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segunda-feira, 8 de abril de 2013

MÚSICAS X MASSACRE NO CARANDIRU

Começou hoje no Fórum Criminal da Barra Funda, na capital paulista, o julgamento de 26 soldados da Polícia Militar, acusados de matar 15 dos 111 detentos que se achavam trancafiados na Casa de Detenção, na manhã chuvosa de 1º de outubro de 1992.
Na ocasião havia 2.054 detentos no Pavilhão 9, local do massacre perpetrado por 321 policiais sob o comando do coronel Ubiratan Guimarães, morto por uma namorada com um tiro no começo da noite de 9 de setembro de 2006, no seu apartamento em São Paulo.
A notícia do massacre (destaque ao lado na 1ª página da Folha, edição de 2/10/1992) correu rapidamente o mundo todo e provocou muitos debates.
Provocou também o lançamento de livros, um filme e  músicas no Brasil e até no Exterior.
Na Inglaterra, por exemplo, o grupo Asian Dub Foundation, de origem anglo-hindu, acaba de lançar o rap La Rebellions (CLIQUE, abaixo). 
Estação Carandiru (Companhia das Letras, 1999) foi o primeiro livro escrito sobre o assunto. O seu autor, o médico Dráuzio Varella, à época atendia como voluntário na Casa de Detenção. O livro, fenômeno de vendas no mercado editorial (mais de meio milhão de exemplares vendidos), ganhou prêmio (Jabuti 2000) e virou filme (Carandiru, 2003) dirigido pelo argentino Hector Babenco.
O Dr. Dráuzio viria a publicar outro livro sobre o tema: Carcereiros (Companhia das Letras, 2012).
A primeira composição musical, Diário de um Detento, que trata do massacre foi escrita por Jocenir, um ex-presidiário, e gravada pelo grupo de rap Racionais MC’s, de São Paulo. 
No ranking das 100 maiores músicas brasileiras da revista Rolling Stones, Diário de um Detento ocupa o 52º lugar.
Outras músicas que tem por tema o massacre:
Rebelião no Carandiru, de Joelho de Porco; Terror no Carandiru (sem autoria identificada), Carandiru da Morte, de Pedro Anderson; Carandiru, de OZ; Carandiru, de Pagodart; e Casa Cheia, de Detentos do Rap; Paraíso Carandiru.

HÁ 100 ANOS

No dia 8 de abril de 1913, policiais em ação na capital paulista foram alvo da indignação das mulheres que usavam chapéus ornados com plumas longas. A preocupação dos policiais residia na possibilidade de os tais chapéus poderem ferir transeuntes.
E daí?
Daí que as notícias policiais da época eram, digamos, mais leves.