O
pensar serve para tudo, para o bem e para o mal.
Repito,
não sei se foi Kamie ou Sartre, quem disse que estamos de passagem. Parece
óbvia a impressão, mas não é. Outra aparente obviedade é a do Espinoza, segundo
a qual “a vida é feita de encontros”.
Mas
o mundo como está, hoje, certamente terá dificuldade de distinguir o que é ou
não é obviedade.
É
óbvio gerar apátridas como hoje se gera?
É
óbvio congelarmos nossa sensibilidade diante do caos que a vida humana está se
tornando?
Portanto,
o que é ou não é óbvio está bem embaixo do nariz.
É
a velha questão do ser ou não ser, questionada em Hamlet pelo popular
Shakespeare.
Sim,
toda a obra do Shakespeare é baseada nos contos e demais histórias que ele
colheu na sua região há uns 500 anos. E é popular, também, porque é o
dramaturgo mais conhecido e aplaudido mundo afora nos últimos cinco séculos.
Mas
por quê diabos estou falando dessas coisas hoje, de novo?
Vocês
já perceberam que o Brasil poderia ser o palco em que melhor os personagens de
Shakespeare se movimentariam?
Dilma
cai ou não cai?
Pessoalmente,
acho que a cria de Lula não deveria cair; até porque teríamos de enfrentar nova
crise. Ou seja: uma crise dentro da outra.
Quem
assumiria as rédeas da situação? Temer? Cunha? O fato é que nós, todos,
continuaríamos perdendo.
Mais
uma vez, estamos num beco sem saída. E nem vou falar, como sempre falo, a
respeito de educação e cultura, ciências, matemática...
O
professor finge que ensina, o aluno finge que aprende, e nessa brincadeira de
empurra-empurra, mais uma vez, quem perde somos nós e quem virá depois de nós.
O
Brasil é mesmo estranho. Estamos no inverno: 33 graus, no momento.