Geraldo
Vandré (aí ao lado, no jornal, comigo e Zé Ramalho) tinha exatamente um ano de idade quando o locutor Celso Guimarães
anunciou:
-
Alô, alô Brasil, aqui fala a Rádio Nacional do Rio de Janeiro!
A
hora era 9 da noite.
O
dia, 12 de setembro.
O
ano, 1936.
Logo
depois entrou na abertura da programação a canção Luar do Sertão, de Catulo da
Paixão Cearense e João Pernambuco.
A
Nacional foi a primeira grande emissora de rádio do País, com audiência em
quase todos os estados brasileiros e tornada empresa estatal no governo Vargas
cerca de quatro anos depois de criada.
Por
seus microfones desfilaram algumas das vozes mais bonitas do Brasil, de Chico
Alves a Orlando Silva, passando por Luiz Gonzaga (aí ao lado), Nelson
Gonçalves, Sílvio Caldas, Cauby Peixoto, Nuno Roland, Carmélia Alves, Ângela
Maria e as irmãs Batista Linda e Dircinha, entre outras.
E
também passaram por lá grandes produtores artísticos, como Almirante e Lamartine Babo, também compositor; e
locutores e apresentadores além de Celso Guimarães, cujo nome completo era Celson Tuson Foot Hummel Guimarães (1907-73), paulista de Jundiaí: Oduvaldo Cozzi, Renato
Murce, Paulo Gracindo, Manoel Barcelos, Afrânio Rodrigues e Cesar de Alencar; e
maestros-arranjadores que fizeram história, entre os quais Guerra Peixe, Gaó, Radamés
Gnatalli e Léo Peracchi.
Vandré,
pseudônimo de Geraldo Pedrosa de Araújo Dias, que hoje completa 78 anos de idade, começou
a carreira musical como calouro da Rádio Tabajara, de João Pessoa, PB.