O tempo não se ajusta. O tempo não se ajusta a nada. E por não se ajustar a nada, o tempo faz com que o relógio se ajuste ao tempo. Hoje, por exemplo, o tempo mostra num segundo, que é preciso o tempo do relógio se ajustar ao tempo. Ou seja: o tempo de quem pensa ter o tempo para se ajustar ao tempo. E quem pensa ter o tempo não o tem. Tanto que o tempo, pensam os cientistas, é deles. E não o é.
Hoje, 30 de junho um minuto antes de acabar o 30 de junho, um segundo antes, faltará um segundo para o meio exato do ano se firmar.
Não entendeu?
Às 23h 59 minutos tradicionalmente como nós entendemos, faltará um segundo para meia-noite.
Disto isso, conte um segundo a mais.
O que você faria com um segundo a mais na sua vida?
Melhor: o que você fará você com um segundo a mais na sua vida.
Pois bem, hoje, você terá, nós teremos, um segundo a mais na vida.
Tá bom, você pode pensar que um segundo a mais não significará nada.
Mas sim, e se um doido qualquer que manda no mundo, resolver nesse segundo a mais, apertar o botão que detonará a bomba atômica.
Então, nessa hora de um segundo a mais você pode estar dormindo... você pode estar amanado, você pode estar brindando num bar com amigos, jantando num restaurante, falando de uma amor perdido... Num segundo você pode fazer tanta coisa! Seja para quem for você pode estar dizendo Te Amo!
`te amo´ tem 1 segundo.
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terça-feira, 30 de junho de 2015
segunda-feira, 29 de junho de 2015
A GRÉCIA DE LAMPIÃO
O
Olimpo hoje é um grande deserto, outrora habitado por todos os deuses; deuses
que hoje estão extintos, sumidos, desaparecidos.
Há,
os Deuses!
A
Grécia de tantas histórias incríveis, de tantos mitos, hoje sucumbi aos poderes
do capitalismo. O seu povo sofre e nós choramos.
A
Grécia é um pequeno país que abitou a nossa imaginação e nosso conhecimento.
A
Grécia de Sócrates, Platão e tantos outros grandes filósofos que tanto nos
ensinaram nos bancos escolares.
Hoje
a Grécia chora diante da humanidade que é outra desde séculos antes de Cristo.
A
mistura de democracia e capitalismo não deu certo na Grécia de hoje.
O
que será da Grécia de amanhã e dos gregos mortos, deles um dia nos lembraremos?
A
Grécia de hoje, habitada por 12 milhões de almas, 40 por cento delas pobres de
dinheiro, tem de pagar o que não tem a banqueiros, num prazo que vence amanhã
pela enésima vez.
E
se não pagar, o bicho vai pegar.
Será
que Lampião dobraria os credores dos gregos? Lampião, alias, entrou no cangaço
no dia 29 de Junho de 1920 com o proposito de vingar o assassinato do pai, não
vingou, pois seu pai acabou morrendo de morte morrida. Que coisa!
Torço
para que os gregos saiam dessa.
domingo, 28 de junho de 2015
SÃO JOÃO DE TREM E FORRÓ
Tradicionalmente
o mês de junho é mês de frio, é mês de inverno, é mês de São João.
Desse
mês guardo na memória muitas coisas bacanas, muitas histórias.
Cresci
ouvindo histórias de Trancoso e da 2ª Grande Guerra.
Hoje,
no rádio, ouvi alguma coisa a respeito do baiano de Salvador, Raul Seixas.
O
Raul nasceu num dia como o de hoje dois meses antes do anúncio da guerra.
O
Raul, como todo nordestino, também cresceu com as lembranças das festas
juninas. Luiz Gonzaga, o rei do baião, era um dos seus ídolos.
Lembro
disso por uma razão simples: hoje é véspera do dia de São Pedro e São Paulo,
santos que integram o calendário dos festejos juninos que começam no dia 13
(Santo Antônio) e 24 (São João).
Na
tradição popular, São Pedro é o chaveiro do céu e o cara que abre e fecha a
torneira pra despejar chuva na terra; e São Paulo, o apóstolo que empresta o
nome à 5ª quinta maior cidade do mundo, que é esta em que moramos.
Este
é um mês festivo em todo o Nordeste, especialmente em Caruaru, PE e Campina grande,
PB, cidades que disputam à unha a fama de realizarem o maior São João do mundo.
Uma bobagem, mas enfim...
Há
uma dúzia de anos, mais ou menos, inventaram em Pernambuco um tal de Trem do
Forró, que na origem ia de Recife a Caruaru com muita música boa do repertório
gonzagueano. Hoje esse percurso é feito entre a cidade do Cabo de Santo
Agostinho e Caruaru. Morei em Caruaru e lá editei um jornal chamado Diário do
Agreste. A cidade do Cabo foi o berço do rei da embolada, Manezinho Araújo
(1910-1993).
Coisa
parecida com o que se inventou em Pernambuco há também na Paraíba, onde um trem
de forró parte de João Pessoa a Cabedelo.
Cabedelo
é uma cidade portuária, distante cerca de 18 quilômetros da capital paraibana. Esse
mesmo trajeto eu o fiz algumas vezes no tempo que havia trem, mas não trem de
forró. Era um tempo de Luiz, rei do baião, e do também adolescente Raul Seixas,
lá na Bahia de São Salvador.
Agora
dão-me a notícia de que “todos os forrós” do Nordeste anunciaram com pêsames o
acidente que vitimou o famoso cantor desconhecido Cristiano não-sei-o-quê,
que -diga-se de passagem- não faz a
menor falta ao mundo da música. Eu disse Música.
Arra!
sábado, 27 de junho de 2015
FAMA COM A MORTE
A
semana que termina hoje, nos deixa muita coisa para reflexão. O Lula, por
exemplo, disse que “a educação no Brasil avançou pra cacete”. Antes, no correr
desta mesma semana, a Dilma louvou a mandioca “como uma grande conquista do
Brasil”. Na mesma ocasião, numa tribo falando para índios, ela disse do alto do
seu conhecimento, que, como há o Homo sapiens, há também a “mulher sapiens”. É muita sabedoria ou não é?
Vivemos
sem dúvida num país fora de qualquer contexto.
É
incrível, mesmo, o meu Brasil.
E
a imprensa hein? No encerramento no jornal da manhã do dia 10 para o dia 11,
ouvi na Pan o Joseval anunciar a morte de um desses sertanojos.
Morrer,
ao contrário de nascer, é sempre uma tragédia.
Através
do Joseval fiquei sabendo que existira no mundo da tranqueira musical
tupiniquim, um cidadão chamado Cristiano Araújo.
Por
mais que puxasse pela memória, eu não conseguia lembrar quem era esse cidadão.
Como
lembrar de algo ou alguém que não se conhece ou sequer se ouviu falar?
A
resposta veio no correr do dia através do noticiário de todos os meios de
comunicação.
Poxa
vida, torturei-me à toa; mas ainda assim fiquei sem saber quem era o Cristiano tão
exaustivamente anunciado, falado, elogiado, endeusado...meu Deus!
No
programa da Fátima Bernardes ouvi a própria dizer que quem morrera fora
Cristiano Ronaldo. Quer dizer, nem ela mesma sabia porque nós, brasileiros,
estávamos sendo levados a cair em prantos por uma alma que desconhecíamos.
O
que está havendo com a nossa imprensa?
Nem
o Pixinguinha quando morreu recebeu tanto choro. E nem por Cristo choramos
tanto, não é mesmo?
Definitivamente
tudo está errado nesta inversão de valores.
E
a semana seguiu com o anúncio de novas prisões, pela PF, de roedores do erário
público nacional.
segunda-feira, 22 de junho de 2015
EU VI, O INVERNO CHEGOU ONTEM
O
inverno chegou ontem 21, no começo da tarde. Era fato esperado, marcado,
previsto como as demais estações e todos os trens programados em todas as
linhas, daqui e dacolá.
O
que não chega com data marcada é chamado de imprevisto, o que chega
derrepentemente. Exemplo? O sumiço da luz dos meus olhos: fui dormir outro dia,
acordei e tudo continua noite.
Isso
é um imprevisto.
Informam-me
que cerca de 80% da população do mundo sofre de algum tipo de deficiência visual.
Você, por exemplo, que usa óculos de grau é deficiente.
Mas
nada é demais nesta vida, nem o fim do mundo.
Perder
a luz dos próprios olhos não é o fim do mundo, não é mesmo?
Então,
aí vai um texto poético, construído no modo sextilha. Esse modo é construído em
estrofes de seis versos de sete a onze sílabas. Pois bem, é assim:
Eu vejo além
da vista
Pelo sinal do
não ou do sim
É tudo muito
fácil!
Não tem o bom
e o ruim?
Basta apenas
escolher
Eu mesmo digo
assim:
Vejo com os
teus olhos
E caminho com os
meus pés
É teu o meu pensamento
Eu sou quase
quem tu és
Neste mundo
meio torto
De Marias, Joões
e Josés
Os teus olhos
me trazem
Imagens da
natureza
O movimento
das águas
No fluir da
correnteza
O voar dos
passarinhos
E de Deus toda
a grandeza
Os teus olhos
são para mim
Uma estrada
iluminada
Num horizonte
sem fim
Toda de
pérolas cravejada
Mas sem teus
olhos, meu Deus!
O tudo seria
nada
Sem teus olhos
eu não veria
Rumos na
escuridão
Esperança no
porvir
Ao cantar uma
canção
Sem os teus
olhos eu não veria
A vida à luz
da emoção
Eu não veria
também
Um Pererê por
aí pulando
Um boto
caçando moça
E em noite muito
escura
Vagalumes te
alumiando
Não veria um
arco-íris
No céu
estrelas brilhando
A terra
botando flores
No parque
crianças brincando
E cenas
engraçadas como
Um gago bêbado
cantando
Em resumo: eu
não veria
Rumos na
escuridão
Esperança no
porvir
Ao cantar uma
canção
Teus olhos são
como o quê
O bater do meu
coração
quarta-feira, 17 de junho de 2015
OLHA EU AQUI DE NOVO...
Nesse
frio danado de outono, anuncia-se o começo do inverno para domingo.
Na
última madrugada, cá em Sampa, os termômetros marcaram a noite mais fria do
ano: 12ºC.
Em
Vacaria, RS, a temperatura caiu para -2ºC.
No
entanto, o meu coração continua quente...
Diante
dessa besteirama toda, lembro a tia Benê dizer brincando que o ano “miou”.
O
que ela queria dizer com isso?
É
que acabamos de passar exatamente pelo meio do mês de junho, isto é: 15 de
junho, que foi anteontem. E então ela dizia: “o ano miou”.
O
miou dela era meado, de meio. Então, estamos no meado do ano de 2015. Isto é,
falta agora a outra metade para o ano findar.
Quanta
besteirama...
É
que acho que estou meio fora de forma; pois, enfim, faz um mês ou mais de mês
que não blogo coisa nenhuma para vocês que me acompanham e que formam uma
legião de quase 200 mil almas pensantes. É só ver ali embaixo, à direita, a
catraquinha que registra a entrada de vocês para acessar as coisas que vem do
meu miolo meio doido e que de um modo ou de outro, vocês parecem gostar,
certo?.
E
pode até nem parecer, mas durante esse tempo muita coisa interessante sucedeu
cá à minha volta. O mês de maio foi riquíssimo de acontecências e lembranças, e
junho que fez “miar” o ano também já deixou muitas marcas; e aqui não quero nem
falar da desgraceira que tem infestado o nosso País.
Bom,
dependendo do que ocorrer, amanhã é bem capaz de eu dizer as razões pelas quais
me afastei de vocês por esse tempo todo.
Viva
a vida!