Os paulistas, principalmente os paulistanos, estão à beira de um ataque de nervos generalizado pela eminência de um colapso no fornecimento de água potável.
O reservatório da Cantareira, que abastece boa parte da população da cidade, já está com a sua capacidade minguando para o nível péssimo dos 12% de sua capacidade total.
O governador Geraldo Alkmin se não sabe rezar já está aprendendo, pois a situação do abastecimento de água é deveras preocupante.
Situação pior do que os moradores de São Paulo estão vivendo só se viu entre 1924 e 1925, quando foi decretado um rígido racionamento.
Aquela foi a pior seca que São Paulo viveu, e de algo parecido estamos perigosamente nos aproximado.
Em reportagem da Revista Brasileira de Engenharia, num exemplar de 1926, lê-se:
"Durante o primeiro quarto do século XX as explicações oficiais mais utilizadas para o fenômeno da escassez recorrente de águas na cidade foram o aumento da população em proporções vertiginosas e as sucessivas e prolongadas estiagens. De fato, São Paulo ultrapassou o Rio de Janeiro no censo industrial de 1920 e as estiagens eram recorrentes. No período de 1924-1925 a falta de chuvas foi muito severa, sendo que o índice pluviométrico atingiu apenas 900 m/m em 1924: Foi a seca mais forte ocorrida nestes últimos trinta e seis anos”.
A seca de 24, que seguiu até 25, gerou a construção da represa Billings, que tem 800 quilômetros de margens de mananciais, quatro vezes a extensão da represa Guarapiranga e abastece cerca de três milhões de pessoas na Grande São Paulo.
As desculpas que as autoridades da época davam para a escassez d´água nas torneiras da continuam praticamente as mesmas 90 anos depois.