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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

A MARCHA DA MACUMBA

Cena 1: Jair Bolsonaro reunido com seus ministros. Ele fala grosso, fala alto. Todos ouvem o presidente, silenciosamente. Ele dá ordens, grita, dá socos na mesa.
Cena 2: telefone, ao seu lado, toca. É a secretária anunciando que o filho Carlos está chegando. 
Cena 3: O menino entra às pressas. O pai rapidamente dá um pulo da cadeira e, de pé, bate continência ao filho. O filho traz sobre a camisa uma faixa verde e amarela, igualzinha a que usa o pai Jair.
Segunda passada 18, o presidente da República demitiu seu amigo e confidente Gustavo Bebiano do cargo de Secretário Geral da Presidência. A demissão foi provocada por desejo pessoal do caçula dentre os varões Bolsonaro.
A demissão de Bebiano acendeu uma luzinha vermelha no Planalto. A pergunta que se ouve em todo canto é: como pode o filho do presidente ter tanta força ao ponto de levar o pai a tomar decisões tão importantes para a vida nacional, como essa de demitir o ministro da SGP? Mas o tempo é de carnaval, e no carnaval vale tudo, até cenas esquisitas, bizarras, como as imaginadas na abertura deste texto. Detalhe: em entrevista dada à Jovem Pan, o Ministro demitido disse que o Presidente foi "evenenado" por seu filho. Disse também que o Presidente foi alvo  "de macumba psicológica".
E as velhas marchinhas estão de volta.
Fiz isto aí, para desopilar: 

A Marcha da Macumba

Tem batuque na macumba
Safadeza, o escambal 
O filhinho do papai
Dá-se bem, não se dá mal
Ele bota pra quebrar
No país do Carnaval

Ele chora com chupeta 
Ele é fenomenal
O filhinho do papai
Dá-se bem, não se dá mal
Ele bota pra quebrar
No planalto Central