O acidente aéreo que vitimou Eduardo Campos fez me
lembrar de acidentes parecidos que também encerraram a vida de outros políticos
famosos, como Siqueira Campos, no Uruguai, Castelo Branco, em Fortaleza, e
Ulysses Guimarães, no mar do Rio; e de artistas muito conhecidos e queridos,
como o cantor Agostinho dos Santos, na França, Mamonas Assassunas, em São
Paulo, e Leila Diniz, na Índia.
Leila morreu no dia 14 de junho de 1972, três anos depois
de sua célebre entrevista ao extinto semanário carioca Pasquim.
Além de atriz, Leila Diniz foi uma pessoa muito
inteligente e agitada, que rompeu padrões na vida brasileira a partir da
segunda metade dos turbulentos anos de 1960. Nesse ponto, ela lembra a poeta
repentista Mocinha de Passira.
Mocinha, de batismo Maria Alexandrina da Silva, tinha 20
anos de idade quando Leila morreu e já fazia estripulias na sua terra
pernambucana, casando antes dos 18 anos e brigando pra valer com quem a
provocasse, inclusive os cantadores improvisadores mais importantes de lá, como
o lendário Diniz Vitorino, ao lado de quem entrou num estúdio pel primeira vez para
participar da gravação de um disco.
Leila e Mocinha, depois de Dercy Gonçalves, foram quem
mais usaram o palavrão para melhor se comunicar.
Mocinha de Passira e o seu colega repentista Sebastião Marinho em visita ao Instituto Memória Brasil - IMB |