Enfim,
o que querem os mídia ninja e os black blocs, inventar o fogo e a roda?
Os chamados mídia ninja são uma bobagem.
Os black blocs, uma onda internacional.
E aí?
Ano
que vem marcará meio século do golpe militar que culminou com 21 anos de escuridão,
ferimentos na democracia e tortura e morte de muita gente que sonhava por um
mundo melhor; no caso, um Brasil melhor.
Em
1964, as circunstâncias eram diferentes das circunstâncias de hoje.
Na
dúvida, uma consulta à história fará bem...
Lá
atrás, as questões giravam em torno de vida e morte, e de modo radical, mas íamos
às ruas sem máscaras, sem capuz, de cara limpa, gritando palavras de ordem e
respeitando o bem público, ao contrário de hoje. E fugíamos da polícia, porque
simplesmente não dava para enfrentar a polícia, porque polícia é polícia, como
forças armadas, é claro, são forças armadas, treinadas para pôr ordem na casa e
pronto.
Hoje
há democracia no Brasil, mas há também um desenfreado vandalismo em óbvio descumprimento
ao estabelecido na Constituição de 1988; aliás, a mais completa desde a de 1946.
É
perigoso fazer o que se está fazendo nas ruas do País.
Será
que o que se procura é motivo para uma ação do Exército?
A
chamada Primavera árabe deu no que está dando.
Será
que é isso o que se quer por aqui?
Como
se malabaristas fôssemos, brincamos com fogo.
Claro
que há insatisfações por todo canto.
Claro
que nas planícies e planaltos há corrupção e cabras precisando de peia, que o
nível de desemprego é alto, que a saúde e a educação foram abandonadas, e que, enfim,
etc., etc.
Não
será pela via da força bruta, da violência, da anarquia, que o ruim ficará bom
de um minuto para outro.
Ah,
sim! Naquele tempo, os jornais nanicos, como eram chamados os jornais
alternativos, independentes, eram de fato importantes.
E
não nos esqueçamos da revolução cultural da China, iniciada dois anos depois do
golpe militar no Brasil.
AUDÁLIO DANTAS - esse
sabe de tudo e mais um pouco, tanto de coisas e fatos de ontem, quanto de coisas
e fatos de hoje. Aliás, amanhã, a partir das 11 horas, ele estará se colocando
totalmente à vontade para responder as perguntas lhe fizerem na FNAC, em
Pinheiros. O tema será o seu novo livro, As Duas Guerras de Vlado Herzog (Ed. Civilização Brasileira). Vamos?