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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

DESEJO QUE CHOVA NO NORDESTE

Hoje é dia 26 dezembro do ano da graça de 2017. Isso todo mundo sabe, só não sabe quem não tem memória. Aliás, num dia como este, a capital da Paraíba recebia sua terceira denominação: Frèderik Stad. Esse nome foi uma homenagem ao príncipe de Orange, no período em que os holandeses ocuparam a terra onde nasci, Paraíba.
Frèderik Stad ou Frederica, perdurou como a capital da Paraíba entre 1634 e 1654. A capital paulista já havia sido fundada há exatos cem anos. Mas não é disso que eu quero falar.
Somente ontem fiquei sabendo que o paulista Moacyr Franco, cantor e humorista dos melhores havia sido demitido do SBT após duas décadas de trabalho forçado, he, he, he...Motivo? Mês passado Moacyr gravou uma música detonando os malandros e ladrões da República Federativa do Brasil, foi o que eu ouvi, se foi, lamentável.
Mas ainda não é sobre isso que eu quero falar.
Ouvindo o post com Moacyr cantando no celular ouvi também, em seguida, uma belíssima entrevista do paraibano Ariano Suassuna (1927-2014) ao humorista Jô Soares, cujo pai também era paraibano. Ariano deitou e rolou, falou sobre tudo e outras coisas. Lembrou, inclusive, que nascera no Palácio da Redenção. Esse palácio é a sede do Governo da Paraíba. O seu pai foi governador do meu Estado entre os anos de 1924 e 1928. Logo após a deflagração da Revolução de 1930, o pai, João Suassuna, foi assassinado a mando de políticos que o odiavam.
Grande Ariano Vilar Suassuna!
Ariano morreu detestando a Internet. Ele disse que alguém das suas proximidades lhe apresentou a internet fazendo uma rápida pesquisa em torno do seu nome. Primeiro foi posto no Google Ariano..., depois Vilar, Vilar virou vilão, por fim foi posto Suassuna e saiu assassino. E aí o autor de A Pedra do reino e A Compadecida endoidou, pois de uma hora para a outra seu nome foi totalmente estraçalhado. Ficou assim: Ariano Vilão Assassino.
Ariano Suassuna passou a vida tentando decifrar o Brasil, em nome do povo. Entendeu pouco, é verdade.
Na entrevista a Jô ele lamentou, lá de cima dos seus então 80 anos, a vulgarização e a descaracterização da cultura popular. E não mediu palavras para meter a ripa no lixo denominado de cultura que os meios de comunicação nos entopem no dia a dia. 
Pois é, numa entrevista que dei há uns dez anos, sei lá, na TV Câmara eu dizia que precisávamos de mais Arianos e Tinhorões. Confira:




PRESENTE

Um amigo me perguntou o que eu gostaria de receber de presente nestes últimos dias do ano. Respondi o óbvio: quero saúde para mim, meus amigos e familiares, dias melhores para o Brasil, mais educação e respeito ao povo e que chova regularmente no Nordeste. Por lá, especialmente no Sertão, a seca já dura mais de 5 anos e nem o jornal e nem o rádio e nem a revista nem a tevê e ninguém com poder de decisão sequer exibe esta catástrofe.