Essa música foi gravada pela primeira vez em disco de 78 RPM (rotações por minuto) no dia 28 de agosto de 1931, pelo paulista de Guaratinguetá Gastão Formenti.
Com alguns milhares de cópias, ela chegou à praça dois meses e poucos dias depois, através da extinta Victor, cujos estúdios ficavam na matriz, no Rio de Janeiro.
Tornou-se um clássico do nosso cancioneiro.
Um trecho:
...Quando no terreiro
Faz noite de luá
E vem a saudade
Me atormentá
Eu me vingo dela
Tocando viola
De papo p'ró á...
Há inúmeras gravações dessa música, no Brasil e no Exterior.
Joubert nasceu no dia 6 de março de 1900 e partiu para a eternidade no dia 20 de setembro de 1977.
Ele também é autor de outros clássicos populares, como a toada Maringá e a marcha-canção Ta-hí (Pra Você Gostar de Mim), cuja primeira gravação coube à portuguesinha Carmen Miranda, no finalzinho de 1929. Essa cantiga, gravada com acompanhamento da Orquestra Victor, à frente Pixinguinha, e participação especial à tuba o então futuro maestro Eleazar de Carvalho, foi lançada com grande sucesso no carnaval de 1930.
Maringá tem história própria.
Á época, o autor era estudante de Medicina.
Estudava no Rio.
Ao ser apresentado ao então ministro da Viação do governo Vargas, o paraibano José Américo de Almeida, já famoso pelo romance A Bagaceira, marco do regionalismo literário nordestino, ouviu a história de uma jovem retirante vítima da seca que assolava o interior da Paraíba. Chamava-se Maria, mas todos a conheciam por Maria do Ingá, por ser natural do município de Ingá, no Agreste paraibano. Lançada por Gastão Formenti, a toada logo ganhou a boca do povo. Tanto que em 1947 virou nome de uma cidade do Paraná, das mais belas e arborizadas do País, hoje com mais de 350 mil habitantes.
A coluna que passo a assinar no newsletter Jornalistas&Cia uma vez por semana, a partir de amanhã, é uma homenagem ao autor. Clique para ouvir o original De Papo P'ro á, com Gastão Formenti: