No mundo inteiro muita coisa acontece no mês de dezembro. No Brasil, inclusive. Dizem que o Brasil é um país estranho, esquisito. O cartunista Fortuna, do Maranhão, escreveu e publicou um livro intitulado "Acho Tudo Muito Esquisito". Quinta, 21, ouvi uma breve notícia dando conta do falecimento do ex vereador, ex isso e aquilo, da Arena inclusive, morrera aos 96 anos de idade, em Belo Horizonte, MG. A famosa frase Que País é Este? caiu na boca do povo depois que ele, Francelino, a proferiu. Isso em 1975: "Que País é este em que o povo não acredita no calendário eleitoral anunciado pelo próprio presidente? À época o mandatário do país era o general Geisel. Essa frase, porém, já havia sido pronunciada no século 19 em textos de José de Alencar e Machado de Assis, eh, a história... Poucos anos depois, Renato Russo, Legião Urbana, compôs e lançou um rock com a mesma pergunta:
Pois é, o Brasil parece ser realmente um país esquisito, de modos esquisitos, assim governado desde sempre por quem escolhemos. Até o Lula, ex-presidente duas vezes do Brasil proferiu uma frase que também virou rock, aquela história dos picaretas do Congresso, lembram-se? Pois, pois. E é Natal.
O bom baiano Assis Valente escreveu um clássico para a época: Boas Festas. O tema Natal e Ano Novo é um tema surrado, muito surrado na discografia universal. Ouçam essas duas coisinhas:
Ó só a conversa: - O Brasil está abandonado. - É, minha cara, a gente só ouve notícia de ladroagem, de gente que roubou, de gente que está presa. - E gente grandona, gente poderosa, gente que nunca foi presa e agora... - Até o Maluf! Pois é, por bom tempo fiquei ouvindo a conversa entre Ana e Cortez. Foi há coisa de uma hora e pouco, cá em casa. E foi longa a conversa. E engraçada em alguns momentos, descontraída. Cortez: - E a faculdade, já terminou? - Pois é, agora é o TCC. - Qual é mesmo o curso? - Gerontologia. Tem o gerontólogo e o especialista em gerontologia. - E não é a mesma coisa? - É e não é. O gerontólogo ainda não é o especialista em gerontologia. E foi por aí a conversa. Muitos temas dentro de uma só conversa. Falaram do ontem, do hoje e do amanhã. Cortez, com os seus 81 anos de idade, disse um monte de coisas bonitas, simples. E arriscou, afirmando: - Eu acho que os jovens, os filhos deveriam ouvir mais os pais. - É, os mais velhos têm sempre mais o que dizer. E não podemos esquecer que os jovens de hoje serão os velhos de amanhã. E hoje é 24 de dezembro, mais um 24 de dezembro. Essa história de Natal é, claro, coisa da igreja católica. Ninguém sabe, ninguém mesmo, quando Cristo nasceu, ou quando morreu. A data da Igreja que leva o nascimento de Cristo é 24 de dezembro, e o da sua morte, sabe-se lá, mas é dito que ele morreu com 33 anos de idade, de braços abertos, pregado numa cruz e sobre a cabeça uma coroa de espinhos. Natal, pela raiz da palavra é nascimento. Todo dia é dia de nascimento, de renascimento, de revida no próprio corpo. E aprendemos com os outros, quando queremos aprender, seja o filho com o pai, seja o pai com o filho. E essa coisa de Papai Noel, hein? Essa, como bem se sabe, é uma invenção católico-mercantilista, como o casamento. O mercado vibra com o Natal, com o dia dos pais, dias das mães, dia das crianças etc. E todo mundo se entulhando, enchendo a barriga de tranqueira, de lixo mesmo, e a barriga ficando daquele jeito, explodindo para os lados, e o cansaço... Cortez de novo: - Pois é, minha cara: O galo que canta no Japão e na China é o mesmo galo que canta no Brasil, é o porco que ronca, é o cachorro que late, por aí. Tudo na vida é educação, educação e cultura. É pela educação que os seres humanos se formam. Se a criança tiver bons ensinamentos essa criança será num bom adulto, com instrução e sabedoria, caso contrário... O livro, por exemplo, vejo como uma espécie de brinquedo. Se todos os pais ensinassem seus filhos a ler, a gostar de livro, de leitura, acho que tudo seria diferente, e pra melhor! Noel como tema musical, entrou no mercado fonográfico através da extinta gravadora Colúmbia, em dezembro de 1932. A canção intitulada Era Uma Vez Papai Noel é de autoria de Custódio Mesquita, um carioca nascido em 1910 e falecido em 1945. Ele deixou 111 músicas gravadas. E foi uma mulher, Madelou de Assis (1915-1956), quem primeiro cantou o velho e inadequado Noel nestas terras tropicais invadidas por Cabral, ouçam-na: