Do
repertório dos violeiros Tião Carreiro & Pardinho consta uma bela
composição que diz “a coisa tá feia... / a coisa da preta...” que, em parte,
traduz o momento que nós – simples brasileiros – vivemos hoje.
A
nova edição da revista britânica The Economist que está chegando às bancas traz
reportagem em destaque que trata da corte planaltina. Diz a revista, em matéria
assinada por seu correspondente no Brasil, que põe o vice-presidente Michel
Temer, como “primeiro-ministro”.
Primeiro-ministro
é figura principal do sistema parlamentarista. Não é o caso, mas a revista o
coloca nessa posição por estar ele desenvolvendo, aparentemente, as funções que
cabem à dona Dilma como “presidenta” da nossa capenga e judiada República
Federativa do Brasil, criada pelos militares que ocuparam o poder após o
movimento de botinas que resultou em 21 anos de tristeza, pancada e escuridão
(1964-1985). O título da reportagem, em
tradução livre: “o poder por trás do trono”.
Vamos
ver até onde isso vai dar, não é mesmo?
Na
noite de segunda-feira passada, no palco da Sala São Paulo, o menestrel Vital
Farias teceu algumas palavras elogiosas à minha pessoa. Que bom. Aliás, foi ele
muitíssimo aplaudido ao interpretar, de sua autoria, a pérola musical A Saga da
Amazônia, que está completando 36 anos de existência.
Vital
é paraibano de Taperoá, do mesmo modo que foi o erudito brincante Ariano
Suassuna.
Ariano,
figura ímpar e inesquecível da vida cultural brasileira, nasceu no dia 16 de
junho de 1927.
A
ausência de Ariano entre nós dá uma saudade danada. Ele partiu rumo às estrelas
no dia 23 de julho do ano passado. Ou seja: faz um ano e um dia, mas a
impressão que se tem é que ele nos deixou há mais tempo, não é mesmo?
No
Planalto, terra onde se planta nasce sempre um político safado, há um chafurdo
danado. Lá ninguém se entende, tá tudo quebrado.
Certa
vez, Ariano disse, entre sério e brincando, que morreria sim, mas os
personagens que criou, não.
Tem
muito João Grilo aprontando por aí, não tem mesmo?
Em
Vital Farias e em Ariano Suassuna a esperança morou e fez festa. Não à toa,
continua atualizadíssima a bela guarânia “Pra não dizer que não falei de flores”,
de outro grande menestrel paraibano Geraldo Vandré. Ouçam: