A programação da TV brasica está aquém do desejável.
E muito!
Entrevistadores e entrevistados contribuem com a inteligência dos quadrúpedes para a perpetuação da mesmice e a destruição da linearidade do pensamento.
Parece coisa orquestrada.
E deve ser, será que não?
Ficar diante da “maquininha de fazer doido”, como dizia o velho Stanislaw, é sofrer; com raras exceções: Inezita Barroso, Caco Barcelos, Arnaldo Duran e mais um e outro “do ramo” que escapa dessa loucura toda, que tem também por nome Globalização.
Televisão, como rádio, tem de privilegiar a sensibilidade, a espontaneidade e a inteligência – ou conteúdo, como se diz hoje.
O profissional para apresentar programas na televisão e rádio tem de ser gente com formação humnitária e descompromissado com o deus ibope.
Há pouco, lamento, vi/ouvi na telinha de um canal supostamente dirigido à alma da cultura, de São Paulo, um apresentador – cujo nome eu não guardei –, atabalhoado com sua produção ou direção, sei lá, pedindo vinhetas, imagens, sei lá, que não vinham nunca por razões que, sei lá, nos deixou “a ver navios”, como se dizia antigamente.
Lamentável, não é?
No canalzinho referido o tema era Chico Buarque, que até sexta-feira lançará à praça um novo disco, para deleite de muitos brasileiros.
Viva Chico!
O entrevistador entrevistava um crítico recém saído dos cueiros, que dava opiniões com a segurança de um bobo.
- Chico está velho, ele dizia com um sorriso de inteligência.
- Chico está lançando um disco inferior aos que já lançou, acrescentava.
- Chico nem sabe o que está dizendo o que lhe pediram para dizer.
- É marketing!
- Bom é Caetano cercado de rapazes, acrescentava o apresentador com um sorriso luminar; do tipo de quem acabara de ser alumiado pela chama do saber socratiano.
- Chico já era.
- Chico liberou, está dando vez à nova geração com esse disco de arranjos malfeitos.
E a imagem de Chico agora aparecia em p&b na telinha, rindo feito criança e com a naturalidade de um sábio.
Qual o problema de dizer que Chico Buarque de Hollanda é um grande artista brasileiro?
Por que sepultá-lo vivo, hein?
E, principalmente, num canal de TV que supostamente tem o compromisso de levar cultura aos telespectadores?
Foi isso o que tentaram o apresentador risonho, o crítico bobo e a TV que acolheu a ambos e a si própria.
O bom Lupicínio dissera nos 50:
- Ah, esses moços, pobres moços!
Ó: o saber não nasce bebê em ninguém.
PELÉ, CRIANÇAS E DROGAS
- Hoje é o Dia Nacional do Futebol.
Lembrei de Pelá no programa O BRASIL TÁ NA MODA, que apresento todos os dias na rádio Trianon AM 740, ao vivo.
Quando Pelé fez seu milésimo gol, chamou a atenção do mundo para o futuro das crianças.
Neste momento, agora, às 23 horas, o amigo e colega jornalista Caco Barcelos está mostrando a tristeza do fim da infância nunca iniciada de milhões de crianças, no Brasil.
Meu Deus, estou triste.