Páginas

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

O CENTRO CULTURAL É DE SÃO PAULO.




Não é todo dia que temos a oportunidade de bater palmas para uma cidade como São Paulo, cheia de coisas tais e tais e quais quais quais, de músicos, de poetas e doidos e músicos e grupos musicais como por exemplo, Demônios da Garoa.
A cidade fundada a partir do colégio São Paulo de Piratininga, ali, ali, pertinho... 

O dia terminou e cá estou,

A cada seis minutos um carro em Sampa é roubado.    

Tudo de bom e tudo de mau acontece em São Paulo.

O tamanho de um paulistano é o tamanho da vida.

Vida bonita, vida guerreira, vida paulistana. E de flores!

Eu sou paulistano de João Pessoa.

O dia 25 de Janeiro, hoje, passou. E eu nem percebi. Não percebi porque São Paulo é todo dia, São Paulo é o que é. Eu amo São Paulo. Minha mulher.

Parece bobagem, mas eu amo São Paulo.

E hoje choveu o tempo todo, mas choveu em tempos e lugares diferentes, assem a gente perceber.

E uns e outros perceberam. Na verdade não dá para perceber milhões de coisas em frações de segundos que acontecem na cidade de São Paulo.

São Paulo é homem, São Paulo é mulher.

São Paulo somos nós, de todos os sexos, de todas as ideias, de todos os sonhos, de todas as vidas, de todos os ritos, de todos os ais...E coisas.

São Paulo é São Paulo. São Paulo é de todos nós!

Eu amo São Paulo.

Ninguém vai tomar São Paulo de nós! Porque nós somos São Paulo. E essa história começa em 1554...
Eu amo São Paulo.
São Paulo é, desde sempre, a única cidade do mundo que tem alma e voz.
São Paulo somos nós, e por sermos o que somos, ninguém nos roubará. Viva São Paulo!
O abraço de mais de mil abraços em torno do Centro Cultural São Paulo, hoje 25, é a prova da união de todos daqui. E todos somos nós, e todos somos nós conscientes das nossas razões.

"Muda-se o nome do espaço para Centro Cultural da Cidade de São Paulo justamente quando se propõe que ele seja menos da cidade e mais de organizações sociais, mas muitos braços foram dizer que ele é da cidade sim, que sempre foi e sempre será das pessoas daqui, ou seja um bem público, porque não há sentido em educação e cultura não públicas", colhi de uma frequentadora do Centro.

O aniversário da minha, da nossa, cidade nos leva a pensar: tudo é nosso; é nosso porque, como cidadãos, construímos São Paulo, e ninguém, de nós roubará São Paulo.
Meu amigo, minha amiga, você sabia que Deus nasceu em São Paulo?


CARTOLA X ADONIRAN BARBOSA

Neste ano de 2017, completam-se 35 anos do encantamento de Adoniran Barbosa, um ser do bem, um mestre da simplicidade nascido em Valinhos, SP, no ano de 10. Eu o conheci bem. Sei lá, acho que foi ele quem me ensinou a beber água de coco. Adoniran era um menino. "Eles nunca me entenderam". Para Adoniran, "eles" éramos nós. Cartola,
o Agenor, carioca da Bohemia, era igualzinho a Adoniran. Não conheci Cartola, mas conheci sua mulher Dona Zica.


Neste mundo todo doido, em que as pessoas se matam para viver, difícil é dizer que o amor salva, que a alegria salva, qua a espontaneidade salva, e que nos salvamos quando acreditamos na salvação de um e de outro, nós. Eu, pessoalmente, gostaria de ter tomado umas e outras com Cartola e Adoniran. Eu tomei umas e outras e muitas outras e umas, ha ha ha, com Adoniran, com Germano Mathias, com Paulinho da Viola, que nem sabe direito o que é uma e outra ou umas e outras, hic, hic...! Pois é: Acabou o lundu, acabou o maxixe, acabou a modinha, acabou a canção e as marchinhas também acabaram. Musicalmente, sei lá!, é isso mesmo, sei lá"
Voltarei ao assunto.O jornalista Vitor Nuzzi, cabeça das grandes, sabe do que estou falando. E não é que ele inventou de se encontrar com Cartola e Adoniran num papo de besta, que só Deus pode explicar.


Mais um carnaval. À mezza notte o’clock, Angenor de Oliveira e João Rubinato se encontram, como de hábito, no alto do Morro do Bamba. Madrugada lá no morro, que beleza.


– É, João. Mais um carnaval vem aí. Lembra do seu primeiro? Faz tempo, hein, compadre?
– Vila Esperança, foi lá que eu passei o meu primeiro carnaval. Vila Esperança, foi lá que eu conheci Maria Rosa, meu primeiro amor. Como fui feliz naquele fevereiro, pois tudo para mim era primeiro... Olha, Angenor, tive a alegria que tem todo Pierrô ao ver que descobriu sua Colombina.
Com sua voz rouca, o paulista de Valinhos devolve a pergunta ao carioca do Catete, que vai recordando.
– É com tristeza que relembro coisas remotas que não vêm mais... Uma escola na Praça Onze, testemunha ocular. E perto dela uma balança onde os malandros iam sambar.
– Mudou muito, né, parceiro? Mas teve coisa boa também.
– Depois, aos poucos, o nosso samba, sem sentirmos, se aprimorou. Pelos salões da sociedade, sem cerimônia, ele entrou. Já não pertence mais à praça, já não é samba de terreiro. Vitorioso, ele partiu para o estrangeiro.
Tempo em que sambista tocar para gringo ainda era novidade.
– E muito bem representado por inspiração de geniais artistas, o nosso samba, humilde samba, foi de conquistas em conquistas. Conseguiu penetrar no Municipal depois de percorrer todo o universo!
Mas João lembra que depois vieram outros ritmos. 
– Eu também um dia fui uma brasa, e acendi muita lenha no fogão. E hoje o que é que eu sou? Quem sabe de mim é meu violão. Mas lembro que o rádio que hoje toca iê-iê-iê o dia inteiro tocava Saudosa Maloca.
Mesmo assim, ele gosta “dos meninos desse tal de iê-iê-iê”, garante. Por falar em gostar, João pega o violão e lembra de um grande amor.
– Com a corda mi do meu cavaquinho fiz uma aliança pra ela, prova de carinho... Quantas serenatas eu tive de perder, pois meu cavaquinho já não pode mais gemer... Quanto sacrifício eu tive de fazer pra dar a prova pra ela do meu bem-querer.
E como a conversa vai parar no instrumento, Angenor ­suspira.
– Ah, estas cordas de aço, este minúsculo braço... Do violão que os dedos meus acariciam. Ah, este bojo perfeito, que trago junto ao meu peito. Solte o teu som da madeira, eu, você e a companheira. Na madrugada iremos pra casa cantando...
– Para com isso, Angenor. Assim você me lembra daquela ingrata: Pafunça, Pafunça, que pena, Pafunça, que nossa amizade virou bagunça. O teu coração sem amor se esfriou, se desligou. Inté parece, Pafunça, aqueles alevador que está escrito “não fununça”, e a gente sobe a pé! E pra me judiar, Pafunça, nem meu nome tu pronunça.
Eles se olham, e sabem que, como diz o amigo Paulinho, que está lá embaixo tocando para quem quiser ouvir, a vida não é só isso que se vê. É um pouco mais.
– Finda a tempestade, o sol nascerá. Finda esta saudade, hei de ter outro alguém para amar.
– É isso aí, Angenor! Não seja bobo, não se escracha. Mulher, patrão e cachaça em qualquer canto se acha.
O sol, que já nasceu, agora baixa no morro. Mathilde e Zica começam a chamar. Os parceiros se levantam e trocam afagos.
– Deixe-me ir, preciso andar...
– Não posso ficar nem mais um minuto com você... 
 
HOJE NO TEMPO

O carioca Tom Jobim faria hoje 90 anos de idade...
O mato-grossense de Campo Grande, Jânio Quadros faria hoje 100 anos de idade. Çlique: