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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES, 49 ANOS


O dia 29 de setembro de 1968 é muito importante para a história da música popular brasileira. Foi nesse dia que um coro de 20 a 30 mil pessoas acompanhou, emocionado, Geraldo Vandré cantando ao violão a música de sua autoria Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores (Caminhando). Foi no Maracanãzinho, RJ. Na ocasião estava em disputa, no III Festival Internacional da Canção, a belíssima Sabiá, de Tom e Chico, defendida por Cynara e Cybele. Sabiá ficou em primeiro lugar e Caminhando, em segundo. Os jurados foram todos xingados, pela decisão tomada. Três deles ainda estão vivos: a atriz Bibi Ferreira, o pesquisador de música popular, Ricardo Cravo Albin e o cartunista Ziraldo, também autor do troféu do festival. Além do público, quem ficou também tiririca da vida foram os militares que governavam o País. O compacto com a música Caminhando, interpretada por Vandré, foi retirada do mercado logo que chegou às lojas.  Logo depois, em Dezembro, o Rei do Baião Luiz Gonzaga gravou essa música e a lançou ao mercado. Detalhe: a censura fez vista grossa a ela. É história.  Caminhando  já foi gravada por dezenas e dezenas de artistas mundo a fora. Na Itália foi gravada por Sérgio Endrigo e orquestra. Nos Estados Unidos, Ernie Sheldon chegou a gravá-la (Listen to in the Wind) mas, sabe-se lá por que, não foi lançada ao comércio. A matriz americana se acha no acervo do Instituto Memória Brasil, IMB. No IMB também se acham a partitura dessa música (com erro, ao invés de "das" é "de"e ela vertida em castelhano Caminando pelo próprio autor, que a gravou no Chile em 1969. A TV alemã, em 1971, gravou  um especial com o polêmico artista paraibano, que completou no último dia 12, 82 anos de idade.  Uma cópia desse documentário também se acha no acervo do  IMB. Uma curiosidade: um dia Vandré me disse que gostaria  de ter enfrentado na final do  festival, o baiano Caetano Veloso, desclassificado com É Proibido Proibir.