Neste
mês de setembro em que se “comemora” o Dia Nacional da Alfabetização, 8, o Governo
anuncia mudanças necessárias no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Foi um
anúncio atabalhoado. No primeiro instante, quiseram tirar as disciplinas de
Educação Física e Artes. Que coisa!
Educação
Física e Artes são as portas naturais que se abrem para os esportes, música,
teatro etc.
Mudanças
no nosso sistema de ensino há muito se fazem necessárias. As discussões em
torno do assunto são antigas e do jeito que está, claro, não pode continuar. Se
eu sou a favor do ensino em tempo integral na rede escolar? Claro que sou. Por
quê? Porque é preciso que se ensine e se estude com afinco. O estudo continuado
só pode trazer benefícios a quem aprende. Agora, uma coisa: é preciso treinar,
reciclar, o professor.
Eu
comecei falando do Dia Nacional da Alfabetização. A verdade seja dita: não há o
que comemorar nesse dia 8 de setembro.
Comemorar
alfabetização quando 13 ou 14 milhões de brasileiros não sabem distinguir um o
de uma roda? Não dá, né? Fora isso, ainda tem os analfabetos funcionais, que
somam 32 milhões de brasileiros.
Somos,
no ranking mundial de ensino, o país que ocupa o 8º lugar em analfabetismo.
Triste, não é?
Para
mostrar o caos em que vivemos, não custa lembrar que já somos cerca de 12
milhões de profissionais desempregados, sem falar nos eternos “nem, nem”, que
se reunidos ocupariam todas as áreas de Pernambuco. É mole?
A
nossa tristeza cresce quando espichamos os olhos para o Planalto e vemos as
trapalhadas de boa parte dos ministros que formam o atual governo. O ministro
do trabalho, por exemplo, tem dito um monte de bobagens com relação às reformas
trabalhistas. O presidente da Câmara tentou dar golpe esta semana, ao
surpreender o Brasil com proposta de mudança numa lei que, se aprovada,
beneficiaria os espertalhões que utilizam caixa dois em suas manobras. E por aí
vai.
O
ministro da Educação quis tirar disciplinas necessárias na formação de
brasileiros. Não dá, né?
No
dia 2 próximo haverá eleições para a escolha de prefeitos e vereadores. Outro
dia comentei aqui que não ouvira nenhum candidato falar de cultura. O Dória
falou hoje, prometendo virada cultural nos bairros de São Paulo.
Eu
queria saber, de verdade, o que pensa um candidato quando diz que vai fazer
virada cultural nos bairros da cidade. Será que isso basta? Cultura é isso?
Tira do bolso e...
Aliás,
por onde anda o ministro da Cultura? Ainda existe Ministério da Cultura?
Pra
findar, uma coisa que não entendo: por que temos o Ministério da Educação e da
Cultura e o Ministério da Cultura?
TIM,
TIM
O
paraibano de Campina Grande, Rômulo Nóbrega, biógrafo do compositor Rosil
Cavalcanti, está completando hoje 61 primaveras. Rômulo, economista, escreveu
uma das mais completas biografias que já li sobre um autor pernambucano: Pra dançar e xaxar na Paraíba, andanças de
Rosil Cavalcanti. Longa vida, Rômulo.