É pesado, bastante pesado, o folhetim eletrônico do SBT Amor e Revolução, menos pela dramaturgia em si, mais pela carga emocional e violenta que o enredo apresenta.
As imagens são fortíssimas, especialmente as que contêm modos operandi de torturas praticadas por agentes do sistema da época.
A história se passa após o golpe militar que apeou do poder o presidente João Goulart, no dia 1º de abril de 1964.
A trilha sonora é variada: vai desde A noite de Meu Bem, de Dolores Duran, a Cálice, de Gil e Chico, com Pitty; passando por Opinião, de Zé Kétti, com Nara; a Disparada, de Theo de Barros e Vandré, e Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores, ou Caminhando, do mesmo Vandré, com Fafá de Belém e, noutra versão, com Charlie Brown Jr.
A trilha, até aqui, representa o que se ouvia na época; mas ainda falta muito, como A Triste Partida, de Patativa do Assaré, gravada pelo rei do Baião, Luiz Gonzaga, em 1964.
Para a abertura do folhetim, pensou-se na guarânia Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores, música-símbolo da resistência à ditadura.
As conversas entre a produção de Amor e Revolução e o autor de Caminhando ainda não chegaram a ponto final.
Bom, Vandré continua como o único brasileiro em greve no Brasil.
Ah! Sim: acho que o folhetim do SBT deve ter mais amor e menos ódio.