Todos
nós deveríamos ser como vinho, ou seja: quanto mais velho, melhor.
Mas
não é sobre isso que eu quero falar.
Há
750 anos, nascia na Itália o poeta Dante
Alighieri (1265 – 1321), autor da obra-prima A Divina Comédia.
Mas
não é sobre Dante que eu quero falar.
Houve
um tempo em que todos nós éramos jovens.
Eu
sou da safra de 1952 e o conterrâneo Geraldo Pedrosa de Araújo Dias, de 1935.
Geraldo
é o criador do mais polêmico personagem da música popular brasileira: Vandré.
Eu
conhecí Geraldo em agosto de 1978 e um mês depois, precisamente no dia 17, um
domingo, publiquei no extinto Folhetim, do paulistano Folha de S.Paulo, a primeira
entrevista que o criador de Vandré deu ao retornar do exílio.
A
entrevista intitulada O Desaparecido provocou grande polêmica dentro e fora da
imprensa. Recebi centenas de telegramas e cartas de leitores espalhados Brasil
a fora.Desde então eu e o entrevistado temos conversado muito. Ontem mesmo, à
noite, conversamos um pouco sobre seus 80 anos hoje completados. Brincando, ele
disse:
- Vou comemorar a data no próximo ano.
Também
ontem falei com Boldrin, que conheço desde o começo dos anos 80.
À
época ele gravava o programa Som Brasil no teatro Nydia Lícia. Bom, disse
Boldrin:
-
Há muito tento trazê-lo ao meu programa. Cheguei a convidá-lo para estar comigo
na gravação do programa de dez anos na TV Cultura.
Geraldo
é um ícone da nossa música popular e, como tal, por muita gente considerado uma
pessoa “muito difícil”.
Ano
passado ele me perguntou se eu poderia pô-lo em contato com a cantora Joan
Baez, também ícone da música norte-americana. Realizei o seu desejo pondo-o
frente a frente a Baez. Na ocasião, ela disse estar a sua disposição, inclusive
para gravarem juntos um disco. Enigmático,
Geraldo riu e não
respondeu
se aceitaria ou não a inusitada proposta.
Viva
Geraldo Vandré!
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