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terça-feira, 1 de agosto de 2017

A PROPAGANDA ESTÁ DE LUTO, MORREU MESSINA

"A propaganda é a alma do negócio". Eu cresci ouvindo isso na escola, no trabalho, nas reuniões, em todo canto.
A propaganda começou sabe-se lá quando! Mas, certamente, desde Adão e Eva e antes até. 
Diógenes entrou para a história como o grego maluco que enchia o saco dos poderosos e procurava com uma lanterna acesa um homem que fosse honesto. Não consta que achou.
A maçã ficou famosa como fruta no mundo todo a partir do momento em que a Igreja Católica anunciou que Adão fora tentado a comer o que não deveria comer...
Hitler criou a Suástica e através dela e da sua loucura assassina entrou para a história, depois de assassinar milhões e milhões de inocentes.
A propaganda, em disco, chegou ao Brasil em 1935. 
A primeira gravação de uma propaganda em disco de 78 Rpm, foi feita pelo artista que ficaria famosos como o Cantor das Multidões: Orlando Silva (1915-1978).
O jingle gravado: Chopp da Brahma.
Em 1935 fazia dois anos que o pernambucano Manezinho Araújo (1910-1993), o Rei da Embolada, estreara na Indústria Fonográfica. Mané, para os amigos, foi o segundo artista da nossa música popular a fazer propaganda comercial. No caso, o sabonete lifeboy e o óleo de peróba.
O chopp da Brahma, letra e música, trazia as assinaturas de Ary Barroso e Bastos Tigre.
Em 1933, estréia do Manezinho em disco, nascia o carioca Archimedes Messina, um dos mais inspirados autores de jingles no Brasil. Se não foi o maior, está entre os três ou quatro maiores. São dele clássicos para a Varig e para o Café Seleto, incluindo a música de abertura que marcou para a história o programa do também carioca Sílvio Santos: Sílvio Santos vem aí...



Uma historinha: Messina inspirou-se numa lenda japonesa para criar um dos muitos jingles que fez para a Varig. Conta-se que um velho pescador japonês salvou da morte uma tartaruga. Salva, a tartaruga o levou a conhecer as profundezas do mar. Esse jingle foi gravado pela nissei Rosa Miyake, que em 1969 gravou "Prá Não Dizer que Não Falei de Flores", do paraibano Vandré.
Fazer ou gravar jingle é, sem dúvida, algo um tanto interessante. Uma vez eu gravei um jingle para um banco que não existe mais. Fica o registro:



De 1935 até os dia atuais, centenas e centenas de artistas da MPB compuseram e gravaram mensagens comerciais e políticas, como Luiz Gonzaga, Simonal, Chico Buarque, Caetano, Renato Teixeira e Roberto Carlos que induziu muita gente a comer carne da Friboi. A propósito, de tão ridículo, RC foi tirado do ar.
Archimedes Messina morreu ontem, aos 85 anos de idade. Meus pêsames à família pelo desaparecimento de Messina, pessoa simples, natural, espontânea, amiga dos amigos, que tive o prazer de entrevistar no programa Tão Brasil, que, por um ano e pouco apresentei na All TV.
Para lembrar mestre Messina, clique:









BRINCANDO COM A HISTÓRIA (43)