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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

ESPERANDO O FIM DO MUNDO

Não sei que nome tem
E nem quando vai chegar
Pode vir de muito longe
Até das entranhas do mar

Se das entranhas do mar
Vier virá com violência
Batendo findando tudo
Impoluto sem clemência

Poderá vir na forma de onda
Poderá vir de outra forma
Se na forma de onda vier
Mostrará força na forma

O mundo no qual vivemos está com os dias contados, dizem os profetas.
Entra ano, sai ano e gente morrendo de todo jeito; tanto de morte morrida, quanto de morte matada.
Para esses o mundo se acaba, de vez.
As catástrofes naturais se multiplicam, agora de novo nos Estados Unidos.
Ora ondas de calor, ora ondas de frio castigam gentes e bichos de canto a canto do planeta.
Em Sampa, hoje, a tarde chegou a ferver ao beirar os 40ºC.
Isso não é normal, como não é normal as pessoas se matarem tanto umas às outras.
O calendário Maia fala do apocalipse, previsto para o próximo dia 21 de dezembro.
Quem viver verá.
Aguardemos.
Ou não.

WALDONYS
O sanfoneiro cearense Waldonys é piloto e dono de um avião de acrobacias.
Ele me mandou por email o seguinte texto:
"O sol que brilha mais perto expulsa mágoa e desgosto, sentindo o vento no rosto desço com destino certo, meu paraquedas aberto sobrevoando as planuras tentáculos das criaturas que brilham entre o mormaço e eu nos braços do espaço desafiando as alturas... Vejo aos meus pés a paisagem florida e pura dos campos, refúgio dos pirilampos que voam entre a folhagem, sorrindo guardo esta imagem para recordações futuras e em baixo das matas escuras, cofre dos anseios meus, e eu mais perto de Deus, desafiando as alturas...".
E ele também me mandou uma de suas performances registradas pela TV Record.
Clique:
http://r7.com/CDtN

terça-feira, 30 de outubro de 2012

ZÉ RAMALHO E O FIM DO MUNDO

Clique, pequeno registro do que foi o espetáculo estrelado por Zé sabado passado no Credicard Hall:
Aquela terça-feira 30 de outubro de 1945 amanheceu trazendo no seu bojo uma certeza: Getúlio não era mais o mandachuva da Nação e se achava exilado em sua própria terra, São Borja, no Rio Grande do Sul.
Mas até que isso ocorresse, como consequência de um movimento revoltoso levado avante por generais de seu próprio Ministério, muito tempo se passou.
Passou precisamente o tempo de 15 anos e 1 mês.
Mas ele reassumiria o poder no dia 31 de janeiro de 1951 e da história só sairia de vez na madrugada fatídica de 24 de agosto de 1954, quando, pressionado pelos opositores, à frente Carlos Lacerda, resolveu dar um tiro no peito.
Antes de Lula, Vargas foi o mandatário mais admirado pelo povo que, aliás, o levou de volta, nos braços, ao poder pelo voto direto.
Ele foi o 14º presidente do Brasil.
E foi também o presidente mais cantado em verso, prosa e música até hoje.
Entre os cantores que emprestaram a voz para dezenas de composições em seu louvor se acham Sílvio Caldas, Nélson Gonçalves, Moreira da Silva, Nuno Roland, Ataulfo Alves, Carlos Galhardo, Jaime Redondo, Francisco Alves, Jorge Goulart, Chico Buarque, Jackson do Pandeiro, Zé Ramalho...
Alguns títulos em que ele aparece como personagem e os períodos em que esteve à frente das decisões do País, incluindo o Estado Novo:
- Harmonia, Harmonia!, de Hekel Tavares e Luiz Peixoto (1929).
- Comendo Bola, de Hekel Tavares e Luiz Peixoto (1929).
- G e Gê (Seu Getúlio), de Lamartine Babo (1931).
- A Menina Presidência, de Nássara e Cristóvão de Alencar (1937).
- Glórias do Brasil, de Zé Pretinho e Antônio Gilberto dos Santos (1938).
- E o Negócio é Casar, de Ataulfo Alves (1941).
- O Sorriso do Presidente, de Alcyr Pires Vermelho e Alberto Ribeiro (1942).
- Brasil Brasileiro, de Sebastião Lima e Henrique de Almeida (1942).
- Diplomata, de Henrique Gonçalez (1943).
- Aí! Gegê, de João de Barro e José Maria de Abreu (1950).
- A Voz do Povo, de J. B. Carvalho, que comporia também o samba Avante Brasileiros (1950).
- Retrato do Velho, de Marino Pinto e Haroldo Lobo (1951).
- Ministério da Economia, de Geraldo Pereira e Arnaldo Passos (1953).
- Trabalhadores do Brasil, de Silvino Neto (1953).
- Se eu Fosse Getúlio, de Roberto Roberti e Arlindo Marques Júnior (1954).
- Ele Disse, de Edgard Ferreira (1956).
- Hino a Getúlio Vargas, de João de Barro (1958).
Getúlio também foi muito paparicado pelos poetas improvisadores ao som de violas e de bancada, como são chamados os cordelistas; entre esses Rodolfo Coelho Cavalcanti, Antônio Teodoro dos Santos, Delarme Monteiro da Silva, Francisco Sales e Manoel d´Almeida Filho, autor de Encontro do Presidente Tancredo com o Presidente Getúlio Vargas no Céu, folheto em que Vargas diz a Tancredo:

Você sabe que deixei
O País passando bem
Criei as leis trabalhistas
Os institutos também
Para que o povo não fosse
Mais escravo de ninguém

Criei o salário mínimo
Por todos obedecido
Somente uma vez por ano
Ficou estabelecido
Era a primeiro de maio
O aumento concedido

FIM DO MUNDO
Esse também é um tema muito apreciado pelos cordelistas.
O que está ocorrendo hoje nos Estados Unidos da América seria um “sinal” de que de fato estamos nos últimos dias do fim dos tempos?
Quem viver verá.

ZÉ RAMALHO
O profeta Zé Ramalho também gosta de abordar o assunto.
E ele foi incrível e certeiro ao descrever na canção Eternas Ondas, de 1982, o triste cenário provocado por um tsunami de muitos metros pra cima que engoliu mais de 300 mil pessoas na Ásia e África, em 2004. Clique:
Tomo conhecimento da adoção de mais um livro de Roniwalter Jatobá, pelo Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE). Esse aí.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

ZÉ RAMALHO E GERALDO VANDRÉ

Há uns anos, Zé Ramalho pediu para eu escrever o texto de apresentação do CD duplo Nação Nordestina. Escrevi.
Na semana de lançamento do disco em São Paulo, o mesmo Zé me convidou para assisti-lo, acho que no Olímpia.
Aproveitei para avisá-lo que iria levar o nosso conterrâneo Geraldo Vandré, inclusive porque ele havia inserido no disco a guarânia Caminhando ou Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores, com um surpreendente arranjo feito por Robertinho de Recife, que, aliás, anos depois produziria uma faixa comigo e Zé interpretando um poema de outro Zé, o Nêumanne.
Levei Geraldo e ele gostou muito do espetáculo.
Antes atualizamos conversas no camarim, com um uisquinho muito do bom.
Dessa vez, convidamos Geraldo de novo para assistir o Zé no Credicard Hall.
No primeiro momento, ele topou.
Mas não contávamos com o imprevisto de uma gripe braba que o atacou, forçando-o a vestir duas camisetas, uma sobre a outra, naquele calorzão que fez sábado passado.
E como se não fosse pouco dores fortes no ombro esquerdo o incomodaram; dores essas resultantes de um cumprimento infeliz de um amigo há poucos dias, no Rio.
O cumprimento, na verdade, teve a força de uma tapa.
Assim, impossibilitado de comparecer ao show de Zé, Geraldo mandou um abraço.
E Zé fez o mesmo, tendo como portador o amigo comum Darlan Ferreira.
Detalhe: em 1979, Zé dedicou a cantiga Falas do Povo a Geraldo Vandré, constante do LP Zé Ramalho (A Peleja do Diabo com o Dono do Céu).
Ambos são amigos há muitos anos.
Zé ainda não sabe, mas Geraldo também compôs uma obra em sua homenagem, ainda inédita.
E se Zé gravar um CD só com obras de Vandré, hein?

JORNALISTAS&CIA 1
Amanhã, às 19h30, estarei na festa de premiação de Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade, na EcoHouse, em Pinheiros (Rua Amaro Cavalheiro, 158).
Ano passado integrei a banca de jurados.
Vamos aplaudir os coleguinhas?

JORNALISTAS&CIA 2
Mais um diário encerra as suas atividades: o Jornal da Tarde, que circulará pela última vez quarta que vem. O objetivo é engordar o Estadão. Detalhe: a extinção do JT, fundado em 1968, foi anunciada pela newsletter Jornalistas&Cia há uns 15 dias.

JORNALISTAS&CIA 3
E você já leu o especial MEMÓRIA DA CULTURA POPULAR que circulou contando a vida e obra do rei do baião Luiz Gonzaga? Se não, clique:
http://www.jornalistasecia.com.br/edicoes/culturapopular04.pdf

LUIZ GONZAGA
Músicas de Luiz Gonzaga tem sido vertidas para outras línguas desde a segunda parte dos anos 1950. Você sabia disso? Pois é. E a primeira foram duas: Baião de Dois e Paraíba, compostas em parceria com o cearense Humberto Teixeira. Agora até em coreano, Asa Branca. Clique:

FILME
Enquanto isso, o filme Gonzaga – de Pai Pra Filho continua lotando as salas exibidoras. Ainda não o assistiu? Pois tá na hora.

CD
Está chegando à praça o CD Salve 100 Anos Gonzagão, todo com músicas de Téo Azevedo. Participam do disco Dominguinhos, Genival Lacerda, Jackson Antunes, José Fábio, Caju & Castanha e até eu, numa faixa 10 minutos. Contato com Téo: 97486-6068.

MARCO HAURÉLIO
Não li, mas já gostei do novo livro do bom baiano Marco Haurélio: O Príncipe Teiú e Outros Contos Brasileiros (Aquariana), que acaba de ser incluído no Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE).
Parabéns, Marco.

domingo, 28 de outubro de 2012

ZÉ RAMALHO, O ÍDOLO DO BRASIL

Perfeito.
Esta é a palavra para definir com exatidão o espetáculo estrelado ontem à noite pelo paraibano Zé Ramalho no Credicard Hall, na zona sul de São Paulo.
Ele subiu ao palco com a tranquilidade dos deuses.
Aos moldes de um ritual grego, antigo, numa oferenda, mesmo, ele deu de mão da guitarra e a acarinhou perante seus incrédulos súditos.
Uma abertura de show e tanto.
incrível, solene.
Irretocável.
E antes mesmo de extrair os primeiros acordes de sua guitarra elétrica e ensaiar seu canto, Zé foi demoradamente louvado pelo público que lotava os 3.820 lugares da famosa casa de espetáculos paulistana.
Já passava das 22 horas quando a plateia hipnotizada, constituída por homem, mulher e adolescente, começou a lhe aplaudir.
Tudo perfeito, inclusive o gestual de palco após cada cantiga interpretada pelo artista.
Cerca de uma hora e meia depois, e de total encantamento, o público se recusava a arredar pé do local.
Compreensivo, Zé voltou ao palco e cantou e cantou.
Sem dúvida, Zé Ramalho é hoje o maior artista de palco do Brasil.
E que Bob Dylan que nada!
Viva Zé!
E não se surpreendam se ele daqui a pouco puser no palco o CD que gravou há três anos louvando o rei do baião, Luiz Gonzaga.

PS - No registro fotográfico acima, feito para a posteridade por Otto Guerra, aparecemos Roberta, Zé, Darlan, eu e Andrea.

sábado, 27 de outubro de 2012

RILDO HORA, LULA E POSTE

O cantor e compositor potiguar Hilton Acioli, autor do jingle clássico Lula-lá, manda email dizendo que tem acompanhado e gostado do que escrevo aqui neste espaço.
E aproveita para dizer que amanhã é dia de Haddad.

DE POSTE EM POSTE
O Lula tem umas tiradas e tanto!
Esta semana ele disse num discurso que de poste em poste vai iluminar todo o País. A conclusão deve-se ao fato de ele ter lançado Dilma à Presidência, quando todos a consideravam um poste; como, aliás, consideram também Haddad.
PT
O Partido dos Trabalhadores elegeu no 1º turno das eleições municipais deste ano 624 prefeitos, ou seja: 12% a mais, em relação a 2008. Agora no 2º turno, 22 candidatos do partido disputarão o cargo em capitais e cidades com população superior a 200 mil pessoas. O partido já reelegeu 154 dos 285 prefeitos e 5.164 vereadores.
Pesquisa Datafolha indica que Haddad se elegerá prefeito de São Paulo com 58% dos votos válidos.
Eu acho pouco.

GONZAGA
Perguntam-me se foi legal a nossa conversa com o compositor e instrumentista pernambucano Rildo Hora (acima, no clique de Antônio Lacerda), esta semana no Rio de Janeiro.
Foi, e muito.
E adorei ter conhecido o acervo da Biblioteca Popular Municipal de Botafogo, onde nos encontramos também com o cantor e compositor paraibano Chico Salles, que no dia seguinte proseou no mesmo espaço junto como conterrâneo Bráulio Tavares, intelectual no seu estágio completo.
Rindo foi um dos produtores de discos do rei do baião, Luiz Gonzaga.

ZÉ RAMALHO
Hoje a prosa será com o amigo Zé Ramalho (foto abaixo, comigo e Geraldo Vandré), pouco antes do espetáculo único que apresentará (às 22 horas) no Credicard Hall, à Avenida das Nações Unidas, 17.955, Santo Amaro. O espaço tem capacidade para 3.820 lugares.

O mineiro Darcy Ribeiro completaria hoje 90 anos de idade.
Uma historinha:
Num ano qualquer dos 70 eu o entrevistei. 
De gravador ligado, fiz uma série de perguntas. 
Era para o suplemento cultural Folhetim, da Folha de S.Paulo.
Com a sensação de dever cumprido, voltei à redação.
Ao ligar o gravador, cadê a entrevista?
O gravador falhara. 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

CENTRO LUIZ GONZAGA DE TRADIÇÕES, RJ

Anteontem almocei no Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, ao lado de amigos como Leonel e Chico Salles (de boné, na foto).
O Centro está alojado num pavilhão de 156.000 m2, que foi idealizado nos fins dos anos 1950 e inaugurado em 1962 em São Cristóvão, Rio de Janeiro, por Juscelino Kubitschek, à época presidente da República.
É uma beleza de arquitetura, chancelada pelo arquiteto Sérgio Bernardes.
No seu interior se acham centenas de lojas com produtos de origem nordestina, incluindo alimentos e artesanato.
No lugar onde se acha o Centro Luiz Gonzaga de Tradições outrora existiu a feira de São Cristovão, iniciada por nordestinos que trocaram sua região pela cidade de São Sebastião.
O paraibano Azulão, chamado de Mestre Azulão, foi o primeiro o cordelista e cantador repentista a iniciar a feira.
Estamos falando de 1946, ano em que o grupo musical cearense Quatro Ases e um Coringa lançou ao mundo o ritmo baião, criado pelo pernambucano de Exu Luiz Gonzaga do Nascimento.
Nesse mesmo ano o alagoano Guriatã de Coqueiro tomava para si a primazia de ser o primeiro cordelista e cantador repentista a apear na capital paulista.
Grandes Azulão e Guriatã!

SOCORRO LIRA
A artista Socorro Lira pedindo que nos agendemos para o show de lançamento de seu novo CD, Singelo Tratado sobre a Delicadeza. Será no próximo dia 2, no palco do Itaú Cultural, ali à Avenida Paulista, 149. Hora? 20.

BICHO DE PÉ
Janaína Pereira, do conjunto Bicho de Pé, convida para o show de gravação do DVD Olhando Pra Lua, no dia 5 do mês que vem, às 21 horas. Será no teatro do Centro Tomie Ohtake, à Rua Coropés, 88, Pinheiros,

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A RAINHA DO BAIÃO ESTÁ INTERNADA

A rainha do baião, a cantora Carmélia Alves, está internada no Hospital Geral de Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro.
O seu estado é delicadíssimo.
Ela está respirando por instrumentos.
Carmélia é carioca, descendente de nordestinos e começou a carreira ainda adolescente no Rio, onde no começo dos anos 1950 foi coroada simbolicamente como Rainha do Baião por Luiz Gonzaga, cujo centenário de nascimento transcorre este ano.
Carmélia Alves foi a primeira artista a abarcar o ritmo criado pelo pernambucano Gonzaga.
Interpretando títulos de Luiz Gonzaga, ela permaneceu por cinco anos seguidos fora do Brasil, cantando e gravando discos na África, Rússia, Portugal, Itália e excursionando por países árabes.
Há cerca de três anos se achava no Retiro dos Artistas, no Rio.
Não tem filhos.
A coluna De Papo Pro Ar, que assino no newsletter Jornalistas&Cia toda semana, trouxe, ontem, um causo passado com ela. Clique: abra o arquivo aqui)
Há alguns anos, eu a entrevistei junto com Hermeto Pascoal. Clique:

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

PALESTRA NO RIO, ELEIÇÕES E PELÉ

Amanhã, às 19 horas, eu e o compositor Rildo Hora estaremos proseando na Biblioteca Popular Municipal de Botafogo, Rio, sobre a vida e obra do rei do baião, Luiz Gonzaga.
Papo livre, à vontade, com entrada franca e mediação de Luiz Fernando Vianna.
Este é o ano do centenário de nascimento do Rei do Baião.
Exu foi o berço de Luiz Gonzaga e São Paulo, o seu QG.
No próximo dia 26 entra em cartaz o filme Gonzaga - de Pai Pra Filho.

ELEIÇÕES
E o tempo hoje é de campanha eleitoral.
Haddad, segundo o Ibope, está com 17 pontos à frente de Serra na disputa pela Prefeitura de São Paulo.
E digo: não votem em branco e nem anulem o voto.

PELÉ
Desabafo do Rei do Futebol:
- Os corruptos estão ricos e em liberdade. Os aposentados, como o meu pai, pagaram 30 anos de impostos e recebem salário de fome. E as crianças? Sem escolas e hospitais. E habitação? Milhares de pobres vivem em favelas.
Pois é, essa declaração saiu na edição de 13 de abril de 1993 do Jornal do Brasil.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

FOGO DESTRUIU VIDEOTAPE DE VANDRÉ

Semana de três dias para os deputados em Brasília agora é legal, pelo Regimento Interno da Câmara.
Antes, eles trabalhavam de terça à quinta; mas isso era incorreto, ilegal.
Agora, não.
Enquanto isso, os mortais comuns seguem fazendo ajustes para a grana não acabar antes do mês.

NOVELA
O País vai parar daqui a pouco para assistir Avenida Brasil.
Todos querem saber quem matou Max.
Eu sei: o autor João Emanuel Carneiro, que está rindo à toa pelo sucesso do seu folhetim que até aqui rendeu à Globo mais 1 bilhão de dólares.
Para assistir o último capítulo, a presidente Dilma Rousseff modificou sua agenda.
Eita!
E torçamos para que não haja apagão.

MARACANÃNZINHO
Péssima notícia, trazida há pouco pelo amigo Ricardo Cavalheira: o videotape com Geraldo Vandré cantando Caminhando ou Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores no Maracãnzinho, na noite de 29 de setembro de 1968, desapareceu. O sumiço pode se dever ao incêndio que destruiu parte das instalações da televisão dos Marinhos e 920 a 1500 registros de arquivos, em 1976.
É assim que a memória do País vai se apagando, se apagando...

terça-feira, 16 de outubro de 2012

CADÊ A NOSSA MÚSICA POPULAR?

O samba carioca desceu os morros e desapareceu no asfalto.
No seu lugar ficaram o funk e as UPPs, Unidade de Polícia Pacificadora – surgida para acabar com o tráfico e traficantes de drogas.
Em todo o País, as lojas de discos estão se acabando.
Onde anda a boa música brasileira, a nova e a de sempre?
Vez ou outra eu me deparo com CDs que dão para ouvir com gosto, como Choros nºs 1, 4, 6, 8, 9 de Villa-Lobos pela São Paulo Symphony Orchestra, conduzida pelo maestro John Neschling; Bachianas Brasileiras nºs 7, 8, 9 pela mesma orquestra, regida por Roberto Minczuk; Valsas e Retratos, com Izaías e Seus Chorões & Quintal Brasileiro; Osvaldinho da Cuíca; Dia de Graça, com Graça Braga; Imbolê, com Beto Brito e mais um ou outro aqui, ali, nestes tempos modernosos e bicudos em que Teló – hein? – é convidado para participar do especial de fim de Roberto Carlos.
E quem o convidou?
Roberto, meu caro, Roberto...
Ultimamente tem saído uma enxurrada de discos com repertório da obra de Luiz Gonzaga e seus parceiros.
Nessa enxurrada tem aparecido também uma série de músicas em referência/reverência ao Rei do Baião.
Dele, Gonzaga, e em homenagem a seu nome: Gonzaga, rei do baião.
Mas a maioria do que ouvi até agora, uns trinta, são – diga-se de passagem – de baixo calibre; isto é, de qualidade questionável.
Otimista, aguardo, porém, novidades em torno do centenário de nascimento do Rei.
Mas tem saído umas coisas até boas, como Saudades de Gonzagão, de Israel Filho (no destaque, ao lado) ; Flavinho de Lima Canta Luiz Gonzaga; Abrindo o Baú, de Luiz Gonzaga, de Adelmario Coelho; 100 Anos de Gonzagão, de Jorge de Altinho; Gonzaguiano nos Oito Baixos, de Luizinho Calixto; e uma coletânea – tinha de ser! – reunindo em torno da obra de Luiz Gonzaga os manos Caetano e Gil, Gal, Elba, Bethânia, Alceu, Amelinha, Dominguinhos, Carmélia Alves e Quinteto Violado, entre outros craques da judiada MPB.

FILME
Hoje, às 21 horas, tem pré-estreia do filme Gonzaga – De Pai Pra Filho, de Breno Silveira.
Estarei lá.

LUA DO SERTÃO
Um baiãozinho que fiz com o amigo Oswaldinho do Acordeon, para o Rei do Baião.
CLIQUE:

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

VARIETY, ELIAS ANDREATO E LUIZ GONZAGA

A mais antiga e prestigiada revista de variedades do mundo, a norte-americana Variety, de 1905, acaba de trocar de mãos pela pechincha de 25 milhões de dólares.
Quem a comprou foi o grupo de comunicação digital Penske Media Corporation.
A informação é do Los Angeles Times.
A Variety sempre foi uma publicação em dia com o mundo da diversão.
E sempre deu muita atenção ao Brasil.
Na sua última edição de 1996, por exemplo, que circulou até o mês seguinte, a novela Rei do Gado, de Benedito Rui Barbosa, ganhou enorme destaque nas suas páginas.
O repórter Bill Hinchberger chegou a ouvir o que eu tinha a dizer sobre a trama de Benedito (no recorte ao lado).
Bill, hoje em Paris, tornou-se um dos norte-americanos mais entendidos em Brasil.
Tanto que na Sorbonne ele está nesses dias falando sobre Luiz Gonzaga, o rei do baião.
QUEM MATOU MAX?
E por falar em novela, a pergunta que os seguidores de Avenida Brasil se fazem:
- Quem matou Max?
- Ora, ora, elementar meu caro Watson: o autor Emanuel Carneiro, diria o criador de Sherlock Holmes, Conan Doyle, a seu companheiro de investigações.
Mas a morte de Max pode ser debitada à ira da Carminha ou à enxada caída na sua testa.
Nina não tem nada a ver com isso.
Nisso ela não tem culpa, não é culpada.

CATADOR DE PENSAMENTOS
Com texto e roteiro de sua autoria, o ator Elias Andreato volta ao palco para interpretar o And@ante, “Um andarilho que percorre o universo poético das almas dos imortais, falando da solidão entre o caminhar e o pensar”, na definição do autor/ator.
Eu vou ver, você vai?
O And@ante estreia no dia 15 de novembro no Teatro Eva Herz, que fica ali na Paulista, 2073.
Mais informações pelo telefone 3170.4059.

GONZAGA NA PUC
Dia 12 de novembro estarei na PUC, falando sobre o rei do baião. As minhas palavras se ajeitarão no tema: Gonzaga Para Todos.
Antes, no dia 23 deste mês, estarei na Biblioteca Popular Municipal de Botafogo, no Rio de Janeiro, ao lado do compositor, produtor musical e instrumentista caruaruense Rildo Hora, sob mediação de Luiz Fernando Vianna.
Ambos eventos são de acesso grátis.

FANTÁSTICO
Domingo que vem, Maurício Kubrusly vai mostrar os bastidores do filme Gonzaga - de Pai Pra Filho.
Amanhã será a pre-estreia no Cinemark Eldorado, na Rebouças, às 21 horas. Claro que estarei lá.
Você não acompanhou o programa da Globo ontem? Então, CLIQUE:
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1681888-15605,00-LUIZ+GONZAGA+REENCONTRA+A+FAMILIA+JA+RICO+E+FAMOSO.html

domingo, 14 de outubro de 2012

MAIS GONZAGA HOJE, NO FANTÁSTICO

Daqui pra frente, e até o ano que vem, se falará muito sobre o rei do baião e da sua importância na firmação da música brasileira.
Eventos em torno do seu centenário de nascimento - 13 de dezembro - estão previstos de norte a sul do País.
E isso é bom demais.
Os seus discos certamente serão relançados, provavelmente até os de 78 RPM.
Livros irão à praça, peças de teatro e filmes, como o aguardadíssimo Gonzaga – de Pai Pra Filho, em carta a partir do próximo dia 26.
Posso dizer que conheci de perto o velho Lua, apelido carinhoso dado no começo dos anos 1950 pelo violonista Horondino José da Silva, o Dino 7 Cordas, e espalhado aos quatro ventos pelo ator e radialista Paulo Gracindo.
Eu o entrevistei para jornais e revistas (Privê, agosto de 1981, ano III) de São Paulo e de outras partes do País.
E atenção: logo mais à noite, no programa Fantástico, da TV Globo, irá ao ar a terceira e última parte do correto - e bom de se ver - documentário sobre ele, Luiz Gonzaga.
Você leu o ESPECIAL MEMÓRIA POPULAR de agosto passado, no newsletter JORNALISTAS&CIA?
Se não leu, leia.
Clique:

sábado, 13 de outubro de 2012

CAMINHANDO, POR PAULO BENITES

Pois é: e o mundo não se acabou, como previa o charlatão cearense alocado na capital do Piauí...
Ontem, feriado nacional à Nossa Senhora de Aparecida, houve quem me perguntasse se no vasto repertório do rei do baião, Luiz Gonzaga, havia músicas em referência a Deus e a coisas divinas.
Sim, toda a obra de Gonzaga é recheada de referências católicas, cristãs, humanas.
Ele chegou até a gravar um LP de 12’ intitulado O Sanfoneiro do Povo de Deus, em 1968; mesmo ano em que gravou a guarânia Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores, de Geraldo Vandré.
Naquele LP - o 19º de sua carreira - foram incluídas Ave Maria Sertaneja (Júlio Ricardo/O. de Oliveira), Rainha do Mundo (Ary Monteiro/Júlio Ricardo) e Padroeira do Brasil (dele, Gonzaga/Raimundo Granjeiro), entre outras a ver com o tema religioso. Esse disco foi reprocessado digitalmente e relançado em 1982. Clique:
http://www.youtube.com/watch?v=01eAASgoI14
Duas semanas depois de proibida pelo governo militar de 68, Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores continuava sendo assobiada e cantada nos botecos dos rincões daquele tempo de triste lembrança.
Naquele mesmo ano, essa guarânia começava a correr mundo.
Na Itália, por exemplo, o cantor e compositor romântico Sergio Endrigo, depois de ganhar o festival de Sanremo através de Roberto Carlos, que interpretou a bela Canzone Per te, a gravou sob o título Caminando e Cantando. Ouça, clicando:
http://www.youtube.com/watch?v=DcKV5v9fWf4&feature=related
São dezenas e dezenas de gravações de Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores espalhadas pelo País; e muitas, muitas, noutras línguas: espanhol, inglês...
É uma música que continua na memória popular.
O paulistano Paulo Benites, engenheiro e empresário dos mais respeitados, pianista nas poucas horas vagas que dispõe, é um dos inúmeros cultuadores da obra vandregiliana. Clique:
http://www.youtube.com/watch?v=tLSHEKpf74o
E clique também para ouvir/ver os Benites - Paulo e André - interpretando Disparada nas imagens colhidas pela menina Sofia Lisboa.
http://www.youtube.com/watch?v=9R9qynVOGno
Quer saber mais um pouco sobre Geraldo Vandré? Então, clique:
http://www.jornalistasecia.com.br/edicoes/culturapopular02.pdf

LUIZ GONZAGA
O engenheiro do Metrô paulistano Nestor Tupinambá, pergunta via email se nas lojas de discos é possível achar Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores na voz do Rei do Baião.
Acho que não, Nestor.
Por uma razão: a indiferença e a insensibilidade dos herdeiros do acervo da extinta RCA Victor não têm permitido isso. E a história é: os gringos compraram as gravadoras nacionais para esconder o nosso rico acervo musical e nos enfiar goela abaixo o lixo que eles produzem.

DE MESTRE BISMAEL, via email:
Eu conheço a canção Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores, mas não sabia que o nosso Gonzagão a havia gravado.
E gostei do baião de sua autoria, com o Oswaldinho: é brejeira e bem nordestina.
Receba um abraço.

FANTÁSTICO
Amanhã, no programa Fantástico, da TV Globo, tem mais Luiz Gonzaga. Será a última parte do minidocumentário sobre o Rei do Baião, personagem do filme Gonzaga - De Pai Pra Filho, que entrará em cartaz em todo o País no próoximo dia 26. Agendem-se.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

FIM DO MUNDO? HAHAHA!

Essa história de fim de mundo existe desde que o mundo é mundo.
Foi não foi um aloprado ilude cabeças fracas dizendo que o mundo vai acabar no ano tal, mês tal, dia e hora tais etc.
Um cearense que mora em Teresina, a capital do Piauí, de nome Luiz Pereira, há uns dias convenceu uma centena de pessoas a se alojar num casebre para esperar pacientemente o fim do mundo; que, segundo ele, será hoje às 16 horas!
Pode isso acontecer logo no dia do aniversário do pernambucano Luiz Vieira?
Pode não.
Pode isso acontecer logo no dia do nascimento do historiador paulistano Hernani Donato?
Não, não pode.
Pode isso acontecer no mês do aniversário do cearense Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes?
Não...
Pode isso acontecer logo no dia da chegada do verão, prevista para às 8:11?
Eu quero praia, mar, sol, exatamente para comemorar a vida e não a morte.
Pode isso acontecer logo no mês do surgimento da Coluna Prestes, em 1924?
Pode isso acontecer no Dia da Criança – hoje –, criado quando os revoltosos do movimento Tenentista liderado por Isidoro Dias Lopes quebravam o pau em São Paulo para apear do poder o presidente Arthur Bernardes, justamente o homem que assinou o decreto-lei instituindo no território nacional o dia para homenagear as crianças?
Ora, ora, tem maluco em todo canto decidido a tudo.
Quem não se lembra do triste fato ocorrido em Jonestown em novembro de 1978 patrocinado pelo fanático Jim Jones, que induziu mais de 900 pessoas, entre as quais quase 300 crianças, a se matarem ingerindo refresco com cianureto?
São inúmeras as tragédias provocadas mundo a fora por falsos pastores e profetas.
O Brasil está cheio deles e de seitas as mais diversas.
Jim Jones, aliás, chegou a morar aqui, mais precisamente em Belo Horizonte, nos começos dos anos 1960.
Mas, enfim, hahaha, quem escapar hoje do Juízo Final certamente não escapará, hahaha, do apocalipse previsto para o próximo dia 21 de dezembro, mês de nascimento de Luiz Gonzaga.
Relaxemos agora - ufa! -, ouvindo um baiãozinho que eu e Oswaldinho do Acordeon fizemos em homenagem ao Rei do Baião, interpretado por Daine. Clique:


Atenção:
Domingo que vem, depois da poeira do fim do mundo passar, tem mais notícia sobre o rei do baião, Luiz Gonzaga, no programa Fantástico, da TV Globo.
Vamos ver?
Antes ouça a interpretação de Geraldo Vandré para a toada Asa Branca, de Gonzaga e Humberto Teixeira, clicando:
Esta gravação é a última das seis faixas do lado A do LP Hora de Lutar, gravado em 1965 (Continental).

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

LUIZ GONZAGA GRAVOU VANDRÉ

Foi num mês como este, outubro, que o rei do baião Luiz Gonzaga gravou num compacto simples a guarânia Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores, do paraibano Geraldo Vandré (no clique de Darlan Ferreira, ao lado do maestro Mário Albanese ontem, aqui em casa).
Gonzaga foi o primeiro artista da nossa música a fazer isso em estúdio, antes mesmo do autor.
Caminhando, ou Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores, disputou a primeira fase eliminatória do III Festival Internacional da Canção no Tuca, teatro da Pontifícia Universidade Católica – PUC – de São Paulo, nos dias 12 e 14 de setembro de 1968.
A final do festival ocorreu no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, duas semanas depois.
A música campeã foi Sabiá, de Chico Buarque e Tom Jobim, defendida sob vaias do público por Cynara e Cybele.
Caminhando, escolhida entre 1008 composições inscritas e uma das dez enviadas por Vandré à banca seletiva do festival, ficou em 2º lugar.
A canção na voz do autor foi proibida de ser ouvida em todo o território nacional no dia 29 de setembro de 1968 e somente liberada pela Divisão de Censura de Diversões Públicas no dia 14 de novembro de 1979, um ano e dois meses depois de publicada no suplemento Folhetim, da Folha de S.Paulo, uma polêmica entrevista que ele me concedeu (reproduzida no especial Memória da Cultura Popular do newsletter Jornalistas&Cia):
Na época não houve repercussão e nem foi apreendido o disco com a gravação de Caminhando feita pelo rei do baião.
Detalhe: quando o "pau quebrou", isto é, a Censura proibiu a execução pública de Caminhando, Vandré justificou-se a amigos: "Quem escolheu Caminhando não fui eu, foram eles (da Globo). E riu".

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

SOCORRO LIRA E LUIZ GONZAGA

Vencedora do 23º Prêmio de Música Brasileira este ano como Melhor Cantora, na categoria Regional, Socorro Lira está na praça com um disco muito bem feito: Zé do Norte, 100 Anos (ao lado, reprodução da capa).
Depois de se apresentar há pouco na casa carioca de espetáculos Rival, Socorro continua circulando por várias cidades, entre as quais João Pessoa, Campina Grande, Salvador, Osasco e Teófilo Otoni, em Minas.
Nos espetáculos, ela costuma chamar ao palco pelo menos um artista de cada cidade por onde passa.
No Rio, o escolhido foi o cantor de sambas e forrós Chico Salles.
Socorro Lira é uma das vozes mais belas do Brasil, respeitada por críticos e admirada por uma enorme legião de fãs até do Exterior.
O seu CD anterior a Zé do Norte 100 Anos, de 2010, intitulado Cores do Atlântico, reúne um punhado de cantigas de amigo e foi lançado na Galícia/Espanha e Portugal, com a presença em shows da própria artista que costuma se apresentar na Itália, África e noutros países.
Cantigas de amigo eram como se chamavam as cantigas que as mulheres apaixonadas cantavam para seus pretendentes ou amantes, na Idade Média.
Socorro Lira já gravou ao lado de Elba Ramalho, Cristina Saraiva, Etel Frota, Simone Guimarães, Marinês, Vanja Orico, Chico César, Geraldo Azevedo, Dominguinhos, Vital Farias e até Sivuca, mestre da sanfona brasileira desaparecido em dezembro de 2006.
Ela nasceu no sertão paraibano – Brejo do Cruz –, em 1974, e cresceu ouvindo cantadores de feira e o rei do baião, Luiz Gonzaga.
“Naquele tempo ainda tinha muita coisa bonita para se ouvir no rádio”, ela diz.

FANTÁSTICO
Domingo que vem tem mais Luiz Gonzaga no programa Fantástico. O filme De Pai Pra Filho, de Breno Silveira, será lançado nacionalmente no próximo dia 26. É um filmaço! Clique:
  

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

LUIZ GONZAGA NO RIO DE JANEIRO

A noite de terça 23 de outubro me encontrará numa salutar troca de ideias na Biblioteca Popular Municipal de Botafogo, Rio de Janeiro, ao lado do compositor, cantor e instrumentista pernambucano Rildo Hora.
O tema principal da nossa fala, mediada por Luiz Fernando Vianna, será a importância de Luiz Gonzaga (programação ao lado), o rei do baião, na música popular brasileira.
Hora chegou a produzir e a gravar um LP interpretando músicas de Luiz Gonzaga, em 1988.
Na noite seguinte, os poetas Bráulio Tavares e Chico Salles discorrerão sobre literatura de cordel na vida do Rei do Baião.
A entrada é franca, mas os interessados deverão reservar presença pelo site www.pensamentoearte.com.br

PROGRAMA FANTÁSTICO
No próximo domingo, no programa Fantástico, tem mais Luiz Gonzaga. Ele faz fortuna com coleção de sucessos e volta de passagem por sua terra, 16 anos depois de lá arredar pé Vamos ver?

domingo, 7 de outubro de 2012

E DOMINGO CHEGOU!

O dia amanheceu em clima de festa, com o sol no céu brilhando e piscando para a democracia.
Tomei banho, vesti a roupa mais bonita que achei no guarda-roupas e fui desempatar, no voto, as manchetes dos principais jornais do País: “São Paulo Chega ao Primeiro Turno com Empate” (Estado) e “São Paulo Enfrenta Empate Triplo Inédito para Prefeito” (Folha).
Tarefa cumprida, troquei de roupa e fui pum churrasco na casa do meu amigo Paulo.
Peter, outro grande amigo, depois de votar estava exultante; inclusive porque ouvira ontem a opinião de um bam, bam, bam do DEM ligado ao PSDB, segundo a qual muito dificilmente Serra chegaria ao 2º turno.
Não à toa essa é a eleição para prefeito mais disputada em São Paulo, em todos os tempos.
E as razões são várias: se o PSDB perder perde muito e Serra encerra a carreira.
Se o PT perder também perde muito e Lula fica com cara de tacho, como diria a minha avó Alcina.
Já Russomanno não perde nada, pois essa eleição para ele é apenas uma aventura arriscada e perigosa para todos nós, mas ainda assim uma aventura o que ele está fazendo.
Mas é fogo de palha, eu já disse em texto anterior.
No caso de Russomanno perder, que vai, quem perde mesmo é o Edir Macedo, dono da Record e de muitas almas ingênuas e penadas.
De todo modo. é preciso muita calma nessa hora: daqui a pouco a noite chega com a notícia de quem ganhou e quem perdeu.
Esperemos a confirmação do próximo embate: Haddad x Serra.
E Serra vai pro espaço preparar a sua aposetandoria no campo da vida política.

DE NESTOR PARA...
Caro Assis,
De qquer modo sampa se supera: Russomano ???
Mesmo Serra, já passou sua época!
Aqui é a terra do preconceito (e, logo, do medo e da ignorância...) e esse aspecto da educação não se fala.
Mas ela deve ser importante instrumento de promoção social, não?
Aliás promover a aceitação dos nossos semelhantes, parando de os olhar como diferentes e ameaçadores, é o fundamental... alfabeto e adição vem depois, não?
Abs centenáricos gonzagueano!
Nestor Assum Preto Tupinambá...
PS- saindo na Globo, cara? Vá em frente!

LUIZ GONZAGA
Hoje tem mais Luiz Gonzaga no programa Fantástico, da Globo. Vamos ver?

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

DOMINGO 7 ESTÁ CHEGANDO

O Russomanno continua despencando nas pesquisas de intenção de voto.
Pelo que ouço por aí, ele perdeu prestígio, caiu no descrédito como Serra, que uma vez jurou que se eleito não deixaria a Prefeitura, que cumpriria todo o mandato.
Deixou depois de cumprir dois anos do mandato e pôr no seu lugar o Kassab.
Depois, de novo, jurou que não deixaria o Governo do Estado, e deixou depois de dois anos para concorrer à Presidência da República, que perdeu para Dilma.
Ele agora recomeça a lenga-lenga: se eleito prefeito blá, blá, blá...
Pois é, o dia está chegando e eu já estou separando o meu título de eleitor.
Faça o mesmo amigo, amiga, para não perder tempo domingo.
Vá e vote bem para fazer domingo um dia de festa.
Vá às urnas e escolha o melhor candidato a prefeito e a vereador cujas ideias se aproximam das suas.
Não deixe de votar, não se omita, não vote branco, não vote nulo.
Se não votar, não se arrependa depois.
Aproveite, portanto, a oportunidade: votar é um belo exercício de cidadania.
...Sei não, mas tenho a impressão que Haddad vai para o 2º turno.

ESQUISITO
Só mesmo o meu amigo Jorge Sá de Miranda Netto!
Citando o Dicionário Caldas Aulete, o primeiro da língua portuguesa, editado em Portugal, Jorge pergunta: em qual ou quais qualificações de esquisito você se sente?

1 Não usual, fora do comum (pensamentos esquisitos).
2 Que causa estranheza por ser desconhecido, exótico (dança esquisita).
3 Que é difícil de entender ou explicar (comportamento esquisito); ESTRANHO
4 Singular, original; EXTRAVAGANTE; EXCÊNTRICO: "...embora fosse cortês com os vizinhos que o julgavam esquisito e misantropo..." (Lima Barreto, Triste fim de Policarpo Quaresma)
5 Que pela raridade é considerado refinado ou delicioso (especiarias esquisitas)
6 Fig. Pop. Impertinente, inoportuno (pergunta esquisita).
7 Bras. Feio (de mau aspecto ou mal vestido) (bicho esquisito; vestido esquisito).
sm.
8 Bras. Lugar deserto, ermo
9 PR Caminho difícil e escabroso.
[F.: Do lat. Exquisitus

Deixo a resposta, ou respostas, com vocês.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

HOJE É DIA DE HILTON ACIOLI

O florestense Hilton Acioli (aí na foto, na qual me vejo esquisito pra caramba) nasceu no dia em que morreu São Francisco de Assis.
Acioli é nordestino, Assis, ou Assisi, era italiano da região da Umbria.
A obra de Acioli é musical, participativa, que encontrou no paraibano Geraldo Vandré um caminho bonito e sem volta.
A de Assis tem por base a valorização humana e o respeito pelos animais.
Hiton Acioli nasceu no dia 4 de outubro de 1939.
Ainda de idade muito novo, ele teve despertada a inclinação para a música; tanto que com 15 anos criou o Trio Marayá, junto com os primos Behring Leiros e Marconi Campos.
O título do conjunto foi dado pelo estudioso da cultura popular natalense, Luís da Câmara Cascudo.
Em 1956, o trio trocou a capital do Rio Grande do Norte pela cidade de São Paulo, cujos 400 anos de fundação foram amplamente comemorados dois anos antes; ano da criação do próprio conjunto.
Mas antes de fazer de São Paulo o seu quartel-general, o Trio Marayá passou uns tempos no Rio de Janeiro, a convite do pernambucano Luís Vieira.
Vieira é um dos artistas mais representativos da música brasileira, até hoje.
Além de cantar e compor, Acioli tocava afoché; Behring, tantã; e Marconi, violão.
Hoje um dos seus mais frequentes instrumentos musicais é o violão.
Reencontrei o artista anteontem cheio de vida e ideias aos 73 anos, que se completam hoje.
Parabéns, Hilton.
Tim, tim!

PS - Hilton Acioli é o autor de muitas músicas e jingles, entre os quais Lula-lá ou Sem Medo de Ser Feliz, que embalou a campanha de Lula à presidência da República. CLIQUE:
http://www.youtube.com/watch?v=cTrGMigVFJo&feature=related

CLIQUE também uma de suas parcerias com Vandré, Ventania (Ou: De Como um Homem Perdeu Seu Cavalo e Continuou andando):
http://www.youtube.com/watch?v=TG1czjv4Nmc

Sempre participativo da vida política brasileira, Hilton compôs um jingle para a campanha este ano de Selma Rocha. CLIQUE:
http://www.youtube.com/watch?v=gQw03UAL-HQ

Nesse link, o Trio Marayá interpreta uma música de Sérgio Ricardo, Zé do Encantado. CLIQUE: http://www.youtube.com/watch?v=Ru9eWHUNkj0

Você já leu o especial Memória da Cultura Popular, este mês abordando a vida e obra de Sérgio Ricardo, resultado de parceria entre o Instituto Memória Brasil e o newsletter Jornalistas&Cia? CLIQUE:
www.jornalistasecia.com.br/edicoes/culturapopular06.pdf

Por fim, sugiro que ouça Fagner interpretando Oração de São Francisco. CLIQUE:
http://www.youtube.com/watch?v=az5R7V46ZNA

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

SERRA X HADDAD?

Leio por aí que está em andamento uma campanha por anulação de votos.
Lamentável.
Escolher o que se quer – ou quem se quer – e participar da vida política e social da cidade, do país, é importante, muito importante.
Provocar ações pessoais, ações coletivas, etc., etc., faz parte de qualquer cotidiano civilizado.
Tanto que, numa sociedade organizada, é direito garantido por Constituição fazer parte ou não de uma agremiação política, por exemplo.
Mas é sempre bom participar.
Não participar do viver cotidiano é zerar-se, é anular-se.
E ser nulo, é ser nada.
Quer dizer, não exercer os direitos garantidos por leis é grave indicativo de inteligência adormecida.
Cidadania é conquista.
Insatisfeito com esse ou aquele candidato, por que não escolher outro?
Sim, votar nulo ou votar em branco é também um direito garantido por lei.
Mas isso tem consequência, e séria.
Quem vota assim pode eleger qualquer um; inclusive o oportunista de plantão sempre à espreita, de má intenção.
Brecht dizia que esse tipo de pessoa, o analfabeto político, é lamentável sob todos os aspectos porque “não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos; não sabe do custo de vida, do preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio, que dependem das decisões políticas”.
O analfabeto político, para Brecht, “é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política”, pois “não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos: o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.
Portanto, não deixemos que decidam por nós.
Participemos.
Na hora de votar, e sempre, lembre-se do lema de São Paulo, a 5ª maior cidade do planeta com mais de 8 milhões de eleitores: “Não sou Conduzido, Conduzo” (Non Duco, Duco).

CULTURA
Ontem revi amigos num encontro de exposição de ideias sobre cultura, em São Paulo.
Foi no Hotel Jaraguá, ali na esquina da Martins Fontes com a Major Quedinho. Muita gente importante esteve presente, como o músico Hilton Accioli, parceiro de Geraldo Vandré e autor do jingle Lula-lá; a víúva do educador Paulo Freire, dona Ana Maria Araújo (no clique de Darlan Ferreira); a ministra Marta Suplicy... O jurista Dalmo Dalari abriu o encontro. Depois falaram representantes de grupos culturais da cidade, inclusive o anárquico José Celso, do Teatro Oficina. Fernando Haddad encerrou o encontro prometendo fazer uma boa administração como prefeito. Lembrou que seus adversários nem programas de governo têm. Ele convenceu e foi aplaudido.

PESQUISAS
Os jornais de hoje dão notícia de que o fogo de palha Russomanno, que tem se recusado terminantemente a participar de debates na televisão - junto com Serra - caiu 7 pontos numa semana, segundo nova pesquisa Ibope encomendada pelo Estadão e TV Globo. E vai cair mais. A briga pra valer está entre o PSDB e Haddad.

SÉRGIO RICARDO
Você já leu o novo especial resultante de parceria entre o Instituto Memória Brasil e o newsletter Jornalistas&Cia? Então leia e opine, clicando o link abaixo:
www.jornalistasecia.com.br/edicoes/culturapopular06.pdf

U. DETTMAR
PQP! Esse não podia morrer. Dettmar foi um dos maiores fotógrafos brasileiros com quem tive o prazer de trabalhar, na Folha. Era um amigo e tanto! Adeus, quem sabe um dia. E ontem tive a alegr4ia de rever Jorge Araújo, também um grnade companheiro. Também juntos trabalhamos, na mesma Folha. Viva Jorge! 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

MAGALY LANÇA LIVRO SOBRE O RÁDIO

O livro História do Rádio no Brasil (Editora da Boa Prosa, 2012), da jornalista Magaly Prado, professora de pós-graduação em Redes Sociais na PUC-SP, chega à praça para enriquecer a bibliografia sobre a nossa radiofonia.
Entre tantos, um dos pontos positivos da obra de Magaly é a informação sobre o reconhecimento do padre gaúcho Roberto Landell de Moura como inventor do rádio pelo menos quatro anos antes da primeira experiência do italiano Gugliemo Marconi.
O reconhecimento de Landell de Moura deveu-se a uma campanha iniciada na sua terra e abarcada em São Paulo pelo newsletter Jornalistas&Cia, à frente o seu criador Edu Ribeiro.
Magaly desenvolveu uma obra de fôlego, séria e importante para jornalistas, radialistas e estudantes.
É para ser adotada nos cursos de jornalismo e radialismo, sem dúvida.
Um país se faz com a valorização da sua história.

MILTON NASCIMENTO
Interessantíssima a entrevista de Milton Nascimento, na última edição da revista Serafina, da Folha. Ele fala dos males que agentes da ditadura militar lhe causaram. Isso é história.

CARANDIRU
Hoje faz 20 anos que agentes do Estado invadiram a Casa de Detenção de São Paulo e mataram 111 presidiários. Isso também é história.

PS1 - no livro de Magaly Prado, que pode ser adquirido nas boas casas do ramo, como a Livraria Cultura do conjunto Nacional, eu só faria um senão: o texto referente à minha pessoa, à página 137, que está incompreensível.
PS2 - leiam texto aqui blogado no dia 7 do mês passado, sobre Landell de Moura.

LUIZ GONZAGA/FANTÁSTICO
Domingo tem mais.
CLIQUE: http://glo.bo/P6vm5G

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

LUIZ GONZAGA ETC. E TAL

Nunca na história da nossa música popular um artista foi tão louvado em folhetos de cordel, livros e músicas dos gêneros os mais diversos como Luiz Gonzaga, o rei do baião.
Especialmente neste ano do seu centenário de nascimento uma longa e farta programação já está em andamento, principalmente na região Nordeste, notadamente Pernambuco, onde nasceu.
No tocante, porém, ao repertório dos discos com músicas suas e de parceiros regravadas tem sido, até aqui, um tanto redundantes.
Mas muita coisa boa certamente ainda há de vir.

AGRADECIMENTO
Aproveito para agradecer ao poeta-agrônomo Kydelmir Dantas o envio de folhetos sobre Gonzaga, discos de Israel Filho e Joan Marques e um exemplar da revista Domingo do Jornal de Fato, com entrevista do fundador da Cortez Editora, o rio-grandense do Norte José Cortez.

FANTÁSTICO
Domingo que vem 7, tem mais notícias sobre o Rei do Baião no programa Fantástico, da Globo. E o filme Gonzaga - de Pai Pra Filho, de Breno Silveira, já tem data de estreia nacional: 26 deste mês.

ANDY WILLIAMS
Somente agora tomei conhecimento da morte do cantor Andy Williams, uma das grandes vozes norte-americanas ao lado de Sinatra e Peggy Lee. Williams chegou a gravar alguns brasileiros, como Mario Albanese/Ciro Pereira e Dorival Caymmi.