Chovem mensagens de
parabenização pela entrevista publicada domingo passado no Caderno 2 do
Estadão: Memória visual. Agradeço. Foi uma espécie de desabafo, regrado à esperança, muito bem
captado pela sensibilidade dos repórteres Júlio Maria e Gabriela Bilo. Falei,
falei, falei a respeito do mundo que nos cerca, da política, dos políticos e da
dor.
A dor foi embora no
correr dessa fala. Dor de falta, dor que sobra, dor misturada com tristeza pela
falta, traição e abandono de uns e outros que parecem não valorizar os olhos da
cara. Uma amiga, do campo da Psicologia, disse-me que estou de “luto”.
Interessante essa observação.
Somos coisinhas
especiais da Criação. Amor e solidariedade são combustíveis que nos movem na
movediça areia da vida. Um povo sem esperança é um povo perdido, é uma nação
perdida que forma um País sem crédito no espelho do mundo.
Dor que dói, aquela
que vem das profundezas da alma, machuca e ensina. Pra que reclamar, não faz
sentido reclamar. Aliás, eu digo assim nestes versos em sextilhas:
Muita gente reclama
Reclama
sem precisão
Reclama
por reclamar
Pois
reclama sem razão
Não
é o caso de perguntar
Por
que tanta reclamação?
Eu
perdi a minha vista
Mas
não da vida à visão
Eu
hoje vejo tudo
Com
os olhos do coração
E
o que eu não via antes
Vejo
com a imaginação
Não
dá para reclamar
De
muitas coisas na vida
Pois
ela nos prega peça
Na
chegada e na partida
Uma
caixinha de surpresa
É
o que é a nossa vida