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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

SÃO PAULO É VITRINE DO CORDEL



Em nenhum país do mundo a literatura de cordel floresceu tão bem quanto no Brasil.
A literatura de cordel chegou ao Brasil ali pelo século XVI. E para este tipo de literatura chegar ao Brasil dependia de autorização do rei português Dom Juan V.
Essa história está documentada na mais importante biblioteca de Portugal, a Torre do Tombo.
Oficialmente, o Brasil foi descoberto no ano de 1500.
A história diz que foi o navegador Cabral o descobridor do Brasil. Quanta bobagem! Porém, antes de Cabral, o já referido Dom Juan V mandou ao Brasil outro navegador e amigo de infância. Mas essa é outra história...
Comecei este texto dizendo que em nenhum lugar do mundo a literatura de cordel se desenvolveu tão bem quanto no Brasil. E por essa razão que não é de surpreender que pessoas de outras partes do mundo venham conhecer e estudar a literatura de cordel e seus compositores. Caso da francesa de Brest Solenne Derigond.
Solenne Derigond encantou-se com cordelismo brasileiro, tanto que pela segunda vez em dois anos, voltou ao Brasil para desenvolver estudos para o seu doutorado na Universidade de Rennes 2. Antes, ele desenvolverá o seu mestrado sob o título La Littérature de cordel et la cantoria à São Paulo: thèmes et enjeux identitaires d’un genre nordestin, que na língua Tupiniquim quer dizer: A literatura de cordel e a cantoria em São Paulo: temas e questões de identidade de um gênero nordestino.
O mestrado Derigond tratou da maneira mais fácil sobre o cordelista nordestino fixado em São Paulo. E para esse nordestino fixar-se em São Paulo teve uma razão: as intempéries provocadas pelas secas frequentes e históricas.
O trabalho desenvolvido por essa estudante da Universidade de Rennes 2, é um trabalho muito bonito, sério, em que foram ouvidos dezenas de cordelistas e cantadores repentistas. Os mais significativos por ela escolhidos.
Dentre os artistas populares por Derigond ouvidos, destacam se os improvisadores Sebastião Marinho e Andorinha. Eles a ela disseram que “São Paulo é a capital do Nordeste”.
Ao dizer à Solenne Derigond que São Paulo é a capital do Nordeste, Marinho e Andorinha quiseram dizer, de fato, que São Paulo é a cidade que mais nordestinos acolhe. Verdade. Eu mesmo tenho muito a dizer sobre essa cidade fundada pelo português Nóbrega e pelo espanhol Anchieta em 1554.
Hoje, São Paulo, é a maior vitrine do cordelismo et do repentismo do País.
A estudante Solenne Derigond observou isso no seu mestrado é agora, no seu doutorado, quem sabe, ela confirmara a importância de São Paulo como vitrine dos cordelistas e repentistas que trocaram o Nordeste pelo São Paulo.
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