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terça-feira, 11 de setembro de 2018

TÉO AZEVEDO TOMA POSSE EM ACADEMIA DE LETRAS

Será depois de amanhã, 13, a posse do poeta e cantador Téo Azevedo na Academia Montes-Clarense de Letras. Téo, o nome conhecido nacional e internacionalmente tem uns dez livros publicados e 2 ou 3 centenas de folhetos de cordel.  É o artista, vivo,  com o maior número de músicas de sua autoria e parceiros gravadas. Cono produtor musical, Téo Azevedo tem centenas de LPs e cedês. Ninguém, até hoje produziu tantos discos de poetas repentistas quanto ele. Seu discurso de posse na Academia Montes-Clarense de Letras será todo feito em versos como estes:

Academia Montes-Clarense de letras (Luiz de Paula ferreira) décimas 7 sílabas
Téo Azevedo

Luiz de Paula Ferreira
Grande homem brasileiro
Filho do norte mineiro
Que pessoa hospitaleira
Uma família de primeira
Irmanados no amor
Seu coração uma flor
No meu canto do hinário
Grande amigo e empresário
Poeta e compositor

Nasceu em Várzea da Palma
Norte de Minas Gerais  
Tradição dos ancestrais
Entregou a sua alma
Batalhou com muita calma
Um bravo empreendedor
Catrumano e doutor
Com a virgem e o rosário
Grande amigo e empresário
Poeta e compositor

Um guerreiro da cultura
E da “Vovó Centenária” 
Nossa região agrária
Da cachaça e rapadura
Essa linda criatura
Foi um bardo lutador
Com todo seu esplendor
Da calma de um campanário
Grande amigo e empresário
Poeta e compositor





Academia Montes-Clarense de letras (Luiz de Paula ferreira) martelo decassílabo
Téo Azevedo

Vários livros de sua autoria
Alguns que já foram publicados
Escrito em trabalhos caprichados
“Na Venda do meu Pai”,foi alegria
Aceito com muita simpatia
E “Aspectos do Desenvolvimento
De Montes Claros”, mais um tento
“Momentos”, e o “Armazém de Ideais”
Fez da vida vários mananciais
Empresário, e um homem de talento

Uma bela família abençoada
E a Patrícia junto ao Luiz
Juliana e João Gustavo, que diz
Que Maria Cecília é encantada
Danilo companheiro e camarada 
Maria Isabel foi uma guerreira
Esposa, mãe e companheira
Ficou junta e passou do centenário
De amor ele era bilionário
E patrimônio da terra mineira

Vinte e sete de junho foi o dia
De mil novecentos e dezessete
Veio ao mundo firme no basquete
Um varão com bastante energia
Tão cheio de vida e alegria
Em dois mil e dezessete ele chegou
Vinte e três de novembro que marcou
Deus no céu controla nossos planos
E assim se passaram os cem anos
E Luiz de Paula encantou
  




O SEMPRE ATUAL BERNARDO GUIMARÃES

Acabei de ler um livro fantástico. Trata-se do romance O Ermitão de Muquem, de autoria do mineiro Bernardo Guimarães (1825-1884).
O livro tem história que se passa num vilarejo de Goiás e estende-se pelas margens do Tocantins. É um livro denso, escrito em 2 ou 3 anos e findo em 1858. Foi publicado 10 anos depois.
O Ermitão de Muquem é o primeiro romance regionalista brasileiro. O personagem central, Gonçalo, é um jovem desejado por todas as mulheres e temido por todos os homens, inclusive por seu amigo Reinaldo, que morre num duelo a faca assistido pela jovem Maroca, sua paixão; paixão também de Gonçalo, daí o duelo mortal.
Depois de matar Reinaldo, Gonçalo foge e é capturado por guerreiros da tribo Xavante. Porém antes de cair na mão dos guerreiros, Gonçalo promove uma verdadeira carnificina. E o livro vai ganhando uma forma extraordinária: a filha do velho chefe xavante apaixona-se completamente por Gonçalo e com ele se casa. Em resumo: com uma flechada só, Gonçalo mata a amada e seu irmão. Depois disso ele foge e transforma-se no Ermitão, mas não vou contar o final, que é incrível.
No livro O Ermitão de Muquem o autor, Bernardo Guimarães fala de costumes e ritmos musicais dos começos do século 19.
Bernardo Guimarães, que foi um monte de coisa na vida e morreu só, em casa, é o autor de Escrava Isaura e O Seminarista, sobre os quais falarei em breve.