Sempre achei legal as maratonas estudantis criadas para estimular o estudo de quem gosta mais de determinadas matérias.
A notícia de que o estudante paulistano Matheus Camacho, de 14 anos, levou para casa a medalha de ouro da Olimpíada Internacional de Ciência, realizada mês passado em Teerã, me fez lembrar meus tempos de estudante em João Pessoa.
Mas só isso, nada mais, pois sempre fui um estudante medíocre.
Nunca levei pau em matéria alguma, porém nunca passei disso, de estudante medíocre.
Claro que eu gostava de determinadas matérias, entre as quais história e português, e de algumas outras extracurriculares, como música e latim.
Acabei estudando música e artes plásticas na Divisão de Extensão Artística da Universidade Federal da Paraíba, com os professores Aldo Parisot, João Câmara Filho, Raul Córdula e Celene Sitônio.
Celene era professora xilogravura.
Parisot é membro da Julliard School, uma das mais respeitáveis escolas de música do mundo, da qual foi mestre de regência o cearense de Iguatu Eleazar de Carvalho (1912-96), criador do Festival de Inverno de Campos do Jordão. Clique:
http://www.jornalistasecia.com.br/edicoes/culturapopular03.pdf).
Os cursos de Música e Artes Plásticas me serviram para descobrir que não tenho talento algum, a não ser o de identificar e aplaudir os verdadeiros artistas, como Miguel dos Santos (ao lado, uma de suas obras), com quem dividi sala de aulas de pintura nos começos dos 70, época em que eu já fazia onda no jornal O Norte, da capital paraibana.
Mas o fato é que sempre gostei dessas maratonas estudantis, que têm por finalidade descobrir talentos pelas entidades que as realizam.
Agora mesmo o jovem André Akinaga Benites, estudante de piano (abaixo, dando mostra de talento ao artista Geraldo Vandré), está se preparando para participar da 16ª Semana Olímpica, a se realizar entre os dias 20 e 26 deste mês, em Aracaju, SE.
André é um dos medalhistas (bronze) da 34ª Olimpíada Brasileira de Matemática, realizada mês passado.
Só o fato de participar de um evento dessa magnitude já é uma vitória na vida de qualquer estudante.
Mas o brilho da Semana Olímpica de Aracaju desde já fica ofuscado pelo fato de os pais terem de arcar com os custos de passagem dos filhos.
Ah, sim! Já não sei mais nada de latim, a não se o fato de que não existe mais.