Nivelado
por baixo, este mundo globalizado de guerras e injustiças sociais tem servido
para mostrar quão descabida - e ridícula - é a insaciável gula por grana de algumas
figurinhas-chave do showbiz nacional.
Esse
mundo a que me refiro, perigosíssimo, tem servido para glorificar seres
situados abaixo da linha da mediocridade e desejosos de sucesso e dinheiro fáceis.
O
nosso filósofo de plantão nas tardes e noites televisivas de domingo, Sílvio
Santos, há muito tem espalhado o bordão que nos leva a crer que na vida “É tudo
por dinheiro”, mesmo, ou nada feito.
A
realidade mais das vezes ultrapassa a perversidade e a ficção, transformando
gente em coisas.
Agora
mesmo, por exemplo, a TV Globo, através do programa Fantástico – só podia ser
-, com 13'36'', anuncia que seguirá os passos de Michel Teló no seu desejo de contar a
história da música sertaneja nas estradas Brasil adentro, mostrando que o nosso
País mudou, virou sertanejo pop.
Que
tal Teló como historiador musical, hein?
Sete
entre dez músicas tocadas no rádio brasileiro em 2013 eram, dizem, de estilo “sertanejo”.
Mentira!
Música
sertaneja é outra coisa e seus autores não atendem por Luan, Léo, Victor e
tampouco por Michel Teló.
Essas
músicas que invadiram o dial a custo de muito investimento financeiro são “sertanojas”,
isso sim, de estilo “sertanojo”, de gosto duvidoso, de letras chulas e
repetitivas, ou, segundo o imaginário popular, "música consola corno", chorosas, piegas etc.
Pois
é, e este ano já são duas em três coisas dessas tocadas no rádio com o carimbo “sertaneja”,
donde é de se concluir que o Brasil, sempre tão rico, está piorando em movimentos
largos, em todos os sentidos.
E assim o Brasil vai perdendo sua identidade... E assim, a galope, o Brasil vai perdendo, infelizmente, a sua identidade.
E assim o Brasil vai perdendo sua identidade... E assim, a galope, o Brasil vai perdendo, infelizmente, a sua identidade.
“Quando
chegou na nossa mão (Ai se eu te Pego),
a gente falou: ‘cara, nós vamos fazer uma música simples, como ela é, mas
fazendo a nossa batida’. O violão com levada de vaneirão, mais sertanejinho um
pouco, a sanfona. São esses os elementos da nossa música sertaneja de hoje. Uma
música caipira pop. Eu fui cantar em países que eu nunca imaginei um dia nem
pisar, nem ouvi falar muito, tipo Croácia. Cantei na Rússia, cantamos na
Holanda, Japão”, conta Michel Teló.
Junto
com ele estão outros personagens de estrada “sertanoja”, clique: http://g1.globo.com/fantastico/quadros/bem-sertanejo/noticia/2014/07/mchel-telo-cai-na-estrada-para-contar-historia-da-musica-sertaneja-no-brasil.html
E
lixo por lixo, uma curiosidade: a autoria de Ai se eu te Pego, lançado com estardalhaço por Teló há três anos, permanece
até hoje disputada na Justiça paraibana por várias pessoas, entre as quais Karine Vinagre, Amanda Cruz e Aline
Medeiros, supostas autoras do refrão que teria sido feito durante uma
viagem aos Estados Unidos.
É muita
criatividade, não é mesmo?
Essa coisa, que fez
um sucesso dos infernos mundo a fora, foi registrada por Sharon Acioly e
Antonio Dyggs, também supostos autores.
A proposta do Teló é contar a história
da música sertaneja.
Então, tá.
E pensar que fiz isso em 1994, na
série Som da Terra...
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