“Eu
voltei ao CTN, a convite de Dona Cristina”, disse-me com alegria a Produtora
cultural Malu.
CTN
é Centro de Tradições Nordestinas, localizado no bairro paulistano do Limão.
Reencontrei
Malu numa reunião com artistas populares promovida pela antropóloga Ana
Carolina, num prédio da Funarte em São Paulo.
Carolina
abriu a reunião explicando aos artistas presentes, que foram muitos, sobre a
importância do tombamento da literatura de cordel e do repentismo brasileiros
como patrimônio cultural e imaterial das coisas do nosso País. Dito o que tinha
de dizer, Carolina nos chamou para falar sobre cultura popular. Falei.
Outras
Pessoas foram chamadas a falar sobre o que fazem no mundo da cultura popular.
Entre estas pessoas o Pernambucano Luiz Wilson.
Luiz
Wilson é uma das figuras mais expressivas da cultura popular do Nordeste. Ele é
cordelista, repentista e apresentador de um dos Programas mais ouvidos nas
manhãs de Domingos do Rádio Paulistano: Pintando o Sete, no ar desde o dia 09
de setembro de 2007.
No
Programa do Wilson tem Gonzaga, Dominguinhos, Anastácia e muitos outros grandes
forrozeiros, cantadores repentistas e muitos outros por quase toda manhã no “dial” da rádio Imprensa FM 102,5.
Mas
eu comecei falando neste texto sobre a produtora cultural Malu. Pois bem, Malu fez-me lembrar o mais
importante filósofo dos últimos tempos da Antiguidade: Aristóteles.
Na
conversa na Funarte, Malu disse-me que “O CTN está sem alma”.
Cinco
séculos antes de Cristo, Aristóteles dizia nos seus manuscritos que a alma
regia energia, que regia movimentos, que regia corpos, que regia a própria
vida.
Isso
tudo está na Teoria das Causalidades Universais.
Para
os gregos, em grego, alma é psiquê.
No
dia em que o CTN entender a importância da sigla que escolheu, essa sigla se
tornará verdadeiramente importante para os milhões de Nordestinos que habitam
a cidade de São Paulo.
Estamos
falando, claro, de Cultura do Nordeste brasileiro.
Ah!
Na reunião promovida por Carolina reencontrei, depois de muito tempo, a grande
cantora mineira Fatel Barbosa.
JOÃO
DE CALAIS
Calais
fica ao norte da França. Ali por perto, nas proximidades do embarque no
Eurotúnel há anos foi criada uma favelona, habitada por umas três mil pessoas.
Pobres, imigrantes com uma mão atrás e outra na frente, foram postas pra correr
pela Policia. Calais ficou famosa fora da França pelo romance de cordel chegado
ao Brasil em fins do século 19. O estudioso da cultura popular Luis da Câmara
Cascudo, autor de cento e tantos títulos, foi seu principal divulgador. João de
Calais, o romance, é um dos Cinco Livros do Povo.