O primeiro traz ilustrações de Zélio e o segundo, de Rubens Matuck.
Leitura
necessária e agradabilíssima, tanto um quanto o outro.
Destinados
ao público em formação, isto é infantojuvenil, as obras de Viveiros nos remetem aos repentistas pernambucanos
de Itapetim Antônio Pereira (1891-1982), chamado de Poeta da Saudade, e
Otacílio Batista (1923-2003).
O Poeta da Saudade nos legou apenas uma publicação, no formato simples de folheto de cordel e hoje raríssimo.
Já Otacílio, que foi considerado um dos maiores repentistas de todos os tempos, nos deixou uma duzia de LPs e vários livros - 0 todos raros, como os discos - sobre a tradição da cantoria de viola com versos feitos no calor do improviso, sua especialidade.
O Poeta da Saudade nos legou apenas uma publicação, no formato simples de folheto de cordel e hoje raríssimo.
Já Otacílio, que foi considerado um dos maiores repentistas de todos os tempos, nos deixou uma duzia de LPs e vários livros - 0 todos raros, como os discos - sobre a tradição da cantoria de viola com versos feitos no calor do improviso, sua especialidade.
São
de Pereira estes versos, algumas vezes erroneamente atribuídos ao roqueiro
baiano Raul Seixas:
Saudade é um parafuso
Que na rosca quando cai
Só entra se for torcendo,
Porque batendo num vai
E enferrujando dentro
Nem distorcendo num sai
Saudade tem cinco fios
Puxados à eletricidade.
Um na alma, outro no peito;
Um amor, outro amizade,
O derradeiro, a lembrança
Dos dias da mocidade
Que na rosca quando cai
Só entra se for torcendo,
Porque batendo num vai
E enferrujando dentro
Nem distorcendo num sai
Saudade tem cinco fios
Puxados à eletricidade.
Um na alma, outro no peito;
Um amor, outro amizade,
O derradeiro, a lembrança
Dos dias da mocidade
E de Otacílio, estes:
O poeta e o passarinho
São ricos de inteligência
Simples como a natureza
Eternos como a ciência
Estrelas da liberdade
Peregrinos da inocência
Simples como a natureza
Eternos como a ciência
Estrelas da liberdade
Peregrinos da inocência
Herdeiros da providência,
Um no chão, outro voando,
Um pena com tanta pena,
Outro sem pena, penando,
Um canta cheio de pena,
Outro sem pena, cantando
Um pena com tanta pena,
Outro sem pena, penando,
Um canta cheio de pena,
Outro sem pena, cantando
Mas a lembrança dos dois fica apenas nisso: no tema (Saudade) e no título (O Poeta e o Passarinho).
As obras de Ricardo Viveiros, como os versos de Pereira e
Otacílio, necessitam de leitura urgente, por serem o que são: ótimos.
Fica o registro.
FERNANDO COELHO
O poeta Fernando Coelho está se preparando para pegar estrada com seus poemas. Nessa empreitada, ele estará acompanhado da bela voz mineira Fernanda de Paula. O propósito da dupla é ocupar tudo quanto for espaço com versos de máximos quilates. Pois é, está mais do que na hora de o Brasil ser lavado com a poesia de Fernando Coelho, que todo mundo sabe ser de altíssimo nível.