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sábado, 17 de dezembro de 2016

SÃO PAULO DE TODOS NÓS

A cidade de São Paulo foi fundada no dia 25 de janeiro de 1554, pelos jesuítas Nóbrega e Anchieta. Nóbrega é o patinho feio da história.
No começo de tudo, eram só índios que habitavam essa parte do Brasil, e do Brasil todo...
Em 1901, havia 1434 migrantes e 70348 imigrantes, segundo dados oficiais divulgados pelo governo da época.
São Paulo foi construída primeiramente pela mão de obra estrangeira como indicam os dados. Hoje são milhões de estrangeiros habitando a cidade fundada por Nóbrega e Anchieta. Eu adoro esta cidade e em sua homenagem compus e gravei uma declaração de amor, com Oswaldinho da Cuíca fazendo o Diabo (acima).
Amanhã é dia internacional do imigrante.
Um amigo nascido nas terras dos faraós, Peter Alouche, escreveu uma obra prima a que deu o título São Paulo de Todos Nós. Essa obra melodiada pelo mineiro de Alto Belo, Téo Azevedo, é uma verdadeira ode à presença dos estrangeiros na Capital paulista. Merece ser reconhecida como hino. Confiram, clicando:

EDUARDO VALBUENO
Há pouco eu tive a alegria de receber o Cd: Para Sempre e Muito Mais, que acaba de ser lançado ao público de bom gosto. É um disco simples, bonito com 8 faixas em ritmos diferentes. Abre com a faixa título e segue levando o ouvinte a uma curiosa viagem musical por São Paulo e nordeste de Luiz Gonzaga. Gostei. Os arranjos seguem uma característica própria do artista, que é a de unir uma faixa à outra mesmo sem que, necessariamente, o texto anterior tenha a ver com o texto seguinte. Todas as músicas são autorais. Tem cordas, percussão e samplers. Eduardo arrisca pouco no disco, mas mesmo assim dá pra sentir seu talento e rigor na busca por melodias fora de contexto. Não são ousadas, mas demonstram bom conhecimento do artista no tocante à criação. Tem até um poema "de cordel" por ele musicado, e é bonito, no ritmo de baião.
Eduardo Valbueno fica devendo um disco melhor.

BELCHIOR
O nome de batismo do cantor e compositor cearense |Belchior é Antônio Carlos Belchior, o resto do nome é invenção. Belchior, que costumava frequentar a minha casa pra comer bacalhau e beber vinho, é um intelectual na melhor acepção do termo. Um dia, sabe-se lá porquê deu a doida na cabeça e sumiu de cena. Por andará Belchior? Este ano faz 40 anos que ele lançou seu LP de maior sucesso: Alucinação. Nesse disco tem os clássico como: Velha Roupa Colorida, |Como Nossos Pais, Rapaz latino Americano e A Palo Seco. Uma historinha: a palo seco foi escrita na beira do mar, como costumava fazer o poeta jesuíta José de Anchieta. Antes de a água do mar apagar o poema em provisado de Belchior Teca mulher de Jorge Mello anotou tudo num papel e anos depois o autor o musicou. Detalhe: o poema em questão foi o desabafo de Belchior contra John Lenon, que estava nas paradas com uma  história de sonho acabado.


O PASTOR DA LIBERDADE


Muita coisa aconteceu esta semana. Só faltou o mundo se acabar.
Em Brasília, o Congresso pegou fogo.
Ainda em Brasília, os poderes se chocaram.
E a Justiça, hein?
Assis Ângelo fala sobre a importância da obra de Luiz Gonzaga na música brasileira em evento promovido no CTN
Terça, 13, aniversário de nascimento do rei do baião, Luiz Gonzaga, fui convidado pra falar a respeito desse evento no Centro de Tradições Nordestinas (CTN). Dei uma geral sobre a vida e obra do criador do gênero musical baião, lançado mundialmente no dia 22 de maio de 1946 pelo grupo de jovens cearenses  Quatro Ases e 1 Coringa. Na mesma ocasião, também falaram a rainha do forró, Anastácia, e o multi-tudo Jorge Mello. Anastácia é o que se poderia chamar de “monumento vivo da nossa cultura popular”. E Jorge, também.
Mais de 70 artistas da música popular, com viés nordestino, compareceram ao evento. Estavam lá Luiz Wilson, Fatel, Cacá Lopes, Moreira de Acopiara, Sara Brasil, Chambinho do Acordeon, entre outros.
Cristina Abreu, idealizadora do CTN, junto ao marido, Zé de Abreu, usou o microfone para agradecer a presença dos artistas. Ela disse coisas bonitas.
O CTN é um espaço fantástico para a difusão da cultura musical oriunda do Nordeste. Já fez muito em prol da nossa cultura, mas certamente poderá fazer ainda mais. São mais de quatro milhões de nordestinos e descendentes habitando a capital paulista. Existe há 25 anos e eu andei dando minha colaboração a esse espaço desde sempre.
Cristina estava muito à vontade e disse continuar apostando na cultura popular. Ao dizer isso, recebeu uma chuva de palmas. Estou com ela, com Zé, com o CTN e tudo o que se relacione à nossa cultura.
Viva o CTN!
Na quarta-feira, o mundo tomou conhecimento da morte de D. Paulo Evaristo Arns. Para ele dedico estes versos:

O bom D. Paulo partiu

Rumo à Eternidade

Depois de cumprir a missão

De lutar com humildade

A favor dos pés descalços

E contra os dragões da maldade



Foi um guerreiro da Paz

Um professor de Verdade

Que ensinou Cidadania

Em tempo de tempestade

Enfrentou a ditadura

Em nome da Liberdade



O bom D. Paulo partiu

Deixando muita saudade

Um belo exemplo de vida

De amor e Fraternidade

Viva d. Paulo Evaristo!

Viva a Dignidade!