"Nunca se viu uma técnica tão apurada e dedos mais velozes do que os de Mirco Patarini".
A opinião aí expressa a meu pedido é do craque carioca Oswaldinho do Acordeon sobre seu colega italiano Mirco Patarini, que estará logo mais às 14 horas no programa O BRASIL TÁ NA MODA, no ao, ao vivo, pela rádio Trianon AM 740 e também pela Internet.
Não é comum um sanfoneiro elogiar outro, um músico elogiar outro.
Em suma: é difícil um craque elogiar outro, principalmente de maneira pública e natural.
Lembro do rei do baião Luiz Gonzaga que não só elogiava quando tinha de elogiar, mas até dava sanfonas a quem achava que tinha talento para seguir em frente.
Foram mais de 200 sanfonas presenteadas no correr da sua vida, mas poucos foram, de fato, os sanfoneiros cujo talento ele, o Rei do Baião, teve o prazer de acompanhar.
E aplaudir.
No caso, o pernambucano Dominguinhos e o cearense Waldonys se destacaram e deixaram feliz o velho gênio Gonzaga.
Liguem a Trianon às 14 horas.
Além de Patarini estarão no programa músicos integrantes do Movimento Sincopado em roda de choro para nunca ser esquecida e, de lambuja, a cantora e instrumentista mineira Jordana, que está lançando, junto com um DVD, um CD legal.
BILLY BLANCO
- E Billy Blanco, hein?
Partiu hoje cedo para a eternidade.
A última vez que nos vimos foi na noite de 3 de abril de 2008, no palco da Sala São Paulo fervilhando de tipos diversos, e a primeira no dia 22 de novembro de 1998 (foto à esquerda, de branco), no programa que eu apresentava na rádio Capital, chamado São Paulo Capital Nordeste.
Aquela noite na Sala São Paulo era de festa do lançamento do livro São Paulo Minha Cidade chancelado pela SPTuris e cujo derradeiro capítulo - São Paulo Esquina do Mundo, Memórias Musicais -, é de minha autoria.
Billy, de batismo William Blanco Abrunhosa Trindade, já não estava bem de saúde naquele ano e ele debitava isso à idade já avançada que carregavas nas costas.
É extensa a sua discografia.
Ele estreou na música chamando a atenção pelo samba sincopado, diferente, que desenvolvia.
Foi um dos precursores da bossa nova.
A sua primeira composição foi levada ao público pelo grupo vocal instrumental carioca Anjos do Inferno. Título: Pra Variar, samba gravado no dia 21 de setembro de 1951 e lançado em dezembro desse mesmo ano pela extinta RCA Victor.
Billy não chegou a gravar nenhum disco no formato de 78 RPM, mas muitos intérpretes, como Inezita Barroso, sim.
Inezita lançou um de seus clássicos, Estatutos da Gafieira.
É longa a lista de seus intérpretes: Lúcio Alves, Sílvio Caldas, Dick Farney, João Gilberto, Jamelão, Pery Ribeiro, Miltinho, Nora Ney, Dolores Duran, Elizete Cardoso, Dóris Monteiro, Elis Regina e até Hebe Camargo.
Billy Blanco era natural de Belém do Pará, estudou arquitetura no Mackenzie em São Paulo e graduou-se em Arquitetura e Belas Artes no Rio de Janeiro, onde morreu aos 87anos.