Aquele sábado 19 de outubro de 1913 chegou trazendo à vida um menino carioca de nome Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes,
que
o tempo faria famoso.
O
menino foi crescendo e estudando um monte de coisas, até que um dia se fez
diplomata; e como tal passou a correr o mundo representando as cores do Brasil.
Mas
o menino era ambicioso e queria mais e mais, muito mais: queria ser poeta.
E
o menino, que virara diplomata, um dia se fez poeta.
E
o diplomata e o poeta passaram a andar juntos por aí a fora.
Mas
logo o diplomata começou a atrapalhar os passos do poeta, impedindo-o que brincasse,
usasse roupas simples e chegasse de volta em casa tarde da noite.
O
poeta gostava da noite, da lua, das estrelas.
O
poeta gostava também de estar sempre ao lado de amigos e amigas, de caminhar na
areia da praia e molhar os pés nas águas da beira-mar; o diplomata, não.
O
diplomata era um homem sério
E
por não mais querer ter seus passos cerceados, o poeta decidiu dispensar o
diplomata e seguir a vida ao lado de outros poetas, como Bandeira, Drummond e Neruda.
Mas
o poeta também gostava de música, e por gostar de música ele resolveu fazer
música.
E
fez um monte de músicas, junto com os amigos Paulo, Haroldo, Toquinho, Tom,
João, Ary e muitos outros.
O
poeta que um dia dispensou o diplomata ficou conhecido em boa parte do mundo pelo
diminutivo de Poetinha.
E
viva, pois, o Poetinha que um dia disse ser São Paulo o túmulo do samba!
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