OI TV. No ano passado, o setor de TV por assinatura cresceu 30% em assinantes. Além do mercado interno aquecido, o momento é bom porque o Brasil atualmente é uma vitrine internacional.
Fica o registro.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

CORDEL, PRÍNCIPES E PRINCESAS

Como Amor e Revolução do SBT, o folhetim eletrônico Cordel Encantado da Globo estreou nos primeiros dias deste mês de abril.
Mas não dá pra fazer comparações.
Uma trata de episódios da ditadura militar implantada no Brasil no dia 1º de abril de 1964, e a outra é toda ficção.
O ponto de partida da história da Globo é o reino encantado de Seráfia do Norte, governado pelo rei Augusto (Carmo Dalla Vecchia).
Augusto e sua rainha Cristina (Alinne Moraes), mais a herdeira de ambos, ainda bebê, chamada Aurora, partem para uma aventura arriscada no Brasil: caçar um tesouro escondido n´alguma parte do sertão nordestino pelo fundador do reino, dom Serafim.
E acontece a primeira tragédia: a morte da rainha, planejada pela malvada duquesa Úrsula (Débora Bloch), que trama ocupar o trono e se vingar de Augusto, que a trocou por Cristina, uma plebéia como Kate Middleton que amanhã se casa com o príncipe William, o segundo na linha de sucessão ao trono britânico.
Na fictícia história escrita por Duca Rachid, a filha do rei Augusto e da rainha Cristina é salva e entregue a um casal de roceiros, que a cria com o nome de Açucena.
O reino de Seráfia do Norte vive em pé de guerra com Seráfia do Sul, do rei Teobaldo (Thiago Lacerda).
Para a paz voltar a ambos os reinos, é preciso que se cumpra um acordo: a filha de Augusto casar com o filho de Teobaldo, Felipe.
E a encrenca está criada.
A história é bonita e recomendável a todas as idades.
Detalhe: para preparar os telespectadores, a Globo destacou uma equipe do programa Globo Rural para mostrar a riqueza da nossa cultura popular, representada por cordelistas, repentistas e xilogravadores. A reportagem foi ao ar no começo deste ano e nela faço a distinção entre poesia popular e erudita: “Uma tem o lustre, tem o brilho da erudição no sentido de formação acadêmica e a outra, não. A outra é a poesia pobre. Ela é direta, é clara, não fica preocupada com expressões que as pessoas não conheçam. Ela não fica mexendo dicionários para encontrar palavras bonitas. São poesias que têm história com começo, meio e fim”.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

JORNALISTAS, REQUIÃO E DELEGADO FLEURY

O ex-governador Leonel Brizola ficou fora do Brasil na qualidade de exilado das forças da ditadura militar, durante uns 15 anos. Quando retornou, com a democracia engatinhando, disse que a nossa imprensa era a melhor do mundo etc. e tal, e que dela muito se orgulhava, pois através dela ficava sabendo o que ocorria no País.
Tanto tempo depois, ainda ouço e leio declarações de figurões da República espinafrando jornalistas, como o fez esta semana esse Requião senador do PSDB pelo Paraná.
Ele não gostou de ser questionado por um repórter sobre a pensão de R$ 24 mil que recebe do erário, como ex-governador do Estado do Paraná. E por não gostar do questionamento, arrancou abruptamente das mãos do repórter um gravador e o ameaçou: “Você já pensou em apanhar, rapaz?”
Triste episódio.
A imprensa ainda é a culpada de tudo, acusada etc.
São muitos os episódios parecidos com esse protagonizado por Requião, envolvendo profissionais da imprensa e figurões da vida pública.
Também aconteceu comigo nos meus tempos de Folha.
E ainda pior: apanhei do delegado Fleury durante uma entrevista coletiva, diante de alguns colegas que riam, enquanto ele, apoplético, gritava impropérios e me expulsava de seu gabinete a tapas e pontapés, no DOPS.
Apenas um jornal registrou isso, em poucas linhas: o JT.
Faz muito tempo.
Antes, noutra ocasião, eu quis saber do seu envolvimento com o Esquadrão da Morte, e ele disse: "No momento estou sub judice e acho um desrespeito à Justiça falar agora".
E prometeu que um dia responderia a tudo que lhe perguntassem, mas não deu tempo.
Na madrugada de 1º de maio de 1979, ele escorregou de sua lancha Adriana I, no ancoradouro de Ilhabela, litoral Norte de São Paulo, e morreu afogado, segundo o noticiário da época.
Detalhe: a matéria era para a Folha, mas a Folha, capitaneada por Bóris Casoy, não publicou. O Pasquim não só a publicou em várias páginas, como ainda deu capa.
Não está na hora de acabar com esse negócio de impedir o trabalho de jornalistas?

terça-feira, 26 de abril de 2011

MAIS AMOR E MENOS ÓDIO

É pesado, bastante pesado, o folhetim eletrônico do SBT Amor e Revolução, menos pela dramaturgia em si, mais pela carga emocional e violenta que o enredo apresenta.
As imagens são fortíssimas, especialmente as que contêm modos operandi de torturas praticadas por agentes do sistema da época.
A história se passa após o golpe militar que apeou do poder o presidente João Goulart, no dia 1º de abril de 1964.
A trilha sonora é variada: vai desde A noite de Meu Bem, de Dolores Duran, a Cálice, de Gil e Chico, com Pitty; passando por Opinião, de Zé Kétti, com Nara; a Disparada, de Theo de Barros e Vandré, e Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores, ou Caminhando, do mesmo Vandré, com Fafá de Belém e, noutra versão, com Charlie Brown Jr.
A trilha, até aqui, representa o que se ouvia na época; mas ainda falta muito, como A Triste Partida, de Patativa do Assaré, gravada pelo rei do Baião, Luiz Gonzaga, em 1964.
Para a abertura do folhetim, pensou-se na guarânia Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores, música-símbolo da resistência à ditadura.
As conversas entre a produção de Amor e Revolução e o autor de Caminhando ainda não chegaram a ponto final.
Bom, Vandré continua como o único brasileiro em greve no Brasil.
Ah! Sim: acho que o folhetim do SBT deve ter mais amor e menos ódio.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

CARMEN QUEIROZ LANÇA NOVO CD, NO SESC

A cantora procopense Carmen Queiroz está com disco novo chegando à praça de maneira independente. É o 4º da carreira bonita que tem trilhado, completando agora 20 anos.
Chama-se Enquanto eu Fizer Canção, cujo repertório homenageia uma dezena de cantoras de sua predileção, como a portuguesinha Carmen Miranda, Dalva de Oliveira, Aracy de Almeida, Elizeth Cardoso e Ângela Maria.
A faixa que inicia o disco é Alô, Alô, do carioca André Filho, também autor de Cidade Maravilhosa, hino oficial do Rio de Janeiro. Essa música, originalmente uma marchinha, foi gravada originalmente em disco de 78 rpm por Aurora Miranda, irmã de Carmen, e o autor André.
Enquanto eu Fizer Canção será lançado no próximo dia 30, às 21 horas, no Sesc Pompéia, em show de 90 minutos que contará com a participação de Ângela Maria. Os músicos que as acompanharão são de primeira linha: Edmilson Capelupi (violão 7 cordas), Edson Alves (6 cordas), Daniel Ferruge (cavaquinho), João Poleto (flauta), Jotagê Alves (clarinetes), Celso Almeida (bateria) e Roberta Valente e Léo Rodrigues (percussão).
Ontem Carmen Queiroz (foto) esteve no programa O BRASIL TÁ NA MODA (de segunda a sexta, entre 14H30 e 15 horas), pela Rádio Trianon AM 740 (que pode ser acessado também pela Internet, online).
Hoje, o meu convidado é o escritor Roniwalter Jatobá, que há pouco lançou o livro O Jovem Luiz Gonzaga, pela editora Nova Alexandria.
Fiquem ligados!

ANIVERSÁRIO
Deixou aqui registrado o aniversário, hoje, de Joana Neiva, provavelmente a brasileira que se faz mais presente nos eventos culturais desta cidade de São Paulo. Meus parabéns Joana, e muitas felicidades.

terça-feira, 19 de abril de 2011

NO MULHERES DA GAZETA EU, INEZITA E PAPETE

Foi bom demais rever os amigos Elomar, Xangai, Vital Farias e Geraldinho Azevedo no Teatro Simon Bolivar do Memorial da América Latina, ontem às 9 da noite.
Os malungos cantaram e cantaram.
Foi bonita a festa, pá!
Vital dominou o espetáculo, com natural brasilidade.
Falou, entre uma música e outra, de pessoas importantes da nossa cultura popular como o historiador José Ramos Tinhorão, que sábado viaja, mais uma vez, a Portugal.
Depois do espetáculo, fui tomar cana com Elomar, tendo Andrea e Rita Cajaíba como anjas de plantão, a tudo observando e cuidando.
Eita!
No bar, Elomar estava mais desenvolto do que no palco.
Detalhe: o espetáculo, chamado de Cantoria, confirmou a tendência política de Vital, hoje o esquerdista mais autêntico do País.
Velha história: não digam a Tinhorão que o Muro foi derrubado, pois ele é o muro.
....................
Vocês estão acompanhando o programa O BRASIL TÁ NA MODA?
O convidado especial de amanhã é o romancista mineiro Roniwalter Jatobá. Vamos conversar a respeito de literatura etc. e tal.
Quem não nos ouvir é bobo.
E tenho dito!
.......................
Logo mais às duas e pouco da tarde, estarei no programa Mulheres, da TV Gazeta, junto com Inezita Barroso e o percussionista maranhense Papete, meu parceiro na música A Brasileira Inezita. O programa é reprise e vale de novo no ar por sua importância documental e histórica. Inezita é dez, multiplicada por milhões!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

DONA ZICA PARTIU E NINGUÉM NOTOU. PÕXA VIDA!

Lamentável, sob todos os sentidos: nenhuma linha nos nossos jornais do rádio e tevê, e também no portal UOL e noutros portais e saites de pesquisas como o Google, sobre o encantamento sábado, pouco depois das 20, da artista plástica e autora da valsa Lampião de Gás, Zica Bergami.
Na foto, eu e ela.
Dona Zica se despediu de nós dormindo, com seus 97 aninhos...
Era uma pessoa dulcíssima.
Cheia de vida, alegre.
Eu a conheci há quase trinta anos, de ir a sua casa e beber o uísque - sem gelo, claro - que sempre gostei e que me ofertava sem, por seu turno, tomar um tico sequer.
Andrea brigou comigo várias vezes, pedindo pra me controlar...
Eu, hein!
Dona Zica ria, achava graça disso.
Ela era natural, espontânea, amabilíssima.
Deixou apenas uma filha: Silvinha, maravilhosa.
E eu dizia a Andrea: vamos à casa da Zica, vamos visitá-la, ela tem andado cansada...
Mas não sobrava tempo.
Deus do céu! Como somos desatenciosos à vida e às pessoas de quem gostamos e de quem queremos bem!
Dona Zica era a avó que todos nós gostaríamos de ter, sem dúvida.
Grande pintora "naïf", que a gente do nordeste chama de "primitiva".
Tenho vários desenhos seus valorizando de querência as paredes do meu lar.
E agora, confesso: ela seria a minha próxima “menina” na série de livros que estou preparando e que teve como primeira biografada a rainha da moda, Inezita “Zitinha” Barroso.
Flores em vida como cantava o sábio e querido Nélson Cavaquinho.
Adeus, dona Zica.
Certamente nos reencontraremos em breve.
Detalhe: ao tomar conhecimento do passamento de dona Zica, Andrea avisou o mais rápido a Marcelo, sobrinho e produtor de Inezita dizendo o que havia sucedido. E triste, Inezita, que se aprezentava num palco da programação Virada Paulista, na Luz, espalhou o seu sentimento: partiu para a eternidade uma grande mulher e amiga, a Zica.
A vida é de morte.
Outra informação que não se acha nos jornais de hoje é:
Daqui a pouco, às 21 horas, os amigos Elomar, Xangai, Geraldinho Azevedo e Vital Farias estarão mais uma vez reunidos num encontro de malungos, dessa vez no Memorial da América Latina.
Claro, estarei lá.
Agora pergunto: vocês estão acompanhando o programa O BRASIL TÁ NA MODA, pela Trianon AM 740, e também pela Internet online?
Boa noite.

domingo, 17 de abril de 2011

MORREU A AUTORA DE LAMPIÃO DE GÁS


Coisas da vida.
Zica Bergami, autora da valsinha Lampião de Gás partiu.
Tinha 97 anos completados em agosto.
O caso se deu ontem por volta do Jornal Nacional, quando era anunciada a programação da 7ª Virada Cultural, na capital paulista.
Ela estava dormindo, em casa. De repente, foi percebido que já não respirava.
Tomei ciência da notícia agora, quando me preparava para sair e assistir Inezita Barroso cantar num palco armado na estação da Luz, aqui perto de casa.
No repertório, claro: Lampião de Gás, cujos arranjos originais foram feito pelo maestro Hervê Cordovil.
A música foi lançada em maio de 1958, num disco de 78 rpm. Selo acima.
Dona Zica deixa músicas, saudades e uma filha sem filhos, Sílvia.
O corpo está sendo velado no Cemitério São Paulo e será sepultado ao meio-dia.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

POEMA PRA EMBALAR TRISTEZAS

O negócio notícia é coisa de pega pra capar.
Ver Boris Casoy chiando porque a TV Globo deu notícia que a sua empresa, a Bandeirantes, não deu antes, como queria, é de lascar!
Nos meus tempos e nos tempos inda de hoje, o furo é salutar. Como conseguí-lo são outros quinhentos, ora!
Boris, para com isso!
Eu mesmo fiz furos nos tempos que você chefiava as minhas pautas na Folha e alguns você não publicou,lembra?
Um exemplo: o caso do Esquadrão da Morte...
O caso aqui se refere à loucura do louco de Realengo.
Um poeminha meu, para ilustrar a tristeza dos brasileiros. Nós:

O Brasil está de luto
O Brasil está chorando
Com a tragédia em Realengo
Todo o povo está pensando:
“Meu Deus, como pode um ser
Sem razão sair matando?”

Foram dezenas de tiros
Disparados à queima-roupa
Dentro de uma escola pública
Uma tragédia muito louca
Que enlutou o mundo todo...
Meu Deus: não é coisa pouca!

Um elemento terrível
Insano, sem piedade
Atirou e matou gente
Confrontando a liberdade
Acabou com muitos sonhos
Exercitando bestialidade

Meu Deus, Meu Deus por que,
Por que tanta crueldade?
Se a vida a nós é dada
De graça e sem maldade
Sem nenhum gasto, sem nada
Por que tão dura realidade?

domingo, 10 de abril de 2011

PLIM, PLIM, INEZITA BARROSO!

Há coisas curiosas e legais na capenga grande da nossa televisão.
Como explicar, por exemplo, o Faustão falando do livro A Menina Inezita Barroso que a Cortez Editora acaba de levar à praça e prosseguir serelepe apresentando o seu programa dominical, cheio de besteiras e quadros perdas de tempo?
Gugu?
Deus do céu, um horror!
Silvio Santos?
Deixa pra lá, como o seu clone Amilcare não sei o quê que se vangloria por vender tudo, “menos a mulher e os filhos”, como disse em longa entrevista publicada ontem pelo portal UOL.
E o Amary Jr., hein?
Datena e sua cópia da Record, então, cujo nome nem lembro, falando de tragédias brasileiras, quando eles próprios são isso?
Quanto aos telejornais, esses são pura e simplesmente iguais.
Diferentes, só os canais.
O noticiário da serena Maria Lídia, na velha Gazeta, é dos melhores, embora conte com pouquíssimos recursos.
Com referência aos canais a cabo são poucos os que se salvam, como o National Geographic.
No 2, da Fundação Padre Anchieta, um detalhe parece se esconder aos olhos de todos, no cômputo geral mediado pelo Deus Ibope: Viola Minha Viola, há três décadas no ar sob o comando da Rainha da Moda, Inezita Barroso, é o líder de audiência da grade, apesar dos pouquíssimos recursos que a apresentadora conta para se firmar no topo da programação.
Aliás, uma pergunta: por que a direção não investe mais nessa grande mulher e no seu longevo programa, hein?
O caderno TV do Estadão de hoje mostra a atração de Inezita empatada com Planeta Terra e Festival Mazzaropi.
Detalhe: o que se está levando ao ar a um tempão são reprises do Viola.
Pois, pois, como dizem os portugueses quando nada querem dizer.

AMOR E REVOLUÇÃO
- E a nova novela do SBT, hein? Mistura de ficção e realidade?
Vamos ver, vamos ver.

CULTURA POPULAR
- E a nova novela da TV Globo, hein? Estréia segunda, com o título Cordel Encantado.
Ontem ouvi cordelistas felizes, dizendo que, enfim, a Plim, Plim começa a reconhecer o trabalho deles. Eu, hein! A Globo não é boba,gente!

ROBERTÃO 70
- Pois é: no próximo dia 19, também Dia do Índio, o Robertão das canções e baladonas apaga 70 velhinhas, como dizem os cariocas.

sábado, 9 de abril de 2011

MARCO HAURÉLIO E MEUS ROMANCES DE CORDEL

Coisa bonita de conteúdo e embalagem é o novo livro do baiano Marco Haurélio, doutor em cordel e brasilidade.
Chama-se o livro Meus Romances de Cordel, que a Global Editora, do meu velho amigo Luís, está pondo à praça.
Luís, como Haurélio, foi mordido pelo vírus da brasilidade.
E como Luís e Haurélio, também José Cortez das terras do Rio Grande do Norte, do imortal Câmara Cascudo, que, assim mordido, pôs à praça A Menina Inezita Barroso, deste besta cá de linhas tortas.
E desse modo, nas contadas dos botões, dá pra perceber mais do que depressa que o Brasil de baixo pode chegar ao Brasil de riba antes do que se pensa.
Pelo menos no tocante cá imaginável.
Meus Romances de Cordel reúne meia dúzia, mais um, de folhetos de Haurélio.
Eu os li muito antes de serem enfeixados nesse belo volume, ilustrado por um nome a mim até aqui onde me permite a ignorância: Luciano Tasso, de sensibilidade invejável e de bom traço, e a quem a história certamente reservará um bom lugar.
O novo livro de Marco Haurélio traz de uma só tacada O Herói da Montanha Negra, Presepadas de Chicó e Astúcia de João Grilo.
E também a História de Belisfronte, o Filho do Pescador.
Tudo é muito bom e bonito de leitura.
Pra mim, que leio pouco e penso menos ainda, os destaques do livro são História da Moura Torta e Os Três Conselhos Sagrados.
Haurélio ainda tem muito a nos dar.
Viva Marco Haurélio!

PS - Meus Romances de Cordel foi lançado hoje, no fim da tarde, na Livraria Cortez, em Perdizes. Na ocasião, tive o prazer de reencontrar cordelistas amigos,entre os quais Moreira de Acopiara, João Gomes de Sá, Rouxinol do Rinaré, Klévisson Viana e Varneci Nascimento; além do romancista Roniwalter Jatobá.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

INEZITA, KLÉVISSON E ITAMAR BORGES NO RADIO

Muita coisa tem sido dita ao meu respeito, como esta:
- Assis é defensor da cultura popular, da cultura brasileira.
A cultura do País não precisa de defensor. Ela por si só existe e por si só se perpetua.
É importante que a vivamos.
Só isso.
É maravilhosa a nossa cultura, especialmente a do povo, a popular, essa que o tempo nos revela desde que o tempo é tempo.
O estudioso e amigo que Deus levou Luís da Câmara Cascudo me disse muitas vezes nas conversas em sua casa, em Natal, que a formação de um bom cidadão passa necessariamente pelo conhecimento do que faz o povo anônimo da terra.
Faz-se necessário, pois, que se estude a cultura popular, e que esse estudo vá direto à escola, à petizada.
Antes de mostrarmos a cultura de outros povos, é importante mostrarmos a riqueza cultural do País.
Como gostar do País se nada ou quase nada dele conhecemos?
Nesse ponto, estamos a descoberto.
É preciso ensinar.
É preciso mostrar o que se faz culturalmente nas nossas cinco regiões: Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Temos música de ritmos vários e danças tantas, folguedos etc.
Tenho procurado mostrar a nossa riqueza cultural através dos programas de rádio e TV que apresento, e também através dos meus textos neste blog e também nos livros que publico, como no mais novo A Menina Inezita Barroso, pela Cortez Editora; e também através do programa de rádio O Brasil tá na Moda, pela Trianon todos os dias, entre 14:30h e 15 horas, ao vivo.
Hoje, por exemplo, encerrarei a série Inezita Barroso, no ar desde segunda passada.
No estúdio, muita gente que tem o que dizer como o cearense Klévisson Viana, cordelista incrível e não menos incrível desenhista.
Klévisson é uma bomba sempre prestes a explodir em idéias e ações.
Agora mesmo ele está com uma obra fantástica prestes a ser editada, Santuário Brasileiro - 10 Santos do Imaginário Popular, resultante de parceria com o artista plástico Tarcísio Garcia.
O cordelista escreveu e o artista desenhou uma história de santos que estão na boca do povo: Santa Briguilina, São Nunca, Santo de Casa, Santo de Barro, Santo do Pau-Oco, Santo Remédio, Santa Paciência, Santo do Dia, Santa Ignorância e Todo Santo. Ele diz:

Todos crêem no Santo Dia
Que é santo poderoso
Tem a Santa Ignorância
Que castiga o vaidoso
E o famoso Todo Santo
Que é muito pesaroso.

E um pouco mais adiante, escreve Klévisson:

Para baixo Todo Santo
É quem sempre presta ajuda
Uma âncora na cintura
Sua figura não muda
Precisar de Todo Santo
É sempre um Deus nos acuda.

Lá pelo meio do texto, desenvolvido em sextilhas, escreve o cordelista:
Rogo a Santa Paciência
Que me dê disposição
Perseverança e coragem
E amor no coração
Pois a mesma é padroeira
Da sonhada perfeição.

Os últimos versos do Santuário Brasileiro, obra que nasce clássica, são estes:

Baseado no folclore
Eu escrevi este artigo
Porém para sua vida
Lhe dou um conselho amigo
O meu avô já dizia:
“Creia em Deus que é santo antigo”.

Comigo também estarão o ex-gerente de políticas públicas do Sebrae em São Paulo, Silvério Crestana, e o deputado estadual de Santa Fé do Sul Itamar Borges. Claro, falaremos de cultura popular, política e economia.
A cultura popular é a identidade do povo.