Vamos melhorar: a cada cinco segundos uma pessoa sofre um problema qualquer e perde a visão.
Não. Dá prá melhorar: a cada cinco segundos, uma pessoa perde a luz dos olhos.
Pois bem, segundo dados da ONU, Organização das Nações Unidas, existem seiscentos e não sei quantos milhões de pessoas que vêm o mundo com os olhos dos outros, se é que me entendem.
Em todo o mundo há milhões de pessoas chamadas de "deficientes visuais". Quer dizer, milhões e milhões, verdadeiras multidões que se locomovem, que se movem, que se movimentam, se esgueiram quase, de modo invisível.
Essa é a realidade.
Somente na cidade de São paulo há mais de 50.000 pessoas sem luz nos olhos, enfrentando calçadas esburacadas e a discriminação dos enxergantes, isto é, pessoas que tem olhos com luz e não vêm.
Há pouco fiquei sabendo da morte de Maria das Neves Barbosa, uma paraibana de Campina Grande.
Maria das Neves partiu sábado para a eternidade, depois de uns dias internada num hospital. Ela integrava um trio de artistas do povo: Maroca, Poroca e Indaiá.
Maroca foi-se embora. Viva Maroca!
Eu conheci Maroca e suas irmãs há um ano e pouco, quando fui fazer palestra na Universidade Estadual da Paraíba, em Campina. Quem me levou a sua casa foi o amigo Chico Pereira. Na ocasião, restou um registro. Clique:
Saí da casa das três, com um presente: a história delas contada no documentário A Pessoa É Para o Que Nasc.